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O texto analisa criticamente algumas premissas epistemológicas que fundamentam as percepções de qualidade educacional de organizações multilaterais. Tem por objetivo problematizar concepções subjacentes às orientações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, para uma educação de qualidade, por meio da análise de documentos publicados entre 2008 e 2022. Em termos conclusivos, destaca o caráter contraditório das premissas epistemológicas difundidas por estas instituições e a predominância de subsunção da qualidade educacional a instrumento para a qualidade econômica.

Leia o artigo de Marilda Pasqual Schneider e Camila Regina Rostirola em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/JKDFw66N4PH5fDdNTbNfq5d/?format=pdf&lang=pt

Este texto tem por objetivo apresentar as disputas em torno do debate sobre a qualidade da educação no Brasil, sob a luz do materialismo histórico e dialético. Para tanto, o texto apresenta as perspectivas antagônicas sobre a qualidade da educação no debate político-educacional atual e indica que a disputa ideológica presente no debate, de um lado, pretende manter a lógica do modo de produção capitalista e, de outro, romper com a divisão social e, no limite, colaborar para a instauração de uma sociedade verdadeiramente justa, livre e igual.

Leia o artigo de Simone de Fátima Flach em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/wCSdjxp5sLWwfFWK6TFsd7H/?format=pdf&lang=pt

Neste texto, na esteira de outros autores, assume-se que subjacente a qualquer conceção de qualidade (e dos instrumentos para a sua avaliação) está uma determinada conceção de organização. Partindo-se de uma seleção de imagens organizacionais propostas por Gareth Morgan (2006), e adotando um registro ensaístico, desenvolve-se um exercício heurístico através do qual se procura dialogar com a natureza polifónica do conceito de qualidade. Conclui-se que a qualidade em educação, na sua inteireza, não é apreensível pela mobilização isolada de qualquer uma das imagens organizacionais exploradas. Sustenta-se antes que, para captar a qualidade em todo o seu arco semântico, é imperativo o contributo combinado dos diferentes “modos de ver” proporcionados por cada uma das imagens organizacionais.

Leia o artigo de Virgínio Sá em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/P9xcBrtRWFhBmMXK7M8yX9N/?format=pdf&lang=pt

Este trabalho tem como objetivo analisar as políticas de avaliação educacional, no Brasil, considerando seus efeitos sobre as condições de realização de uma Educação escolar pública democrática. Trata-se de uma pesquisa teórica, de cunho bibliográfico, que discute, primeiramente, as disposições da Constituição Federal de 1988 que possibilitam definir conceitual e juridicamente o Estado Democrático de Direito, analisando suas implicações para a Educação pública democrática. Em seguida, apresentam-se as políticas de avaliação educacional praticadas no país, considerando-se suas características gerais e suas principais incidências no campo educativo escolar. Por fim, problematizam-se as possibilidades de democratização e de realização de uma efetiva qualidade da Educação escolar no Brasil. Leia o artigo de Luciane Terra dos Santos Garcia e Eveline Bertino Algebaile em https://www.scielo.br/j/ensaio/a/kc6rwQ7GxbNYLRHnZxR8LYd/?format=pdf&lang=pt

O Mercado passou a recorrer aos cursos à distância como tábua de salvação. Ainda que o discurso seja universalizar o acesso, a prática tem se caracterizado pela qualidade duvidosa dos cursos ofertados, precarização da atividade docente, matrizes curriculares pasteurizadas e materiais didáticos muitas vezes deficientes e com conteúdo ultrapassado.

Leia o artigo de Rodrigo Bouyer em https://diplomatique.org.br/ead-universalizacao-ensino-superior/

O artigo reflete sobre as políticas administrativas e seu papel como eixo central da gestão educacional. A tese sustenta que essas políticas consolidam um sistema capaz de modificar e impor mudanças no trabalho das instituições e atores educacionais. A escrita se concentra em dois argumentos: o primeiro coloca as políticas administrativas como uma nova forma de exercer controle e regulação por meio da validação de mecanismos baseados na descentralização, padronização, privatização e rendição de contas. O segundo argumento fundamenta-se na distorção das práticas pedagógicas, subordinação e desprofissionalização do trabalho docente, como consequência do discurso da qualidade e eficácia. A reflexão visa contribuir para o debate teórico sobre as políticas administrativas e seu papel no fortalecimento de uma visão instrumental da Educação baseada em resultados acadêmicos como sinônimos de qualidade e suas implicações para o Ensino.

