Este artigo discute a complexa relação entre o Banco Mundial e o governo brasileiro no processo de implementação do Programa Bolsa Família, a partir de 2004. A hipótese é que houve alinhamento entre as agendas de combate à fome e à pobreza entre a instituição e o país. Tornou-se possível a transferência de instrumentos e experiências brasileiras para o mundo por meio do Banco Mundial. Baseado em técnicas de triangulação de dados, argumenta-se que o desenvolvimento de capacidade estatal para implementar o programa ocorreu em bases mais cooperativas do que impositivas da parte do Banco Mundial, em um jogo de soma positiva. O Brasil ganhou do Banco Mundial a chancela de modelo de transferência de políticas de combate à fome e à pobreza para o mundo e a organização internacional encontrou nova experiência de “best practices”, que renovou o portfólio de instrumentos de políticas públicas do banco. Como resultado, no último ano do segundo mandato de Lula, o Brasil tornou-se uma plataforma de exportação de políticas sociais no contexto internacional, sobretudo de políticas de combate à pobreza, à fome e de transferência de renda condicionada.
Leia o artigo de Cristiane Kerches da Silva Leite e outros em https://www.scielo.br/j/cint/a/sgxhSz4M8GnCGJNzXhTYVgk/?format=pdf&lang=en