Arquivo para categoria: Category: Boletim 111

Edição

Caso o acordo UE-Mercosul não seja renegociado, as atuais cláusulas podem atrapalhar o desenvolvimento justo e sustentável, não apenas do Brasil, mas da América Latina como um todo.

Leia o artigo de Georgia Rodrigues Ferreira da Silva em https://diplomatique.org.br/o-papel-das-compras-publicas-na-protecao-a-industria-nacional/

As grandes corporações causam os danos mais significativos, mas podem contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas prioridades globais. O objetivo desta pesquisa foi mapear os potenciais impactos relacionados aos ODS, analisando o setor empresarial da construção civil brasileiro, incluindo algumas das principais empresas brasileiras dos seguintes segmentos: construtoras, fábricas e cimenteiras, analisando seus relatórios de sustentabilidade de acordo com o modelo da Global Reporting Initiative (GRI). Foi identificado que apenas quatro entre os dezessete ODS não são diretamente afetados pelos aspectos materiais do setor de construção brasileiro. Por isso, foram feitas sugestões para a mitigação dos impactos causados, incluindo principalmente medidas governamentais de regulação e fiscalização, bem como medidas empresariais relativas ao modelo de gestão. Com base na teoria da Visão Baseada na Atenção, foram sugeridas contribuições aplicáveis ao modelo de gestão das empresas visando o alcance dos ODS.

Leia o artigo de Tamiris Capellaro Ferreira e outros em https://www.scielo.br/j/asoc/a/pnd6MjSTBH369DJyw9Y7RcM/?format=pdf&lang=pt

O sistema tributário se mantém pródigo na sua regressividade ao pesar a mão nas alíquotas que incidem sobre o consumo e aliviar nas que tributam ou a renda, o grande patrimônio e a grande fortuna.

Leia o artigo de Merlong Solano Nogueira em https://diplomatique.org.br/por-que-donos-de-offshores-tem-tantos-privilegios-no-brasil/

A demanda mundial por energia e alimentos gera, tanto no campo como na cidade, impactos ambientais, e muitos desses pela má disposição de resíduos orgânicos. Uma forma de minimizar esses impactos no meio ambiente é realizar o tratamento dos resíduos gerados nos diversos setores. Dentro das possibilidades de tratamento dos resíduos orgânicos, está a digestão anaeróbia. Como resultado deste processo, tem-se a produção do biogás, que é composto por diversos gases, entre eles, o metano e o dióxido de carbono, como principais. O biogás tem potencial energético, podendo gerar energia elétrica e térmica, além de ser utilizado na forma de biometano. Com a diversidade de aplicações energéticas e possibilidade de redução de resíduos, tanto a digestão anaeróbia quanto o biogás contribuem para a implantação e aplicação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Estes objetivos têm ampla abrangência, que vão desde a necessidade de saneamento básico, energia limpa e acessível para todos, cidades e comunidades sustentáveis, consumo responsável, até ações contra a mudança climática global, por meio da redução de gases causadores do efeito estufa. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é relacionar os ODS e os projetos de digestão anaeróbia de resíduos orgânicos, que contribuem tanto para a melhora significativa de uma comunidade ou região quanto nas questões ambientais, sociais e econômicas. A metodologia utilizada foi a análise dos conceitos atendidos pelo uso do sistema de digestão anaeróbia em concordância com os objetivos, as metas e as submetas dos ODS. Com isso, observou-se a inter-relação de ao menos cinco ODS: 6, 7, 11, 12 e 13. Em síntese, o uso de sistemas anaeróbios com o aproveitamento do biogás auxilia na substituição e/ou redução de fontes de energia não renováveis, podendo ser aplicada tanto na cidade como no campo, promovendo melhor qualidade de vida para todos. Leia o artigo de Leonardo Pereira Lins e outros em https://www.scielo.br/j/inter/a/ZyCPpJKCbPJknpGKYyXYv7R/?format=pdf&lang=pt

We argue that there is a need to advance further research that strengthens the analysis of policy mixes for the energy transition in major emerging economies. In this context, this article aims to answer the following question: How do Brazil’s policies favor or hinder an energy transition of oil and gas companies (O&G) to renewables? To achieve this purpose, we conducted literature and archival research and interviews with experts to analyze (a) Brazil’s energy policy mixes that address O&G and renewables issues; and (b) major O&G companies’ activities and perspectives that influence the energy transition. Results demonstrated that though some of the O&G companies have made significant renewables investments in the last years, they continue focusing on O&G activities. We discuss the main policy mix features that hinder the prioritization of renewables by these O&G companies and that can undermine a sustainable energy transition in Brazil.

