Em novembro de 2004, Jürgen Habermas viajou ao Japão para receber o Prêmio Kyoto. Como todos os vencedores do prêmio, também coube a Habermas cunhar uma máxima para a juventude. A sua diz: “Nunca se compare com um gênio, mas tente sempre criticar a obra de um gênio”. Ele passou a vida colocando essa frase em prática. É o que se deduz da leitura da biografia que seu discípulo Stefan Müller-Doohm lhe dedicou em 2014 e que acaba de ser publicada em espanhol [não existe versão em português até o momento]. O meticuloso Müller-Doohm, que nos fala da coleção de pinturas de seu mestre ou registra a generosa dotação de cada prêmio que recebe, dá poucos detalhes sobre a intimidade do filósofo, mas em troca nos permite assistir às grandes polêmicas intelectuais do último meio século. Em quase todas Habermas teve algo a dizer. Enfrentasse o gênio que fosse.
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