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A liderança autoritária é um desafio à análise organizacional. A perplexidade sobre como aceitamos que ela tenha ocorrido diversas vezes na história perpassa o pensamento de intelectuais como Adorno, Habermas, Sloterdijk e Arendt. Uma maneira complementar de estudá-la é por meio da literatura. A literatura possui enorme potencial interpretativo do mundo que, dada a criatividade de suas autoras e autores, consegue trabalhar temas complexos, personagens, eventos, com uma liberdade que a ciência, pelo seu rigor metodológico, muitas vezes não se permite. Como organizações são também constituídas discursivamente, os elementos textuais da literatura nos permitem uma liberdade epistemológica, ensejando análises que consigam abordar temas organizacionais tradicionais, como a liderança, de outra maneira. A proposta deste ensaio teórico é valer-se de um clássico da literatura, o romance Moby-Dick, para a partir dele realizar uma análise crítica do discurso, baseada em Norman Fairclough, da liderança monomaníaca neoliberal-autoritária de Paulo Guedes, ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro. O objetivo é demonstrar o potencial e a riqueza do uso da literatura combinada à análise do discurso para a compreensão de fenômenos organizacionais. A interpretação será guiada pelo estilo de liderança da personagem Acab, capitão do navio Pequod, que devido à sua obsessão por caçar a cachalote branca gigante, Moby Dick, conduz sua embarcação a um desfecho trágico, similar ao que vem ocorrendo ao Brasil devido ao ódio ao Estado presente nos discursos de Paulo Guedes.

Leia o artigo de Ricardo Vinicius C. dos Santos e Carvalho em https://www.scielo.br/j/osoc/a/6sGQ6yScXKHzZRVsZYYjRTb/?format=pdf&lang=pt

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