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A pandemia do Covid-19 está produzindo uma depressão econômica que poderia ser substancialmente reduzida se o Estado em cada país, além de fazer os gastos necessários na saúde, compensasse as empresas e famílias que estão perdendo com as políticas de distanciamento social e confinamento. Os governos, no entanto, limitam seus gastos para não aumentar a dívida pública. Mas existe a possibilidade de os bancos centrais comprarem novos títulos dos tesouros dos próprios países para financiar tais gastos. Considerando as várias restrições econômicas enfrentadas pelos formuladores de políticas, essa política não entrará em conflito com a restrição de inflação. O dinheiro é uma variável endógena que não causa, mas apenas sanciona a inflação em curso. O financiamento monetário entra parcialmente em conflito com a restrição fiscal, mas evita o aumento da dívida pública. E não traz as más consequências da indisciplina fiscal – demanda excessiva que, sucessivamente, causa aumento das importações e déficits em conta-corrente que apreciam a moeda nacional, aceleração ou inflação e crises de balanço de pagamentos. O financiamento monetário do Covid-19 não causará nenhum desses três males.

Leia o artigo de Luiz Carlos Bresser-Pereira em https://www.scielo.br/pdf/rep/v40n4/1809-4538-rep-40-04-604.pdf

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