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Com quase 12 milhões de documentos vazados, Pandora Papers explicitou didaticamente a forma pela qual parcela dos ricos, poderosos e privilegiados (empresários, políticos, membros de famílias reais, líderes religiosos, artistas, atletas e outros) utilizam para ocultar suas riquezas.

As chamadas contas denominadas off-shore podem absorver até 40% do PIB mundial, sendo que mais de 4/5 daquela quantia depositada se refere a apenas 0,1% das famílias mais ricas do mundo. Isso é possível porque existem os chamados paraísos fiscais que oferecem condições tributárias facilitadas aos recursos estrangeiros que buscam se deslocar dos sistemas nacionais de tributação e regulação financeira e cambial, sobretudo aqueles que visam “lavar dinheiros” obscuros que resultam das diversas operações ilícitas (tráfico de armas, pessoas, contrabando, drogas, corrupção e terroristas), cujas taxas de subornos podem alcançar cerca de 2 bilhões anuais. Segundo estudos realizados, a fuga de capitais gera prejuízos aos cofres públicos em torno de US$ 800 bilhões ao ano, quase três vezes mais do que a quantidade de recursos necessária para acabar com a fome no mundo.

Leia o artigo de Marcio Pochmann em https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Capitalismo-de-investimentos-fantasmas-e-empresas-zumbis/4/51840

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