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Para se avaliar o impacto econômico das inundações no Rio Grande do Sul, é preciso olhar para o exterior para se achar algo semelhante — como no caso da destruição provocada pelo furacão Katrina nos Estados Unidos em 2005. No Brasil, nunca houve tanto estrago econômico provocado por um evento climático. A avaliação é do economista Sergio Vale, da MB Associados, consultoria que está monitorando os impactos das enchentes de maio na economia. Nos Estados Unidos, o Katrina fez o Estado da Louisiana contrair 1,5% — em um ano em que se esperava que crescesse 4%. No caso do Rio Grande do Sul, a MB Associados prevê que a economia vai se contrair 2% — em vez do crescimento de 3,5% que vinha registrando nos últimos 12 meses até abril. E no caso brasileiro, o impacto em âmbito nacional será muito maior do que aconteceu no efeito do Katrina nos Estados Unidos — já que a economia gaúcha corresponde a 6,5% do PIB brasileiro (a Louisiana representa 1% da economia americana).

Leia o artigo de Daniel Gallas em https://www.bbc.com/portuguese/articles/crgyy1gne5do

Este artigo analisa a atuação do Banco Mundial no Brasil de 1990 a 2020. Para tanto, realiza uma avaliação da carteira de empréstimos, a fim de mapear para quais finalidades o financiamento foi destinado, mensurar o peso dos entes federativos como mutuários, entender as razões que levaram o Banco a emprestar cada vez mais para esferas subnacionais e, por fim, identificar os governos que mais tomaram empréstimos e relacioná-los aos partidos políticos no poder. O artigo também discute as formas de atuação do Banco, argumentando que os empréstimos têm baixo peso na economia brasileira, mas funcionam como veículos para difundir ideias, normas e práticas sobre o que os governos devem fazer, e como, em matéria de políticas públicas. O trabalho mostra o alto peso relativo dos empréstimos de ajuste e evidencia que os partidos do centro à direita, quando no governo, tenderam a recorrer mais a empréstimos desse tipo do que partidos à esquerda.

Leia o artigo de João Márcio Mendes Pereira em https://www.scielo.br/j/ln/a/FzhntQPFKzC5WqBXrxtvd5w/?format=pdf&lang=pt

Esta pesquisa tem como objetivo analisar as publicações pregressas sobre as inovações de processo adotadas pela administração pública e seus impactos, a partir da visão almejada pelos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), em especial ao que se refere ao Objetivo 16: Paz, Justiça e Instituições Eficazes. Para isso, primeiramente foi realizada uma revisão sistemática, com a utilização do protocolo internacional de Tranfield, Denyer e Smart (2003) e apoio de análise de conteúdo, tendo como base os princípios elencados no Relatório Mundial do Setor Público de 2019. Os principais resultados demonstraram que os impactos internos e externos, decorrentes das inovações adotadas pelas organizações públicas, estão diretamente relacionados ao ODS 16, principalmente no que tange às metas 16.5, 16.6, 16.7, 16.10 e 16.b, e aos princípios de eficácia, transparência, responsabilidade, anticorrupção, inclusividade nos processos de tomada de decisão, acesso à informação e não discriminação, elencados no Relatório Mundial do Setor Público de 2019. Conclui-se que as práticas internas adotadas pelas instituições públicas podem funcionar como alavancador para o atingimento das metas propostas pela Agenda 2030. Como contribuição prática, o estudo proporciona embasamento e justificativa para as decisões administrativas de apoio à implementação de inovações de processo, enfatizando os benefícios tanto internamente, para a organização, quanto externamente, para o cidadão.

Leia o artigo de Adriana Back Koerich e outros em https://www.scielo.br/j/inter/a/PFy5zNmxRYXGqwRx6V7ySNR/?format=pdf&lang=pt

Este artigo examina o comportamento das agências de classificação de crédito (CRAs) durante a “maré rosa”. O argumento trabalhado é que as ações da S&P Global, Moody’s e Fitch contribuíram para o desmantelamento dos regimes de esquerda na América Latina, em benefício de seus concorrentes de direita. A metodologia baseia-se em estudos de caso do Brasil e da Argentina, onde os governos de Dilma Rousseff e Cristina Fernández de Kirchner foram substituídos pelos de Michel Temer e Mauricio Macri, respectivamente. A pesquisa baseia-se em classificações soberanas, relatórios e comunicados de imprensa emitidos pelas agências durante essas transições, que são analisados à luz de teorias críticas de seu modus operandi e confrontados com o processo político que se desenrola em ambos os países. Isso nos permite tirar conclusões consistentes com o argumento apresentado, contribuindo assim para o avanço da agenda de pesquisa sobre as CRAs e para lançar luz sobre as recentes transições presidenciais críticas do Brasil e da Argentina.

Leia o artigo de Pedro Lange Machado em https://www.scielo.br/j/cint/a/7ww5Ycf35H65GSsLm7B5sZn/?format=pdf&lang=en

O artigo examina as restrições impostas pela financeirização sobre o “policy space” doméstico, em especial de economias emergentes, à luz da atuação das agências de rating. A hipótese de trabalho é que essas agências, em sua interação com governos, atuam para reduzir o “policy space” a partir da posição que ocupam no sistema financeiro internacional. Nesse sentido, tanto através da atribuição de ratings soberanos quanto no plano discursivo, elas operam em prol da implementação de uma agenda de interesse do mercado financeiro. A metodologia do artigo consiste no estudo de caso do Brasil, com base nos ratings e relatórios emitidos por S&P Global, Moody’s e Fitch Ratings sobre o país, que evidenciam que tais agências dispõem de um variado repertório para promover a agenda ortodoxa neoliberal no processo político e econômico nacional.

