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Ainda que o desenvolvimento urbano seja tratado por meio de dimensões relevantes, a interdependência entre elas é inevitável.

Um exemplo disso é a atuação institucional para promover uma conscientização social sobre o ciclo de vida de produtos, padrões de consumo e seus impactos ambientais, econômicos e sociais, valendo-se do sucesso dessas dimensões para retroalimentar sua legitimidade e utilidade. Essas causalidades e o fluxo de benefícios ainda são pouco discutidos no país e possuem elevado teor teórico e subjetivo, carecendo de evidências consistentes para qualificar os processos decisórios e legitimar políticas públicas. São lacunas como a baixa expressividade dos impactos promovidos pela melhoria da mobilidade ou do saneamento na saúde e na educação, ou ainda a crescente dependência de iniciativas como essas de fontes ininterruptas de energia e comunicação. A fragilidade, a inexistência ou a abstração dessa visão orgânica resulta em políticas isoladas e míopes em sistemas sobrecarregados, os quais se esforçam para sobreviver à custa de fontes de recursos imediatos, aplicados de forma indiscriminada. Em muitos casos, o vulto e a complexidade das intervenções são incompatíveis com as capacidades locais disponíveis. Exigem conhecimentos e habilidades específicas e temporárias que podem ser complementadas por uma rede de parcerias com universidades, municípios limítrofes, esferas administrativas e empresas privadas. Essas redes são fortalecidas por normativas e arcabouços legais comuns em busca de um ambiente seguro, bem como compartilham conhecimento, habilidades e tecnologias. Ocorre, em relação a seus insumos, da mesma forma – eles são frequentemente indisponíveis ou insuficientes. Assim, em meio ao esforço para lidar com a diversidade que envolve o desenvolvimento urbano, o financiamento tem se mostrado uma restrição comum a todas as iniciativas, independentemente da relevância da disciplina. Por isso, modelos de negócios estão sendo estruturados para complementar requisitos, alinhar objetivos e atrair parceiros por meio do compartilhamento de responsabilidades e da entrega de benefícios mútuos.

Leia o artigo de Jean Marlo Pepino de Paula em https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/boletim_regional/214161_BRUA24_21_notas_pequisas_art_20.pdf

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