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Mover mundos e fundos no combate à corrupção, trazendo-a para a centralidade da governança – embalados seus heróis, por vezes, pelo desejo utópico de exterminá-la a qualquer custo – é ignorar que ela não é um mal em si mesmo, mas, sim, uma alavanca de problemas e prejuízos para os resultados das políticas públicas.

Inevitavelmente, muitas das medidas instituídas pelos governos para combater a corrupção aumentam os custos de transação dos arranjos institucionais encarregados de implementar as políticas públicas. Seja pelo aspecto corretivo, que inibe a inovação pelo medo de punição que paralisa os atores, seja também pelo aspecto preventivo, que cria supervisões e controles, onerando os procedimentos.

Então deve-se abandonar essa luta?

Uma visão pautada apenas na questão moral do combate à corrupção é tão irreal e ingênua quanto uma visão da gestão pública sempre proba, impessoal, universal e isonômica. Entender a essência dessa contradição entre o ser e o dever ser, entre nossas expectativas e a realidade, no contexto da administração pública brasileira, é fazer do combate sereno e racional à corrupção uma mola propulsora que agrega valor às políticas públicas, e não freio que pode engessar a sua implementação.

Seria desejável que, a cada boa ideia que surge para a construção de um país menos corrupto, correspondesse uma análise detalhada de como isso se fará não só no âmbito da legalidade, mas também na realidade das políticas públicas brasileiras. É preciso que a corrupção seja colocada no contexto de uma estratégia para as ações de governo que possam resultar em soluções para os nossos problemas coletivos, que, no caso do Brasil, ainda são muitos.

Leia o artigo de Marcus Braga e Frederico Lustosa na integra, em https://www.nexojornal.com.br/ensaio/2018/%C3%89-preciso-combater-a-corrup%C3%A7%C3%A3o.-Mas-h%C3%A1-de-se-pesar-os-custos

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