De 2014 a 2017, o Brasil experimentou uma deterioração fiscal sem precedentes causada por fatores multidimensionais. De acordo com a literatura econômica, para lidar com tal crise, é recomendado adotar um programa de consolidação fiscal baseado em corte de gastos mais do que baseado em aumento de impostos. Contudo, a forma como a crise evoluiu recentemente no Brasil traz uma nova perspectiva de orientação de política fiscal. O artigo sugere um programa de consolidação fiscal combinando tanto corte de gastos quanto aumento de impostos. De um lado, a peculiaridade dos gastos governamentais brasileiros demanda reformas com impactos duradores, mas geralmente apresentam baixo impacto fiscal de curto prazo. De outro lado, como os resultados fiscais de curto prazo ancoram a confiança, aumentos em impostos seriam pilar importante da política econômica para mitigar a deterioração fiscal no curto prazo. É esperado que a contração do PIB seja mais severa do que no caso de simples medidas de corte de gastos, mas provavelmente a contração seria menos prolongada.
Leia o artigo de Márcio Holland em http://www.scielo.br/pdf/rep/v39n1/1809-4538-rep-39-01-88.pdf