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Parques tecnológicos são empreendimentos mundialmente reconhecidos como catalisadores do desenvolvimento econômico e social, por meio da promoção à inovação de base tecnológica, alcançada pela interação estratégica entre universidades, empresas e governos. Embora propostas tenham surgido nos últimos anos, não há concordância sobre um modelo sistemático para entender os parques tecnológicos e identificar a natureza de seu desempenho e sucesso. Assim, apesar do significativo número de parques tecnológicos, gestores e stakeholders desses empreendimentos ainda demandam o desenvolvimento e a utilização de sistemas de gestão e avaliação de desempenho mais robustos e eficazes. Este artigo apresenta o desenvolvimento de um modelo de referência para a gestão estratégica do desempenho de parques tecnológicos, baseado no Balanced Scorecard. No desenvolvimento do modelo, a abordagem teórica foi complementada com um estudo multi-casos exploratório e qualitativo com três parques tecnológicos brasileiros em operação. Para o aperfeiçoamento do modelo conceitual de referência, foi conduzido um levantamento com empresas residentes em parques tecnológicos do País e, posteriormente, realizada a análise estatística dos dados. O modelo de referência resultante permite o estabelecimento de um referencial organizacional do sistema gerencial estratégico de um parque tecnológico.

Leia o artigo de Juliane de Almeida Ribeiro e outros em https://www.scielo.br/j/read/a/NbPCNCPSXCSRqksMppqqyVR/?format=pdf&lang=pt

As decisões individuais são objeto de forte discussão entre os diferentes campos de pesquisa na economia. Decisões de investimento e inovação afetam de forma direta o desempenho econômico das nações. Duas abordagens teóricas são objeto de discussão neste trabalho: as teorias (pós) keynesiana e (neo) schumpeteriana. A proposta do texto é explicar o comportamento dos investimentos e da inovação no Brasil contemporâneo enfocando o âmbito das decisões individuais. Embora tais variáveis e seus determinantes tenham conotações macroeconômicas, seus comportamentos merecem ser avaliados a partir das ações dos indivíduos e das firmas e dos fatores que inibem ou estimulam as deliberações de investimento e inovação. A partir das teorias keynesiana e neoschumpeteriana, propõe-se uma interpretação para o caso brasileiro demonstrando-se como fatores macroeconômicos e estruturais impactam no modelo cognitivo dos empreendedores, inibindo sua propensão aos investimentos produtivos e à inovação tecnológica.

Leia o artigo de Herton Castiglioni Lopes e Octavio Augusto Camargo Conceição em https://www.scielo.br/j/ecos/a/DhMjXCzvhQ4WG9CKYyvQ6kH/?format=pdf&lang=pt

O presente artigo investiga como as companhias de saneamento básico brasileiras realizam os processos de inovação aberta. A pesquisa foi realizada em duas fases: envio de questionários e entrevistas em profundidade com 30 gestores. Os resultados evidenciam que todas as companhias pesquisadas demonstraram que muitas ideias “escapam” para o mercado, principalmente, por meio da atuação dos fornecedores. Além disso, seis companhias investigadas adotam a inovação aberta do tipo de fora para dentro. O estudo ensejou ainda a classificação em um novo tipo de inovação aberta: inovação aberta semiacoplada. Os esforços de cocriação são realizados principalmente com fornecedores e universidades. O gerenciamento da propriedade intelectual é realizado somente em algumas companhias por meio de patentes. A área de pesquisa e desenvolvimento possui os seguintes papeis: facilitadora, intermediadora e motor difusor da inovação. Pelos resultados expostos, é possível perceber que a inovação aberta pode ser adaptável a diversos cenários dentro dos quais as organizações estão inseridas. Além disso, esse tipo de inovação pode ter diferentes tipos de abertura, o que determina uma mudança de mentalidade dentro das empresas.

