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Este artigo apresenta o percurso da constituição da Rede de Pesquisa do Campo de Públicas no âmbito da Associação Nacional de Ensino, Pesquisa e Extensão do Campo de Públicas e também o desenho, os aprendizados e os resultados de uma primeira etapa da pesquisa de diagnóstico exploratório de cursos do Campo de Públicas no Brasil, mediante a análise das dimensões de ensino, pesquisa, extensão, estágio e perfil de egressos em 51 projetos pedagógicos. Tem como objetivos sistematizar e apresentar essa experiência e fomentar o diálogo e o engajamento dos participantes do campo (coordenadores de curso, professores, pesquisadores, estudantes, egressos e profissionais) no esforço coletivo de compreender o campo, sua configuração e características.

Leia  o artigo de Carolina Andion e outros em https://periodicos.fgv.br/cgpc/article/view/86839/83788

No pós-guerra, nos anos dourados do capitalismo, tivemos o capitalismo gerencial, no qual os capitalistas ainda eram dominantes e os gerentes estavam no segundo plano. Nos anos neoliberais, que se seguiram, os capitalistas deixaram de controlar o processo de acumulação de capital e a inovação que os legitimava. Hoje, depois do colapso do neoliberalismo em 2021, estamos caminhando para um gerencialismo democrático e desenvolvimentista.

Leia o artigo de Luiz Carlos Bresser-Pereira em https://www.bresserpereira.org.br/256-novo_gerencialismo-novos_estudos_cebrap_for.pdf

Se antes era uma unanimidade que a máquina pública brasileira estava inchada, hoje especialistas defendem que a agenda a atacar é a da eficiência, modernização e gestão. Os gastos e o quantitativo do funcionalismo não são maiores do que a média internacional, mas escondem distorções e, na ponta, quem sofre é o cidadão.

Leia o artigo de Cássia Almeida e outros em https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/08/23/estado-eficiente-as-causas-e-possiveis-solucoes-para-o-mau-servico-publico-no-pais.ghtml

Este artigo apresenta o estado da arte de uma plataforma de monitoramento de áreas verdes urbanas – UrbVerde – para municípios do Estado de São Paulo. Sua construção se baseia em Cloud Computing e sensoriamento remoto orbital. Objetiva-se prover métricas de monitoramento das desigualdades socioambientais a partir das escalas municipal e intraurbana, incluindo indicadores de vegetação, temperatura de superfície e sistemas de espaços livres (parques e praças), relacionando-os com dados populacionais agrupados por setores censitários. Constitui-se, assim, uma base de informações acompanháveis e de livre acesso com potencial de aplicação para a construção de políticas públicas, a exemplo do programa Município VerdeAzul. Por meio das ferramentas interativas de análise e correlação de dados, destaca-se o aspecto inter-relacional das variáveis geográficas envolvidas, representando um ganho de inteligência de governança. Além disso, a abordagem utilizada fornece novos olhares sobre a distribuição e a acessibilidade das infraestruturas verdes nos municípios, promovendo a sensibilização dos gestores e uma maior inclusão da população nos processos de tomada de decisão. Deste modo, espera-se, com o apoio de uma tecnologia disruptiva, estimular conjuntamente o processo de suporte à decisão para a retomada verde na Década da Restauração de Ecossistemas (2021-2030), viabilizando o processo de transformação dos municípios em cidades inteligentes e sustentáveis. Leia o artigo de Marcel Fantin e outros em https://www.scielo.br/j/inter/a/JdJPGZ4g6hgcMJfcMRStMrP/?format=pdf&lang=pt

O território tem sido um conceito cada vez mais valorizado nas políticas públicas, especialmente no campo da proteção social. O presente trabalho tem como objetivo analisar os sentidos do território para profissionais da média complexidade do Sistema Único de Assistência Social da cidade de Joinville, SC. A proposta de investigação, orientada pela pesquisa-intervenção, deu-se por meio de um percurso formativo mediado por oficinas estéticas, cuja característica é o desenvolvimento de atividades criadoras seguidas de grupo de discussão. Foram realizados cinco encontros, com duração de três horas cada um, e, no final do percurso, um grupo focal com os participantes. Tendo como conceitos norteadores as dimensões do território, nas atividades propostas para cada encontro, utilizamos o mapa do município em questão como um recurso metodológico, o qual se mostrou um instrumento potente para pensar sobre o território e suas especificidades. As informações produzidas pelo percurso foram analisadas a partir do método de análise de conteúdo, que gerou as seguintes categorias: sentidos do território e percurso da pesquisa-intervenção; encontro entre perspectivas conceituais e experiência com o território; e território e cidade: percepções (des)construídas na prática socioassistencial. A pesquisa tornou-se espaço de significação, pois o percurso possibilitou a produção de uma reflexão nos participantes a partir daquilo que emergiu entre esses sujeitos e a discussão sobre território, compreendendo-o como um dos conceitos fundamentais nas políticas públicas. Portanto, o encontro de pesquisa configurou-se como um ato significativo. Leia o artigo de Jhonny William Candiotto Uttida e outros em https://www.scielo.br/j/inter/a/TTzwV8kXhSmTJj7XxRB5mHj/?format=pdf&lang=pt

