Arquivo para categoria: Categoria: Boletim 140

Edição

O objetivo deste artigo é analisar quantitativamente e qualitativamente a PEC 32/2020, apontando aspectos críticos de formulação e decisão. Primeiro, parte-se de uma revisão da literatura em reformas da administração pública e do resgate histórico de reformas na Administração Pública federal brasileira. Segundo analisa-se a PEC 32/2020 em duas etapas: na primeira é realizada uma análise sistemática de conteúdo a partir da contagem de palavras e codificação destas de acordo com categorias de políticas de gestão pública e desenho de organizações programáticas. Na segunda parte, aprofunda-se na análise qualitativa sobre as propostas de alteração de princípios constitucionais da Administração Pública e da gestão de pessoas (concurso, estabilidade, cargos em comissão e desempenho). Conclui-se que, por dedicar mais da metade (53%) do conteúdo total da PEC 32/2020, e 74% do seu conteúdo efetivo (dispositivos substantivos) para a regulamentação da relação de trabalho com o servidor público, a etiqueta que melhor representaria o seu conteúdo seria reforma do funcionalismo público, ao invés de Reforma Administrativa. Com relação aos novos princípios constitucionais, verifica-se redundância entre eles, especialmente ligados ao direito fundamental à boa governança. Por fim, reitera-se a atualidade e pertinência da discussão de modelos de concurso, estabilidade do servidor, cargos em comissão e desempenho funcional, desde que sintonizadas com um entendimento ético e constitucional do servidor e do serviço público como um patrimônio da sociedade, incorporado ao ordenamento jurídico e respondendo continuamente às necessidades de bem-estar da população.

Leia o artigo de Leonardo Secchi e outros em https://periodicos.fgv.br/cgpc/article/view/82430/80083

Este documento foi produzido pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) com o objetivo de dar concretude à sua missão institucional de formular políticas e diretrizes para transformação permanente do Estado e para a ampliação da capacidade estatal para a implementação de melhores políticas públicas. Trata-se de documento inicial que visa subsidiar discussões públicas sobre as mudanças necessárias ao aparato da Administração Pública Federal para se promover um Estado efetivo e funcional, orientado pelos fundamentos, objetivos fundamentais e princípios estabelecidos na Constituição Federal. O texto foi produzido inicialmente como base para as discussões da Câmara Técnica de Transformação do Estado, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CTTE/CDESS), mas busca alcançar destinatários mais amplos e provocar debates na sociedade como um todo, com o objetivo de construir os avanços necessários para a gestão pública do país. Como se notará, o documento busca se manter no plano de grandes diretrizes, apontando frentes de atuação necessárias, com seus respectivos contextos e propostas de direcionamento. O desenvolvimento de cada uma das frentes apresentadas demanda planejamentos adicionais e ações específicas – muitas delas já em fase de formulação ou implementação pelo MGI e outras áreas do governo. Também envolve, conforme o caso, a atualização de marcos legais e regulatórios. Eventuais iniciativas em curso, quando listadas ou mencionadas, têm o propósito de exemplificar, de forma tangível, possíveis formas de implementação das teses defendidas e das soluções apresentadas. Não representam a única implementação possível, nem a totalidade das medidas em curso.

Leia o documento do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) em https://cspb.org.br/UserFiles/files/TransformacaoDoEstado_MINUTA_CTTE.pdf

O artigo identifica, a partir da análise sobre a reestruturação da atividade de transmissão de energia elétrica no Brasil, apreendida à luz do processo de mercadejação neoliberal, elementos que contribuem para a compreensão da crise elétrica no Amapá, em 2020. O caso expressa a vulnerabilidade a que o serviço de transmissão está exposto, prestado por concessionárias cujas dinâmicas se vinculam a mercados globais, cada vez mais financeirizados. Tais aspectos podem impor desafios à regulação setorial exercida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Em termos metodológicos, o aporte interdisciplinar da geografia econômica, do direito econômico, da gestão pública e da economia política subsidia a análise de documentos setoriais, informações governamentais, com ênfase na ANEEL, e veiculadas na imprensa. Integra a metodologia, a elaboração de um banco de dados, com base nos contratos de transmissão, para a análise da configuração setorial que se consolida com a reestruturação da atividade de transmissão no Brasil.