Leia o artigo de Etienne Unias de Vasconcelos e outros em https://www.scielo.br/j/read/a/5rXRnWDCY83N3DGS5fYcFSP/?format=pdf&lang=pt

A inovação de produtos é essencial para o crescimento e a rentabilidade das pequenas e médias empresas (PMEs). As evidências sugerem que tanto a estratégia empresarial quanto a participação em redes podem influenciar a inovação de produtos, enquanto a participação em redes também pode influenciar a configuração e a alocação de recursos e capacidades que ajudam a moldar a estratégia. O presente estudo visa analisar as redes empresariais como uma variável mediadora entre estratégia e inovação de produtos nas PMEs. O estudo utiliza uma amostra de 205 PMEs costa-riquenhas, coletada pelo Global Competitiveness Project. A mediação é testada usando um modelo de regressão. Os resultados mostram que as redes desempenham um papel mediador na relação entre a estratégia empresarial e a inovação de produtos. As conclusões têm implicações para as PMEs sobre a relevância da participação em redes que permeiam a estratégia e para os formuladores de políticas sobre a importância de gerenciar tais redes.

Leia o artigo de Carlos Melendez-Campos e outros em https://www.scielo.br/j/rae/a/F8Kjgvmfh87gdFSwrXq5dqs/?format=pdf&lang=pt

Este artigo procura esclarecer as profundas mudanças que estão ocorrendo no sistema de inovação italiano. Embora esse sistema tenha garantido um crescimento sustentado até os anos 1980, a competitividade do país nos setores de alta e média-alta tecnologia perdeu sua força com a mudança do fordismo para o pós-fordismo. Recentemente, no entanto, há sinais de interesse renovado em inovação por parte das empresas e de um compromisso renovado por parte do Estado em apoiar os avanços tecnológicos e a digitalização das empresas. O artigo descreve, primeiramente, as características do sistema de inovação italiano e as significativas melhorias na propensão digital e na capacidade de inovação das empresas italianas nos últimos anos. Mostra a seguir que, de modo geral, o sistema econômico italiano se beneficiou da “dinâmica generativa” desencadeada, primeiro, pela Grande Recessão de 2008 e, depois, pela crise pandêmica de 2020. Discute, também, o papel das políticas públicas na promoção do sistema de inovação italiano, com foco específico na indústria de média e alta tecnologia.

Leia o artigo de Alberto Gherardini e Francesco Ramella em https://www.scielo.br/j/soc/a/sH8cKKB5GmL34sxV8RCnLcm/?format=pdf&lang=pt

Neste artigo, exploramos as recentes tentativas de integrar as Cadeias Globais de Valor (CGV) e os Sistemas Nacionais de Inovação (SNI) a um nível teórico, e até que ponto isso poderia não ser alcançado de forma coerente. Estas recentes tentativas desconsideram a tensão entre as fronteiras organizacionais das empresas multinacionais (EMN) e o espaço nacional – como lugar de aprendizagem e de geração de tecnologias – de duas maneiras. Primeiro, a perspectiva das CGV assimila a atualização microeconômica ao aprendizado e à inovação, o que pode não ser suficiente para explicar os processos de aprendizado sistêmico e a competitividade estrutural. Segundo, a abordagem das GVC assimila a produção à circulação de capital, o que é consistente com a lógica que domina a expansão das EMNs durante a financeirização, mais orientada à apropriação do que à implantação internacional da tecnologia. Recorremos à análise de decomposição de Marx do processo de produção e circulação para identificar diferentes processos de internacionalização: internacionalização comercial, internacionalização produtiva e internacionalização financeira. Esta análise fornece alguns elementos para compreender os limites de ambas as abordagens e as tentativas de integração para lidar com o processo real de internacionalização da produção.

Leia o artigo de Pablo José Lavarello e outros em https://www.scielo.br/j/rec/a/zD69qx4GcNB8B9fzXqqjPqn/?format=pdf&lang=en

O objetivo deste trabalho é investigar os fatores direcionadores (drivers) da intensidade da interação entre pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras e universidades e institutos públicos de pesquisa. Informações do Diretório dos Grupos de Pesquisa no Brasil referentes às áreas de Engenharia e Ciências Agrárias e da Relação Anual de Informações Sociais foram utilizadas na estimação de quatro modelos econométricos que exploram os drivers relacionados às características estruturais e comportamentais das empresas interativas, aos seus relacionamentos com grupos de pesquisa e à política de ciência, tecnologia e inovação. Os resultados mostram que o porte, a experiência prévia em colaboração e a capacidade de absorção, que refletem capacitações e recursos internos das empresas para cooperar, em adição ao acesso ao financiamento público, são fatores que influenciam a intensidade da interação das PMEs. Ademais, é possível identificar especificidades dos fatores direcionadores da intensidade da interação quando essas empresas são separadas por faixas de porte. Leia o artigo de Vanessa Parreiras Oliveira e Renato Garcia em https://www.scielo.br/j/ecos/a/VybpZ89g7wx6v8nHsgLQtXP/?format=pdf&lang=pt

