O objetivo deste artigo é analisar a evolução da guerra tecnológica entre China e EUA em um contexto de exacerbamento das estratégias tecno-nacionalistas de desenvolvimento industrial e tecnológico.
Parte-se da hipótese de que tais políticas, ao impulsionarem as tecnologias características da Indústria 4.0, têm como objetivo forjar um novo paradigma tecno-econômico e assim reconfigurar as bases sobres as quais se assentam a dinâmica da concorrência intercapitalista e interestatal. A partir deste contexto, a principal contribuição pretendida pelo trabalho é a análise das implicações da Guerra Tecnológica entre China e EUA a partir da segmentação do paradigma tecno-econômico da Indústria 4.0 em diferentes camadas, para além do debate tradicional acerca da transição para as redes de comunicação 5G. Conclui-se que é nas camadas associadas à serviços inteligentes, inteligência artificial e big data que residem as maiores potencialidades de desenvolvimento chinesa. Em contrapartida, é na subcamada de infraestrutura habilitadora relacionada aos semicondutores de última geração que se observa a lacuna central da estratégia chinesa – expressa no Made in China 2025 e nos objetivos rascunhados para o China Standards 2035 – de fazer com que seu parque produtivo e suas tecnologias se posicionem em um espaço hierarquicamente superior na dinâmica internacional da concorrência interestatal.
Leia o artigo de Antônio Carlos Diegues e José Eduardo Roselino em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD401.pdf