Leia o artigo de Alexandre Noguchi e Farley Simon Nobre em https://www.scielo.br/j/bar/a/RZT77JFCZq3MC5x4zWcJCqR/?format=pdf&lang=en

Estudos anteriores sobre populismo autoritário colocaram a hipótese de uma relação entre o “cultural backlash” e o partidarismo negativo, sugerindo que os valores conservadores e o ódio aos partidos de oposição alimentam o desejo de uma liderança forte. Este artigo contribui para a literatura ao testar a influência do ressentimento de classe social na ascensão do Bolsonaro ao poder no Brasil. Com base na pesquisa AmericasBarometer 2018/19, a análise revalida as conclusões de estudos anteriores, destacando o papel central da rejeição ao Partido dos Trabalhadores na explicação da propensão para votar no candidato de extrema-direita e, em menor grau, a influência dos valores autoritários neste estudo de caso. Nossas conclusões dão algum apoio à hipótese de ressentimento de classe social também. O ressentimento de classe social foi encontrado, moderando significativamente a relação entre sentimento antipetista e comportamento dos eleitores, o que esclarece a capacidade de Bolsonaro de captar eleitores ressentidos dispostos a subordinar a redistribuição social à defesa de privilégios previamente adquiridos.

Leia o artigo de Riccardo Valente e Julian Borba em https://www.scielo.br/j/op/a/dWYwGbsny7hybtyc7jVjrTC/?format=pdf&lang=en

Este artigo analisa os fatores individuais que ajudam a entender o apoio eleitoral a Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018 no Brasil, à luz das conclusões para a Direita Populista Radical (PRR) na Europa Ocidental. O artigo contribui para a literatura comparada sobre os determinantes do voto para a PRR em um país não europeu. Analisar a ascensão da PRR na América Latina é particularmente relevante, uma vez que as restrições estruturais limitam suas chances. Para realizarmos nossa análise, contamos com os dados da pesquisa do Estudo Eleitoral Brasileiro (ESEB). Além de algumas especificidades devido a diferenças na articulação das principais ideologias do PRR, constatamos que enquanto certos determinantes do voto para o PRR no Brasil estão de acordo com a expectativa baseada na experiência europeia, outros respondem a padrões do país e da região, como a identidade negativa com relação ao PT.

Leia o artigo de Lisa Zanotti e outros em https://www.scielo.br/j/op/a/YkjbL3tyyLGnxYr6wkpx3YP/?format=pdf&lang=en

O artigo trata da ocupação do espaço público como proposta prefigurativa do comum em oposição ao neoliberalismo urbano. Articula as teorias urbana e política, baseando-se no ciclo global de protestos posterior à crise de 2008. Divide-se em três seções: i) relações entre urbano, capitalismo e práticas sociopolíticas; ii) fragmentações urbana, política e social; iii) ocupação dos espaços públicos, prefiguração e construção do comum.

Leia o artigo de Letícia Birchal Domingues em https://www.scielo.br/j/nec/a/sCz6853wXPfZnGbHHYnycjH/?format=pdf&lang=pt

Neste artigo, colocamos em vizinhança alguns tópicos do pensamento de autores como Amartya Sen, Nancy Fraser, Luc Boltanski e Judith Butler. Fomos orientandos pela ideia da imaginação política- como exercício potente e de liberdade -sobre os dilemas do presente em torno da política, da crítica democrática, da justiça e das possibilidades de emancipação, em uma atitude de “lucidez desencantada”. A riqueza do encontro aparecerá nas diferenças, na pluralidade, na singularidade das abordagens e pelo esforço de uma crítica que recusa um mundo que teria se tornado imutável e natural, regido pela necessidade. Esses autores ensaiam caminhos para pensar a solidariedade, as alianças, a emancipação, um outro mundo possível.

Leia o artigo de Eduardo Rezende Melo e outros em https://www.scielo.br/j/ln/a/HwVs8xr3Cssc9LLLfG8chds/?format=pdf&lang=pt

Neste artigo, pretendemos demonstrar o (des)compromisso do Estado com a conquista dos direitos indígenas à saúde a partir de cortes transversais ao longo dos séculos XX e XXI; e da análise grupal das organizações da saúde indígena em três contextos históricos: i) Serviço de Proteção ao Índio – SPI, em 1910, após a Proclamação da República; ii) Fundação Nacional do Índio – FUNAI, em 1968, após o Golpe Militar; e iii) Secretaria de Saúde Indígena – SESAI, em 2010, após a Constituição Federal Brasileira. Numa reflexão sobre o pensamento social de “ninguendade”, de Darcy Ribeiro, constatamos a não participação indígena na construção da nacionalidade brasileira sob a influência das ideias positivistas de assimilação presentes na criação do SPI e de integração da FUNAI, ainda embutidas na consciência dos brasileiros. Os direitos constitucionais emancipatórios na recomendação da interculturalidade na Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas apresentou avanços e recuos nas últimas décadas na SESAI, sob gestão federal do Ministério da Saúde desde 2002.

Leia o artigo de Maria Clara Vieira Weiss em https://www.scielo.br/j/read/a/xJLCWSCzsgwj9MKcKKFgW5v/?format=pdf&lang=pt