Neste artigo será esboçada uma comparação do mercado varejista de drogas em favelas e bairros de periferias das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. As reflexões aqui apresentadas baseiam-se no trabalho de campo etnográfico realizado nas duas cidades, bem como na revisão de estudos sobre o tema. Ancorado em pesquisas empíricas, explora a mecânica das relações entre os mercados do “crime” e as forças da ordem, envolvida na gestão da vida e morte da população pobre. Em face das guerras concorrenciais entre facções cariocas e da ideia de paz associada à hegemonia de um único comando em São Paulo, a comparação concentra-se nas figuras do “dono do morro” e da “amizade” no Rio de Janeiro e do “patrão” e da “sintonia” em São Paulo, atentando-se para o cruzamento de três dimensões: os lugares de mercado do varejo de drogas; as dinâmicas dos coletivos criminais; e os distintos arranjos de poder estabelecidos entre os traficantes e os agentes das forças da ordem.
Leia o artigo de Daniel Veloso Hirata e Carolina Christoph Grillo em http://www.scielo.br/pdf/ts/v29n2/1809-4554-ts-29-02-0004.pdf