Embora os pesquisadores venham estudando a burocracia há bastante tempo, os burocratas de médio escalão (BME) recebem menos atenção da literatura. Para preencher essa lacuna, o artigo explora a questão da heterogeneidade dos BME em relação ao seu perfil, sua experiência profissional e, principalmente, seu desempenho. O principal objetivo é investigar os determinantes do desempenho dos BME a partir de duas dimensões: o nível de relacionamento dos BME e o nível de complexidade de suas atividades. Essas dimensões são muito valorizadas atualmente, considerando o crescimento da sua importância em contextos de governança em rede e accountability burocrática. Os resultados empíricos mostram que o desempenho dos burocratas de médio escalão é afetado tanto por fatores estruturais do governo, como também por suas próprias características individuais. No entanto, os efeitos das variáveis mudam consideravelmente. As evidências empíricas sugerem que os BME mais conectados e que realizam mais atividades são aqueles que ocupam cargos comissionados mais elevados. Eles têm maior nível educacional e mais capacidade de influenciar diretamente as decisões dos processos de trabalho e atuam em áreas finalísticas de políticas públicas, especialmente na área social.
Leia o artigo de Pedro Luiz Cavalcante e outros em http://www.scielo.br/pdf/cebape/v16n1/pt_1679-3951-cebape-16-01-14.pdf