Leia o artigo de Deborah Werner em https://periodicos.fgv.br/cgpc/article/view/83212/80088

Los enfoques teóricos y las investigaciones aplicadas sobre la relación entre cambios e innovaciones tecnológicas y administración pública suelen caracterizarse por un tipo de programa de trabajo que explica los cambios en la administración pública a partir de las transformaciones e innovaciones tecnológicas que se producen en la “sociedad”. Sin embargo, la experiencia comparada, y también la latinoamericana, muestra como en múltiples ocasiones, los cambios e innovaciones tecnológicas producidas en el seno de los sistemas de administración pública han terminado impactando en procesos sociales, reenrolando en dichas innovaciones a actores económicos y sociales, incluido grandes actores empresariales, y produciendo cambios con uso intensivo de las TIC que transformaron asociaciones sociales a escala nacional, continental y global. El artículo explora los casos de los cambios en los sistemas de administración financiera, compras y contrataciones e ingresos públicos producidos en América Latina, haciendo uso de los estudios de ciencia y tecnología de la denominada Teoría del Actor Red. Aborda sus implicancias con relación a las transformaciones denominadas como cuarta revolución industrial, los distintos modos de tratamiento de los procesos de cambio, innovación, adaptación o modernización de las administraciones públicas y el modo en que la innovación en las administraciones estatales, especialmente de la cuarta revolución tecnológica, puede provocar transformaciones sociales más amplias.

Leia o artigo de Guillermo Schweinheim em https://revista.clad.org/ryd/article/view/207

O objetivo deste texto exploratório é apresentar os contornos gerais de três visões sobre a pós-modernidade formuladas na virada da turbulenta década de 1980: Gianni Vattimo, Bruno Latour e Fredric Jameson. A despeito de suas diferenças, os autores sustentam que a modernidade é um período encerrado e que, portanto, vivemos na pós-modernidade (ou na amodernidade, no caso de Latour). As três abordagens, embora críticas, não são saudosistas: a ideia tranquilizadora de progresso entrou definitivamente em crise, assim como o “princípio da realidade”. Por fim, com coloridos diferentes, os autores apontam o risco de sucumbirmos ao solipsismo e a uma política engessada por particularismos essencialistas.

Leia o artigo de Eduardo Barros Mariutti em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD459.pdf

O artigo analisa o papel das escolas de governo (EG) na formação dos servidores públicos brasileiros, apresentando um panorama dessas instituições e o perfil educacional do funcionalismo público. Também é examinado um caso emblemático de EG, a Escola Nacional de Administração Pública (Enap), que ocupa lugar central na qualificação do serviço público do Brasil. A metodologia baseou-se em revisão bibliográfica, levantamento de dados secundários sobre servidores públicos no Atlas do Estado Brasileiro (Ipea, 2015) e coleta de informações no Portal do Servidor (2015), e nas páginas institucionais das EG, em pesquisa realizada em 2017. Conclui-se que as escolas de governo são uma peça-chave para a constituição das capacidades estatais, no entanto, elas são encontradas em um número ínfimo de municípios (1%), justamente onde há maior quantidade de servidores públicos.

