O artigo trata da relação entre raça, classe e rendimentos no Brasil, com o objetivo principal de investigar os determinantes das desigualdades raciais no mercado de trabalho do país.
Ao fazer uso de modelos de equações estruturais, analisamos o processo de estabelecimento de diferenciais de renda entre brancos e negros, desde sua origem social até a definição de salários, através da escolarização e alocação ocupacional. A análise, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios coletada em 2014 permite comparar os efeitos diretos, indiretos e totais da raça e origem social sobre a renda do trabalho. Os resultados mostram que, embora os efeitos totais de origem social sejam maiores que os efeitos raciais, o primeiro não pode explicar a maior parte das desvantagens sofridas pelos negros atualmente no Brasil, que ocorrem principalmente de modo indireto – através da educação e da ocupação. Assim, o artigo traz evidências novas, atualizadas e mais detalhadas para um debate de longa data.
Leia o artigo de André Salata em https://www.scielo.br/pdf/dados/v63n3/0011-5258-dados-63-3-e20190063.pdf