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Este texto analisa o papel da Inteligência Artificial no contexto da estratégia de Desenvolvimento da China, marcado pela busca de transitar para um modelo menos intensivo em capital e mais intensivo em conhecimento. O texto também destaca a evolução das políticas de apoio à Ciência, Tecnologia e Inovação, enfatizando a preocupação crescente com a inovação endógena, e dentro deste contexto, como a Inteligência Artificial tem sido uma das áreas mais importantes. Também são analisados alguns indicadores para comparar a posição atual da China em relação a outros países e regiões, como Estados Unidos e Europa em termos de geração de conhecimento e envolvimento empresarial na área de Inteligência Artificial.

Leia o artigo de Celio Hiratuka e Antonio Carlos Diegues em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD422_1.pdf

No início do século XXI, tecnologias digitais – e.g., internet móvel de alta velocidade (5G), inteligência artificial (IA), big data e analytics, e computação em nuvem – vêm causando profundos impactos na economia política internacional. Entre elas, a IA tem gerado efeitos políticos, sociais e econômicos significativos, incluindo reestruturações industriais, modelos de negócios em plataformas, leis de privacidade de dados, transformações no mundo do trabalho, e novos métodos educacionais. Esses efeitos são particularmente sentidos nas democracias ricas, como é o caso da Alemanha, onde a IA é incentivada através de instrumentos como a National Industrial Strategy 2030 e a Artificial Intelligence Strategy. Entretanto, vários desafios caracterizam essa difusão tecnológica. Neste artigo, analiso e interpreto esse fenômeno, investigando as dinâmicas políticas e econômicas que delineiam a difusão da IA na Alemanha. O estudo contribui com a literatura sobre a economia política da IA em três aspectos. Primeiro, é um dos trabalhos inaugurais no Brasil a investigar a IA através de pesquisa de campo sistemática. Em segundo lugar, a despeito da excelência industrial e tecnológica, a Alemanha enfrenta desafios para se inserir na economia digital, fenômeno que até então tem sido pouco retratado na literatura. Terceiro, apesar de não focarmos o Brasil, o estudo traz luz para potenciais desafios à política industrial e tecnológica brasileiras em cenário global de crescente digitalização.

Leia o artigo de Vinícius Mendes em https://www.scielo.br/j/rsocp/a/NMKWhfG8RbhkvM6j7bpBdNy/?format=pdf&lang=pt

Governos têm adotados várias tecnologias procurando melhorar seus serviços, focando em superar os desafios sociais e técnicos que lhes são apresentados. Neste contexto, a inovação digital blockchain tem sido utilizada. Portanto, torna-se necessário compreender estes novos artefatos de Sistemas de Informação – SI desenvolvidos. Ajudando a cobrir este gap, esta pesquisa tem como objetivo identificar os fatores que influenciam neste processo a partir da avaliação sociotécnica, e com o paradigma da Design Science Research, de dois artefatos de blockchain construídos para o governo brasileiro, são eles: Pier e BNDESToken. Os resultados reforçam o que os fatores sociais (políticos e institucionais) são mais difíceis de serem superados que os técnicos, na adoção da inovação digital em estudo.

Leia o artigo de Denis Rodrigues em https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/7933/6931

O artigo estuda a percepção do impacto das novas tecnologias sobre a profissão docente: inovações tecnológicas designadas de primeira geração e tecnologias de segunda geração, os sistemas de inteligência artificial. A pesquisa tem o objetivo de identificar a percepção que os professores têm destas inovações tecnológicas; saber como avaliam o seu impacto; que soluções visualizam para lidar com os desafios que colocam à sua ação docente. A metodologia da pesquisa procura responder aos objetivos, com base numa coleta de dados por questionário, desenhado para obter informação relacionada com cada objetivo. A pesquisa faz parte de um projeto sobre o impacto das inovações tecnológicas de segunda geração no emprego e no trabalho. Neste artigo, apresentam-se resultados focados na atividade docente.

Leia o artigo de Artur Parreira e outros em https://www.scielo.br/j/ensaio/a/nM9Rk8swvtDvwWNrKCZtjGn/?format=pdf&lang=pt

A área de sistemas inteligentes de transporte há muito investiga como empregar tecnologias da informação e comunicação a fim de melhorar a eficiência do sistema como um todo. Isso se traduz basicamente em monitorar e gerenciar a oferta (rede viária, semáforos etc.) e a demanda (deslocamentos de pessoas e mercadorias). A esse esforço, mais recentemente, estão sendo adicionadas técnicas de inteligência artificial. Essa tem o potencial de melhorar a utilização da infraestrutura existente, a fim de melhor atender a demanda. Neste trabalho é fornecido um panorama focado especificamente em duas tarefas onde a inteligência artificial tem contribuições relevantes, a saber, controle semafórico e escolha de rotas. Os trabalhos aqui discutidos objetivam otimizar a oferta e/ou distribuir a demanda.

Leia o artigo de Ana L. C. Bazzan em https://www.scielo.br/j/ea/a/x3kZbqZN7DJp7HtPKq49xFd/?format=pdf&lang=pt

Este artigo procura refletir sobre tecnologias audiovisuais, plataformas digitais e softwares de inteligência artificial voltados à personalização do ensino. A análise aborda o uso de algoritmos para avaliação de professores, defesa de empresas de tecnologia educacional, gamificação como estratégia para incentivar os estudos e elaboração de propostas pedagógicas que preparem o aluno para um mercado cada vez mais apoiado em sistemas operacionais automatizados e artificialmente “inteligentes”. Ao final procurou-se apontar reconfigurações do processo de semiformação no início do século XXI ocasionadas pela instrumentalização computacional da educação e a industrialização digital da cultura.