Leia o artigo de Pedro Lange Netto Machado e Luiz Fernando de Paula em https://www.scielo.br/j/rep/a/8H7DRfVbH4jqCJd3QqyZKSR/?format=pdf&lang=en

O ciclo de reformas neoliberais praticadas pelos países latino-americanos nas últimas duas décadas embora tivesse trazido, para alguns deles, crescimento econômico desviou-os do caminho do desenvolvimento, no sentido que é dado ao termo por Celso Furtado. A crescente incorporação da ideologia neoliberal nos textos de economia deixaria para trás as políticas intervencionistas e, com elas, o legado do desenvolvimentismo. Não foram poucos os que afirmaram que Keynes estava definitivamente morto e enterrado. Porém, a forma como os países reagiram ante a recente crise financeira global provou que, ao contrário do que muitos supunham, Keynes está vivo e manda lembranças. Este artigo, tomando o Brasil como um “estudo de caso”, tem como proposta ajudar a retirar o pensamento econômico originado na Cepal do relativo esquecimento em que se encontra, dando uma pequena contribuição para sua necessária renovação diante do mundo globalizado.

Leia o artigo de José Maria Dias Pereira em http://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/ojs-2.4.8/index.php/cdes/article/view/223/206

Vivemos sob a penumbra da mais grave crise da história do Brasil, uma crise econômica, social e política. Enfrentamos um cenário que vai além da democracia interrompida. A meu ver, trata-se de uma democracia subtraída pela simbiose de interesses de uma classe política degradada e de uma elite egocêntrica, sem qualquer compromisso com um projeto de reconstrução nacional – o que, inclusive, praticamente aniquila qualquer possibilidade de pactação. Só consigo enxergar alguma possibilidade de cura desse estado de astenia e de reordenação das bases democráticas a partir de uma maciça convocação e ação dos jovens.

Leia o artigo de Maria da Conceição Tavares em https://aterraeredonda.com.br/restaurar-o-estado-e-preciso/

Que Maria da Conceição Tavares é um dos maiores nomes da história do pensamento econômico brasileiro e latino-americano é um fato inconteste na área. Atualmente, sua obra tem sido amplamente estudada e abordada, como também os desdobramentos e influências de sua obra. No entanto, um importante campo em que a autora contribuiu de maneira significativa que é pouco abordado no processo de historiografar seu pensamento, é o da economia política internacional. O que é peculiar, porque a análise de Tavares sobre a Economia Política Internacional, que remonta aos anos 1980, é fortemente inovadora e perspicaz dentro deste campo, em especial, levando-se em consideração o estado da arte do campo naquela época. Neste artigo, pretende-se abordar os principais elementos da análise de Tavares sobre a Economia Política Internacional, destacando suas contribuições inovadoras ao campo e também o fato desta perspectiva ser uma análise forjada na periferia do capitalismo. Considera-se que o fato de ser uma análise sobre hegemonia e capitalismo e seus desdobramentos feita a partir da periferia do capitalismo em um período de crise e de rearticulação das relações entre esta periferia e os EUA seja um dos elementos que traz à sua análise este potencial inovador.

Leia o artigo de Carla Curty do Nascimento Maravilha Pereira em http://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/ojs-2.4.8/index.php/cdes/article/view/656/pdf

Uma mestra na periferia do capitalismo. Maria da Conceição Tavares é uma figura eminente do pensamento econômico brasileiro, especialmente nos meios heterodoxos. Abordou diversas questões, como o subdesenvolvimento, na perspectiva de uma “crítica da economia política”. O objetivo deste artigo é identificar as principais referências teóricas, bem como a postura metodológica, na obra de Tavares, revisitando o seu diálogo crítico com algumas vertentes da Economia Política. Embora a obra de Tavares estabeleça um diálogo com vários economistas, o artigo centrar-se-á na sua interpretação de Marx, Keynes e Kalecki, cujas ideias são de extrema importância para a construção do seu quadro analítico.

Leia o artigo de Rogerio P. de Andrade e Renata Carvalho Silva em https://www.scielo.br/j/rep/a/HHTnBYQYsp68TR6LdKxDh4C/?format=pdf&lang=pt

Maria da Conceição Tavares exerceu grande influência sobre o pensamento econômico brasileiro. Tratou de assuntos variados, mas há uma preocupação que perpassa toda a sua obra: o desenvolvimento de países “periféricos” (com especial ênfase no caso brasileiro) e a sorte de grandes contingentes da sua população, excluídos economicamente. Seu ponto de partida foi o pensamento cepalino, com ênfase nas relações econômicas e de poder entre nações centrais e periféricas. Porém procurou repensar essa matriz, ampliando a importância de questões como: variáveis internas a cada país, em especial a presença do setor produtor de bens de capital, as necessidades de financiamento do desenvolvimento e como os modos historicamente específicos de atendê-las repercutem.

Leia o artigo de Maria Silvia Possas em https://www.scielo.br/j/ea/a/GsfKp6SprCQTvkddWYDpXLd/?format=pdf&lang=pt