Nos últimos anos, o debate econômico no Brasil tem sido moldado por um conjunto de pressupostos teóricos que, sob a aparência de neutralidade técnica, orientam as políticas públicas para um padrão de austeridade fiscal permanente, retração do Estado e manutenção de políticas monetárias restritivas. Essas ideias, amplamente difundidas por economistas ortodoxos e instituições financeiras, foram naturalizadas no senso comum. No entanto, essas premissas econômicas refletem mais do que escolhas técnicas equivocadas. Elas são manifestações de interesses específicos que, ao serem naturalizadas, obscurecem os impactos sociais e distributivos das políticas adotadas. A defesa constante da austeridade reforça um modelo de desemprego disciplinador, concentração de renda e desmonte de serviços públicos essenciais, visando à sua mercantilização. As políticas de juros altos transferem recursos para o setor financeiro e servem de ferramenta de pressão nas mãos de um Banco Central subordinado ao mercado.
Leia o artigo de David Deccache em https://www.corecon-rj.org.br/anexos/D883FFDB166A2667076CAAC435DE9CC6.pdf