Leia o artigo de Carolina Jeniffer Valenzuela Baeza em https://www.scielo.br/j/ensaio/a/xCG6CtS8Gp6ms7r3kNjDfMs/?format=pdf&lang=es

La reciente mercantilización de la innovación educativa obliga a tener muy presente el sentido de los cambios que se introducen. Que estos estén enfocados en la búsqueda de la calidad educativa y no en estrategias comerciales, y que sean acordes a lo que nos indican las diferentes áreas de conocimiento, es definitorio para establecer si se está ante una verdadera innovación educativa. Aquí se defiende un enfoque crítico y centrado en la comunidad, como el propuesto por Paulo Freire, que permita mejorar la educación y la sociedad desde un enfoque crítico y no mercantilizado.

Leia o artigo de Carlos Monge-López e outros em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/sMrNyTj4RZD4yRNdJsCNgkb/?format=pdf&lang=es

Ao analisar os microdados da PNAD-C (2012-2022), este artigo investiga as oportunidades educacionais e de acesso ao trabalho entre os jovens. A taxa líquida de matrícula no ensino médio avançou entre os jovens com 15 a 17 anos, mas um modelo de transições indica que as desigualdades raciais no acesso ao ensino médio aumentaram entre 2017 e 2022, enquanto a escolaridade da mãe condiciona a formação básica na idade adequada. Ademais, o papel do jovem-estudante se consolidou entre os adolescentes com 15 a 17 anos, mas, para o grupo com 18 a 24 anos, a exclusão dos estudos e do trabalho prevalece entre os jovens negros e do sexo feminino. Por fim, a residência com crianças é decisiva para o acesso a oportunidades entre as mulheres pobres.

Leia o artigo de Vitor Matheus Oliveira de Menezes e Raquel Souza dos Santos em https://www.scielo.br/j/ts/a/jpQzTDLdnWjLk8pmctyRKXL/?format=pdf&lang=pt

Este artigo propõe um indicador que descreve, para cada município brasileiro, o nível de aprendizagem de seus estudantes do ensino fundamental e as desigualdades de aprendizagem entre grupos de estudantes definidos por nível socioeconômico, raça e sexo. Esse indicador é necessário porque as desigualdades de aprendizagem são crescentes e, contudo, não são observadas pelo principal indicador educacional do país, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). O estudo inicialmente conceitualiza justiça em educação, situando-se no debate sobre teorias de justiça distributiva. Em seguida, apresenta os aspectos metodológicos do indicador e os resultados obtidos. A principal constatação é que as disciplinas e séries escolares nas quais se verificou o maior número de municípios aumentando o seu nível de aprendizagem são também aquelas em que se verificou forte aumento das desigualdades.

Leia o artigo de Mauricio Ernica e outros em https://www.scielo.br/j/dados/a/x4zKhjLQ5tv7Tx3RrWPtnjn/?format=pdf&lang=pt

O objetivo deste artigo é verificar se o capital humano é um determinante importante da mudança estrutural nos diferentes setores da economia e se este pode acelerar a velocidade dessa transformação. Este artigo contribui com a literatura ao desenvolver um teste empírico do modelo proposto por Li et al. (2019) e ao utilizar a metodologia GMM. O artigo também utiliza duas proxies para capital humano (anos médios de escolaridade e o índice Penn World Table) e mudança estrutural (participação do emprego e do valor adicionado), a fim de verificar se elas afetam ou não a variável de interesse. Os resultados encontrados mostraram que o capital humano tem um papel essencial no processo de transformação estrutural da economia, uma vez que afeta a participação relativa dos setores no valor agregado total ou no emprego total. Além disso, o capital humano provou-se ser um potencial acelerador dessa transformação estrutural.

Leia o artigo de Michele Aparecida Nepomuceno Pinto e outros em https://www.scielo.br/j/neco/a/wJgtTSjmnkV6FHmcXCVdBbR/?format=pdf&lang=en