Este trabalho tem como objetivo refletir sobre as propostas de desenvolvimento econômico e de infraestruturação urbana elaboradas pelo Plano Estratégico Salvador 360, produzido em 2017 pelo poder público municipal, em Salvador, na Bahia. Trata-se da análise de uma experiência de cunho neoliberalizante que, apesar da feição modernizadora, atualiza modelos antigos com grande potencial de agudização de problemas estruturais de segregação socioespacial. Os conceitos que estruturam este texto são os de neoliberalização, espoliação urbana, mais-valia fundiária e gentrificação, e as principais referências teóricas utilizadas são Neil Brenner, Nick Theodore, Jamie Peck, David Harvey, Lúcio Kowarick, Carlos Vainer e Inaiá de Carvalho. A metodologia utilizada foi a de análise de documentos oficiais, de dados secundários (Dieese, IBGE) e da plataforma digital AirBnB. O texto conclui que o referido plano, em um contexto de retrocesso político e de aumento da pobreza, intensifica a expulsão da população pobre das áreas centrais, amplia a apropriação privada da mais-valia urbana e a concentração da oferta de serviços, aprofundando a precarização do ambiente urbano e da qualidade de vida na cidade.
Leia o artigo de Maria Elisabete Pereira dos Santos e outros em https://www.scielo.br/j/osoc/a/wnHwWc6fhqFMKJdWkWRNnLd/?format=pdf&lang=pt