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Há dois tipos de capitalismo: o que gera valor para a sociedade e o que o espolia. Durante as últimas décadas, milhões de pessoas notaram que, apesar de terem trabalho, este é insuficiente para permitir uma vida digna; que o elevador social se desacelerou; que a desigualdade é imensa; que a cobiça parece o verbo mais conjugado pelas finanças, e que a crise climática poderia deixar um futuro abrasado de cinzas para seus filhos e netos. Se a promessa de um amanhã melhor, de uma vida melhor, que tem sido a base do capitalismo, se desvanece, o pensamento do homem entra em um círculo vicioso. Por que me sacrificar? Por onde seguir? Elizabeth Warren, a senadora democrata que quer chegar à Casa Branca, resume esta angústia: “As pessoas sentem que o sistema está arranjado contra elas. E sabe qual é a parte mais dolorosa? Elas têm razão”. As grandes empresas, sobretudo norte-americanas, sentiram que a mudança nos dias de hoje é trazida pela ira e pelo descontentamento, porque a sociedade exige companhias que melhorem suas vidas. Há algumas semanas, o Business Roundtable (BRT), um dos principais lobbies empresariais norte-americanos —que agrupa 181 grandes corporações como ExxonMobil, JPMorgan Chase, Apple e Walmart— lançou uma nota (que aliás não foi assinada por Blackstone, General Electric e Alcoa) em que redefinia o “propósito de uma empresa”. Os lucros dos acionistas passam a ser um objetivo a mais, e fala-se em “proteger o meio ambiente, fomentar a diversidade, a inclusão, a dignidade e o respeito”. O sentido, agora, é “criar valor para todos os grupos de interesse”. “Tudo isto terá como resultado um capitalismo mais sustentável e inclusivo”, afirma María Luisa Martínez Gistau, diretora de responsabilidade social corporativa do CaixaBank, da Espanha. O BRT só não explica como conseguirá tão bons propósitos.

Leia o artigo de Miguel Angel García Vergara em https://brasil.elpais.com/brasil/2019/09/12/internacional/1568300463_364950.html

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