Este texto discute e relaciona os conceitos de cultura, direitos humanos e políticas culturais no quadro da ideia de desenvolvimento cultural. Considera o desenvolvimento como um conjunto de atividades de transformação da realidade social e ambiental em interface com a dimensão cultural. Descreve o conceito de economia criativa relacionando-o com as novas formas de produção pós-industrial e faz um exercício de definição e dimensionamento das categorias sociais (classes criativas) que atuam em atividades criativas no Brasil para o período 2002-2015. Assim, mostra os dinamismos e a participação da economia criativa e da economia da cultura nos processos de desenvolvimento brasileiro. A análise da organização de classes criativas no Brasil realizada neste estudo tomou como parâmetro a classificação inspirada no estudo de Richard Florida e foi reconstruída para a realidade brasileira a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e das classificações profissionais oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ademais, expõe-se, aqui, que a classe criativa teve um crescimento importante no seu contingente, passando de 10 milhões de pessoas, em 2002, para 15 milhões, em 2015, registrando variações significativas no contingente dos grupos profissionais que lhe compõem (centro hipercriativo, hipercriativos e profissionais criativos, com aumentos de 37%, 51% e 23%, respectivamente). Ainda que seja um contingente diminuto, se comparado aos Estados Unidos, por exemplo, cuja porcentagem atinge 30% da força de trabalho daquele país, os resultados obtidos neste estudo apontam um incremento não desprezível da economia criativa no país.
Leia o estudo de Frederico Augusto Barbosa da Silva em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/td_2493.pdf