O meio rural brasileiro passou por significativas transformações ao longo do século XX. A partir das décadas de 1950 e 1960, uma variedade de inovações tecnológicas foi incorporada às práticas agrícolas com o intuito de aumentar a produtividade da lavoura e do trabalho, nesse caso com a introdução, em larga escala, da mecanização por meio de tratores, implementos e colheitadeiras. O resultado desses fatores, mudanças tecnológicas e êxodo rural, foi em parte incentivado, em parte negligenciado, pelo Estado brasileiro. Se por um lado a modernização tecnológica e o aumento da produtividade agrícola constituíram objetivo ativamente incentivado pelo Estado por meio de alocação de grandes quantias de recursos financeiros na forma de distintas políticas públicas – crédito rural, pesquisa agropecuária, Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), infraestrutura etc. –, por outro lado diversos aspectos relacionados ao meio rural foram negligenciados, notadamente aqueles ligados a serviços públicos clássicos como saúde e educação para a população. O objetivo deste texto é debater a relação entre Estado e desenvolvimento rural. Para isso, em um primeiro momento, serão apresentados elementos teóricos sobre a questão do papel do Estado no desenvolvimento rural, em seguida, uma revisão histórica sobre o caso brasileiro no século XX e, por último, considerações sobre a perspectiva para essa relação.
Leia o artigo de César Nunes de Castro em http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/boletim_regional/191227_brua_21_ensaio4.pdf