O argumento do texto é que a cidade criativa apresenta potencial para impulsionar a capacidade humana de cocriar soluções para os problemas urbanos e promover o desenvolvimento local sustentável. Para que as cidades adotem essa nova lógica territorial, os gestores e planejadores devem primeiro entender como a criatividade se origina e sua rede interacional. Embora haja uma crescente literatura sobre o tema, pouca atenção tem sido dedicada à produção do espaço criativo. Para tanto, faz-se necessária a compreensão conceitual de espaço, território e sociabilidades, a partir de uma perspectiva sociológica. Desse modo, foi realizada uma revisão bibliográfica e documental. Os resultados apontam a demanda por gestão da criatividade pelas cidades e, em especial, algumas experiências brasileiras estão apenas priorizando aspectos econômicos em vez de mitigar a problemática urbana. A cidade criativa em sua essência transcende a classe criativa e a economia criativa, em que se trata de um modelo urbano multidimensional. Vê-se que o espaço criativo é uma produção social que reflete a sociedade que o produz, contudo, é benéfico uma melhor formulação de políticas que visam promovê-lo e a necessidade da realização de futuros estudos empíricos diante da emergência do fenômeno urbano.

Leia o artigo de Andréa Pereira da Silva e Henrique Muzzio em https://www.scielo.br/j/read/a/3QzBjgLT5jwdkJ6mKJHsfsP/?format=pdf&lang=pt

Governabilidade, em uma definição minimalista, denota a capacidade do Executivo de aprovar a sua agenda. Arranjos institucionais e as preferências dos atores influenciam essa capacidade. A governabilidade definida como aprovação da agenda não produz necessariamente boa governança. A montagem exitosa de coalizões governativas é precondição para tanto, mas sinaliza apenas ausência de crise e conflito aberto. Se não estiver ancorada programaticamente, é enxergada pelo eleitorado como conluio generalizado, “pax predatória”.

Leia o artigo de Marcus André Melo em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcus-melo/2023/09/governabilidade-nao-e-sinonimo-de-boa-governanca.shtml

O presente estudo tem o objetivo de investigar, inicialmente, os conceitos de soberania, bem como a sua breve evolução histórica, estabelecendo a relação entre o constitucionalismo democrático e os órgãos internacionais responsáveis pelas garantias dos Direitos Humanos. Estabelecidos tais conceitos iniciais, o trabalho se propõe a analisar o atual estágio dos debates acerca da efetividade das decisões de organismos internacionais e o procedimento para a sua internalização ou recepção. Na sequência, este estudo analisa a atual realidade brasileira, baseando-se, para tanto, em dois julgados, selecionados, um deles, com base na temporalidade, portanto, mais recente, e o outro em razão da sua relevância, ambos critérios devidamente delineados no presente artigo, contextualizados com a realidade regional. Assim, duas abordagens metodológicas distintas são adotadas: a primeira exploratória, justamente do enquadramento conceitual de cada um dos principais objetos que envolvem a questão analisada, por meio de uma pesquisa eminentemente bibliográfica; e a segunda, por sua vez, analítica, observando a realidade brasileira em relação às decisões de órgãos internacionais, com fulcro nos casos supramencionados. Ao final, partir do método dedutivo de pesquisa científica, o artigo esclarece que a questão relacionada à efetividade das decisões de organismos ou organizações internacionais deveria ser alterada na realidade brasileira, todavia, em razão das discussões apresentadas pelo trabalho, especialmente no tocante à soberania, a alteração deve ocorrer de lege ferenda, ou seja, através da mobilização política, com a alteração constitucional e de determinadas normas infraconstitucionais vigentes. Leia o artigo de Thiago Melim Braga e Carlos Gonçalves Júnior em https://www.scielo.br/j/inter/a/hYfRDdH5YpvSvSzbKKC66HB/?format=pdf&lang=pt

Existem exemplos no Brasil de combinação de políticas públicas, empreendedorismo privado e inovações tecnológicas que permitem aumentos recorrentes da produtividade, da renda das famílias e de crescimento econômico. Este artigo trata de duas experiências de sucesso: o Porto Digital do Recife e o agronegócio. Ambas têm em comum o desenvolvimento de novas tecnologias e o cuidado técnico no desenho da intervenção pública. A forma da intervenção pública tem detalhes específicos em cada caso, revelando a necessidade da análise cuidadosa das características do setor e das condições de contorno.

Leia o artigo de Marcos Lisboa em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcos-lisboa/2023/08/estado-e-desenvolvimento.shtml

Quanto mais neoliberalismo, maior a diferença entre a renda extraída pela posse de propriedade e a distribuída como retorno pelo trabalho. Em escala mundial, sua incapacidade de produzir crescimento econômico, combinada ao aumento da desigualdade, é proporcional à sua capacidade de corroer, por dentro, regimes democráticos

Leia o artigo de Sávio Cavalcante em https://diplomatique.org.br/a-retorica-da-reacao-neoliberal-e-o-futuro-do-igualitarismo/