Leia o artigo de Luis Fernando Altenfelder de Arruda Campos e Luiz Antônio Calmon Nabuco Lastória em https://www.scielo.br/j/pp/a/RMMLt3y3cwPs9f4cztTtMSv/?format=pdf&lang=pt

O trabalho descreve o desenvolvimento de um sistema para apoio à tomada de decisão percorrendo os temas que abordam o conhecimento, as estratégias utilizadas nas empresas e o uso da técnica de raciocínio baseado em casos. A técnica de Inteligência Artificial atendeu o desafio de tornar o conhecimento parte da cultura organizacional. O estudo de caso foi realizado proporcionando à empresa análises detalhadas dos resultados. Modelos foram utilizados, para tornar esta aplicação diferenciada: linear da faixa de interesse para cada atributo; matriz simétrica de similaridade e tabela de definição dos valores por atributos. Os resultados apresentam melhoria significativa na acurácia das informações em tempo real, auxiliando na tomada de decisões.

Leia o artigo de Eduardo Urnau e outros em https://www.scielo.br/j/pci/a/QPLpXjmkCySpqXZVxbswGYs/?format=pdf&lang=pt

O objetivo deste artigo é abordar a Indústria 4.0 como o cerne de um novo paradigma de produção – o ciberfordismo – que emergiu no bojo do estágio ultraneoliberal do capitalismo. Primeiramente, apresentamos as características da Indústria 4.0 para evidenciar como ela radicaliza os processos de automação da produção e de inserção da inteligência artificial nos processos decisórios. Em seguida, retomamos os contornos dos paradigmas fordistas e pós-fordistas de produção, demarcando a continuidade entre estes e o ciberfordismo, bem como apontando a desconstrução do compromisso fordista e do Estado de bem-estar em sua transição para os modelos de flexibilização pós-fordistas e neoliberais. Discutimos também as características do paradigma ciberfordista, que maximiza os propósitos do fordismo clássico, uma vez que tende a tornar prescindíveis a mão de obra qualificada e até mesmo os próprios gerentes. Na conclusão, destacamos as contribuições do artigo e recomendações para futuras pesquisas.

Leia o artigo de Ana Paula Paes de Paula e Ketlle Duarte Paes em https://www.scielo.br/j/cebape/a/jdPSyBLskZhg6MBgfWKXBsF/?format=pdf&lang=pt

A evasão fiscal é a consequência da prática da sonegação. Apenas no Brasil, estima-se que ela corresponda a 8% do PIB. Com isso, os governos necessitam de sistemas inteligentes para apoiar os auditores fiscais na identificação de sonegadores. Tais sistemas dependem de dados sensíveis dos contribuintes para o reconhecimento dos padrões, que são protegidos por lei. Com isso, o presente trabalho apresenta uma solução inteligente, capaz de identificar os perfis de potenciais sonegadores com o uso apenas de dados abertos, públicos, disponibilizados pela Receita Federal e pelo Conselho Administrativo Tributário do Estado de Goiás, entre outros cadastros públicos. Foram gerados três modelos que utilizaram os recursos Random Forest, Redes Neurais e Grafos. Em validação depois de melhorias finas, foi possível obter acurácia superior a 98% na predição do perfil inadimplente. Por fim, criou-se uma solução de software visual para uso e validação pelos auditores fiscais do estado de Goiás.

Leia o artigo de Otávio Calaça Xavier e outros em https://www.scielo.br/j/rap/a/5q38f9RdbQYSrZXF8zfDJqv/?format=pdf&lang=pt

Os avanços tecnológicos das últimas duas décadas, particularmente nos dispositivos eletrônicos e computação, abriram o caminho para uma extensa lista de potenciais aplicações, em diversas áreas, impactando decisivamente as ações humanas. A proliferação dos equipamentos eletrônicos, tanto de uso pessoal como de coletivo, e conectados de forma ininterrupta, favoreceu a criação e disponibilização de um extenso conjunto de informações, sobre demandas individuais e coletivas, podendo ser utilizadas para gerenciar uma estrutura urbana de forma mais eficiente e otimizada. Surge assim o conceito de estruturas urbanas com uma forma de inteligência subliminar, as cidades inteligentes. Um passo tecnológico complementar foi a proliferação dos gadgets e apps, permitindo um crescimento sem precedentes no volume de dados disponíveis, e que podem ser usados por algoritmos de inteligência artificial para tomar decisões autônomas em tempo real na gestão da infraestrutura urbana, as cidades cognitivas. Embora isso possa representar uma grande revolução urbana, com a melhoria na qualidade de vida nas cidades, o funcionamento de uma estrutura coletiva de forma totalmente autônoma traz consigo profundos questionamentos éticos e morais. Aqui, discutimos as tecnologias que levaram a essa revolução urbana, e os consequentes desafios da humanidade para estabelecer os parâmetros limitantes para o uso dessas tecnologias, e de como este novo cenário urbano resgata o debate sobre o papel da tecnologia na sociedade e no progresso da humanidade.

Leia o artigo de Marcio Lobo Netto e João Justo em https://www.scielo.br/j/ea/a/mt3s7JbcX9dj6fpdS3VWCDR/?format=pdf&lang=pt