Janeiro de 2021, o grupo Ford anuncia o fechamento definitivo de sua última linha de montagem ainda em operação no Estado de São Paulo, Brasil.
A fabricante norte-americana foi a primeira gigante automobilística a colocar os pés no país em 1921. Após a saída da Mercedes-Benz, a redução das capacidades produtivas da Honda e da Nissan, o anúncio do grupo Ford teve o efeito de uma pequena trovoada nos meios econômicos. Com o passar do tempo, a ampliação do mercado interno e as chamadas políticas proativas de “substituição de importações”, o Brasil conseguiu atrair os principais fabricantes mundiais. ao seu território. Esse tempo parece ter acabado. A propósito esta indústria não é a única a estar a meio mastro. Com a saída da japonesa Sony, da coreana LG, da fabricante franco-suíça de cimento Lafarge-Holcim, para citar apenas alguns, o descontentamento está afetando setores inteiros da manufatura brasileira. O país obviamente não é mais popular entre grandes grupos industriais multinacionais. A causa, é claro, a pandemia de Covid-19. Esta conjuntura excepcional afetou também as indústrias líderes nacionais, em particular as de metalurgia, vestuário e equipamento de transporte localizadas principalmente no sul do país. Se, em 2020, a indústria como um todo declinou em proporções próximas às da economia geral, apenas 4,5%, isso se deve ao bom desempenho das atividades extrativas industriais (mineração), petróleo e agroalimentares de transformação de carne ou cana-de-açúcar, por exemplo. Em suma, todos setores diretamente ligados ao setor primário da economia brasileira. Portanto, é difícil atribuir tudo à crise sanitária. O movimento de desindustrialização, como em outros países do mundo, é visível desde o final da década de 1980 e se acelerou com a forte crise de 2013-2014, e em seguida com a crise sanitária de 2020.
Leia o artigo de Julien Dourgnon em https://www.alternatives-economiques.fr/leconomie-bresilienne-de-regression/00099738