Leia o artigo de Letícia Schabbach e Marilia Patta Ramos em https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/10068/7028

O objetivo do artigo é analisar as potencialidades dos laboratórios de inovação para minimizar as barreiras do comportamento intraempreendedor no setor público. Para tal, utilizou-se de uma abordagem qualitativa, com base em fontes bibliográficas, documentais e questionários estruturados, para uma amostra de 22 servidores públicos em 18 laboratórios identificados na América do Sul. Como resultados, destaca-se que os laboratórios de inovação contribuem para minimizar as barreiras do comportamento intraempreendedor, sobretudo relacionadas à burocratização dos processos, baixa flexibilidade, resistência à mudança e arrogância, a partir da simplificação de processos, utilização de metodologias e cursos de estímulo à criatividade e inovação, e aproximação dos servidores públicos com a demanda cidadã. Como contribuição, destaca-se que a implementação de laboratórios é importante para a criação de uma cultura voltada ao empreendedorismo e inovação no setor público, dadas as características dinâmicas desses espaços e uso de metodologias ágeis, transformando a mentalidade dos servidores públicos.

Leia o artigo de Alessandro Carlos da Silva Junior e outros em https://periodicos.fgv.br/cgpc/article/view/90107/86317

A Lei Geral de Proteção de Dados, de 2018, trouxe uma nova dinâmica para o tratamento de dados pessoais no Brasil, exigindo das empresas, inclusive do poder público, uma maior atenção à segurança e privacidade das informações pessoais de seus cidadãos. No contexto dos contratos administrativos que envolvem a prestação de serviços de computação em nuvem, a observância da LGPD adquire ainda mais relevância, dada a grande quantidade de dados pessoais que são armazenados e processados nesses ambientes. Leia o artigo de Sílvio Tadeu de Campos em https://www.conjur.com.br/2024-nov-09/lgpd-nos-contratos-administrativos-de-servicos-em-nuvem-necessidade-imperiosa/

La participación ciudadana es un componente central en los modos más innovadores de gestionar lo público. Como tal, contribuye en las prácticas de asociación o articulación entre los actores y el Estado, potenciando habilidades, capacidades y lazos sociales, en definitiva, democratizando la gestión pública y colaborando también en la posibilidad de avanzar hacia esquemas de coproducción de políticas. Durante el período de excepcionalidad de los últimos años se observan cambios en el desarrollo de políticas participativas en América Latina, pero también retrocesos. El objetivo de este trabajo es la presentación de un instrumento que permita evaluar las incidencias de las instancias de involucramiento ciudadano en procesos de política, contemplando la coyuntura de los años recientes y su repercusión en su gestión participativa. Para ello, se acude a un esquema matricial que recorre las múltiples dimensiones de la participación en cada una de las etapas de la política pública. También se incorporan elementos contextuales en pos de la adaptabilidad de la herramienta a las particularidades de cada territorio. Este esquema se construye a partir de resultados obtenidos en investigaciones previas, un exhaustivo relevamiento bibliográfico y el análisis comparado de casos testigos de la región −donde se incorporan gobiernos subnacionales y locales de México, Colombia, Ecuador, Chile, Brasil y Argentina−, a fin de contar con dispositivos que permitan monitorear los efectos de las innovaciones producidas en el sector público y su incidencia sobre los modos de vinculación, articulación y coordinación entre el Estado y la sociedad.

Leia o artigo de María Melina Guardamagna em https://revista.clad.org/ryd/article/view/innovaciones-sector-publico-Estado-sociedad-America-Latina/467

Neste artigo é analisada a política de desoneração da folha de pagamento de diversos setores econômicos, iniciada em 2012 e mantida desde então. Após fazer uma breve revisão de literatura sobre o assunto e descrever a situação atual dos debates no Congresso Nacional, são analisados os impactos dessa política no mercado de trabalho. As evidências mostraram que os efeitos prometidos pela desoneração no mercado de trabalho não se efetivaram, uma vez que o nível de emprego não cresceu na maioria dos setores beneficiados. Além disso, a competitividade da economia brasileira não se modificou por meio desse programa governamental. Paralelamente, foram observadas perdas expressivas na arrecadação da previdência social, que reforçaram os desequilíbrios recorrentes no resultado fiscal do Governo Federal.

Leia o artigo de Lauro Mattei em https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/rbest/article/view/18750/14084