O objetivo deste artigo é explorar a temática da flexibilização do trabalho no contexto do capitalismo flexível, com vistas a propor um modelo teórico-analítico das diferentes classificações desse fenômeno.A partir de uma literatura de cunho crítico, apresentamos como questão fundamental a compreensão sobre quais são as múltiplas manifestações de flexibilidade e como elas afetam os trabalhadores e suas práticas produtivas. Buscando aventar o debate, o modelo proposto compreende 3 níveis analíticos interdependentes: flexibilidade contratual, flexibilidade funcional e flexibilidade espaço temporal. Cada nível apresenta 2 subcategorias que permitem classificar e analisar uma atividade de trabalho quanto a formas de vínculo, remuneração, conteúdo, autonomia, local de execução e duração. Ao longo do ensaio, apresentamos uma definição alternativa ao conceito de flexibilização do trabalho e defendemos que se trata de um fenômeno incompatível com o aprimoramento do processo de trabalho em favor dos trabalhadores, representando mais um movimento de acirramento do conflito capital versus trabalho. Configura-se, portanto, num mecanismo de exploração dos trabalhadores e de ampliação da produtividade da força de trabalho em busca de maior acumulação privada de capital.
Leia o artigo de Geraldo Tessarini Junior e outros em https://www.scielo.br/j/cebape/a/rfzDSSJckMDFg6y6NMywBhh/?format=pdf&lang=pt