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Nos últimos anos, uma sucessão de eventos climáticos extremos atingiu diferentes regiões do Brasil, com destaque para as chuvas intensas nos estados do Maranhão, Bahia, Rio Grande do Sul, Pará, Rio de Janeiro e, mais recentemente, São Paulo. As inundações e deslizamentos no litoral norte paulista ganharam destaque nos últimos dias em virtude do volume histórico (640 mm de chuva em 24 horas, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, Inmet) e das consequências (mais de 40 mortos, em torno de 1800 desalojados, mais de 700 desabrigados, segundo informações oficiais do governo de São Paulo). O que há algumas décadas poderia ser enquadrado enquanto tragédia, ou evento natural inesperado, hoje é inequivocadamente denominado evento climático extremo. O termo, empregado com frequência cada vez maior por acadêmicos e pela mídia (e ainda de forma muito limitada por tomadores de decisão), diz respeito aos efeitos das mudanças do clima antropogênicas, que aumentam a incerteza e instabilidade quanto à magnitude e permanência de eventos como o ocorrido no litoral paulista. Ao contrário do imaginário coletivo que entende a catástrofe climática como um episódio único, raro e de proporções globais, a crise é muito mais frequente e próxima ao cotidiano dos brasileiros, principalmente aqueles que habitam áreas de risco e de alta vulnerabilidade. As mudanças do clima já são realidade para a população periférica, em sua maioria negra e do sexo feminino.

Leia o artigo de Mariana Balau Silveira em https://diplomatique.org.br/caso-do-litoral-norte-paulista-um-chamado-a-adaptacao-na-era-da-injustica-climatica/

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