O ano de 2018 não começou como os economistas esperavam. A retomada que se desenhou no ano passado, que já era fraca, perdeu fôlego, piora confirmada pelo dado divulgado pelo IBGE para o primeiro trimestre do ano.
Entre janeiro e março, o PIB variou positivamente 0,4% em relação ao quarto trimestre do ano passado, descontada a sazonalidade. No fim do ano passado, algumas das estimativas para este início de 2018 passavam de 1%. Em relação ao mesmo período de 2017, o crescimento foi de 1,2%, bem mais modesto do que os 2,1% registrados no intervalo entre outubro e dezembro, também na comparação com igual período do ano anterior.
Entre os principais fatores de frustração, pelo lado da demanda, está o consumo das famílias, que representa 60% do PIB e cresceu apenas 0,5% em relação ao trimestre anterior, afetado negativamente pelo desemprego mais elevado do que se esperava.
Esse freio no consumo se manifesta especialmente nos serviços, que, nos três primeiros meses do ano, tiveram desempenho muito aquém do que se previa – cenário antecipado pelas divulgações mensais da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e reiterada pelo PIB divulgado – variação de apenas 0,1%.
A alta do dólar, que encarece as importações de máquinas e equipamentos, e a construção civil, que já vinha enfrentando dificuldade para se recuperar, afetaram negativamente os investimentos, que desaceleraram de 2,1% no fim de 2017 para 0,6% entre janeiro e março, na comparação contra o trimestre imediatamente anterior.
As estimativas preliminares para o restante do ano eram melhores, já que as previsões para o PIB de 2018 estava na casa de 2,5%. A paralisação de caminhoneiros, entretanto, deve ter impacto negativo importante neste segundo trimestre e pode afetar o crescimento do ano.
Os economistas têm previsões melhores para os próximos trimestres, mas os riscos para o cenário até o fim do ano podem crescer.
Leia o artigo de Camilla Veras Mota na integra, em http://www.bbc.com/portuguese/brasil-44308173