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Este estudo procura evidenciar que a conhecida definição de saúde como um completo bem-estar, conforme consta dos estatutos da Organização Mundial de Saúde (OMS), definidos em 1946, surgiu da influência da doutrina utilitarista de Jeremy Bentham sobre alguns médicos europeus propugnadores da medicina social.

Considera-se que a ideia de completo bem-estar deve também ser interpretada prospectivamente pela questão econômico-social do desenvolvimento, conforme seria ratificado em 1952 mediante as ideias desenvolvimentistas do economista sueco Gunnar Myrdal. Neste trabalho, são expostas brevemente as ideias desenvolvimentistas de dois médicos brasileiros, seguidores de Myrdal, Josué de Castro e Mário Magalhães da Silveira. Ademais, o texto defende a tese de que a difusão dos estudos acerca da transição epidemiológica a partir da década de 1970 fez com que médicos pesquisadores de diferentes partes do mundo viessem a renovar seu interesse pela questão do desenvolvimento, especialmente em relação à prioridade das doenças tropicais negligenciadas, entendidas como uma falência da promessa de saúde como completo bem-estar. Adicionalmente, o texto enfoca as ideias de cunho humanista de Amartya Sen sobre saúde como liberdade, e a concepção fenomenológica de Martin Heidegger sobre saúde como estar bem.

Leia o artigo de Roberto P. Nogueira em https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/TDs/201002_td_2598_web.pdf

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