Este estudo tem como objetivo analisar criticamente os mecanismos que desidratam o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), debilitando-o na sua função de promover o desenvolvimento econômico e social. Os dados foram extraídos das bases do sistema integrado de orçamento e planejamento (SIOP) e do relatório de execução orçamentária, entre 2012 e 2021, disponibilizados pela financiadora de estudos e projetos (FINEP). Os resultados da investigação apontam que, do ponto de vista quantitativo, há um processo de desidratação, por mecanismos como a desvinculação de receitas da união (DRU), a formulação do projeto de lei orçamentária anual (PLOA) e as reservas de contingência. Do lado qualitativo, há descompasso entre a promessa de uma política arrojada e inovadora e uma estrutura de governança centralizada e burocrática. Os fundos setoriais não enfrentam problemas de arrecadação, mas a gestão centralizada e subserviente a políticas fiscais de austeridade leva a uma execução orçamentária quantitativamente insuficiente e qualitativamente pobre em diversificação, quadro que descaracteriza a política de financiamento de ciência, tecnologia e inovação (CT&I), deixando de cumprir a promessa de desenvolvimento via inovação.

Leia o artigo de Pedro de Almeida Costa e Camila Furlan da Costa em https://www.scielo.br/j/rap/a/qRCdNQpfCvB64Xw4YPMGpcw/?format=pdf&lang=pt

Este artigo se propõe a analisar a desarticulação entre a oferta e a demanda por conhecimento nas regiões brasileiras, utilizando como proxy a oferta de mão de obra e a sua inserção nos setores produtivos de acordo com a classificação de intensidade tecnológica da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico. São utilizados os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para o período de 2012 a 2019, e são estimados modelos logit multinomial para dados empilhados para o período com o objetivo de mensurar diferenças nas probabilidades de absorção dos trabalhadores ocupados em setores de baixa, média e alta intensidade tecnológica. Os resultados indicam que avanços no grau de qualificação formal reduzem a probabilidade de absorção em setores de baixa intensidade tecnológica, ao mesmo tempo em que aumentam as chances de inserção em setores de média e alta intensidades tecnológicas. As disparidades regionais evidenciam que a concepção de uma política que tenha como objetivo o fomento da inovação requer o desenho de instrumentos que estimulem de forma concreta o aumento da demanda por conhecimento.

Leia o artigo de Naira Teresa A. C. Gonçalves e outros em https://www.scielo.br/j/rec/a/RkSM4kPgLpKYK7JMXCGdM6M/?format=pdf&lang=pt

O cenário tecnológico no campo da saúde é um fato alarmante, mormente no contexto provocado pela Covid-19. Nessa conjuntura, a Fundação Oswaldo Cruz, por meio da Unidade de Bio-Manguinhos, e o Butantan foram protagonistas para o acesso universal, dialogando com estratégicas internacionais. No adensamento da discussão estratégica para Instituições Públicas de Produção e Inovação em Saúde (Ippis), o uso de diretrizes da Avaliação de Tecnologias em Saúde destaca-se como via de mudança paradigmática para a introdução de tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS) alinhada à visão de inovação de futuro em saúde consonante às demandas nacionais. Este artigo, desenvolvido metodologicamente mediante pesquisas descritiva qualitativa, bibliográfica, documental e trabalho de campo, buscou traçar simetrias e assimetrias baseado nas experiências coletadas em empresa farmacêutica global e instituição de referência nacional pública do campo de incorporação tecnológica em saúde. Como resultados, são explicitados pontos-chaves para o fortalecimento técnico e político do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, por meio da revisão organizacional das Ippis quanto a aspectos de inovação e de gestão, culminado na promoção de melhorias na Política de ciência, tecnologia e inovação em resposta ao desafio da sustentabilidade, efetividade e acesso no SUS.

Leia o artigo de Kelly Cristina Rodrigues da Rocha e Carlos Augusto Grabois Gadelha em https://www.scielo.br/j/sdeb/a/77c6JF8vKxRzcskF9BqtsCy/?format=pdf&lang=pt