política monetária

O principal objetivo do presente trabalho, que adota uma perspectiva de economia política, é contribuir para um debate sobre trajetórias alternativas para os bancos centrais e para a política monetária no século XXI. A urgência de lidar com a instabilidade financeira, a inflação, as desigualdades crescentes e com as questões ambientais aponta para a necessidade de reconfigurar o papel dos bancos centrais e das instituições monetárias, para que possam atuar de forma mais abrangente. Se, por um lado, é fato que o conjunto de reformas que são necessárias para assegurar a sustentabilidade de nossa sociedade excede o escopo de atuação dos bancos centrais, por outro é crucial reconhecer que os bancos centrais possuem um poder muito significativo, que deve ser exercido em prol da sociedade. Consequentemente, sem a adoção de uma abordagem mais adequada em relação à moeda e sua governança, existe um risco considerável de que políticas cruciais para enfrentar questões prementes possam permanecer sem implementação.

Leia o artigo de Simone Deos e Fernanda Ultremare em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD471.pdf

A gestão da política monetária brasileira é marcada pelo conservadorismo desde a década de 1990. No primeiro governo de Dilma Rousseff, o Banco Central reduziu a taxa de juros a seu então piso histórico, parecendo romper com este padrão. Entretanto, de 2013 em diante, as diretrizes de política foram revistas, com a restauração de um conservadorismo ainda mais agudo. Este artigo descreve o comportamento da política monetária no Brasil entre 2011 e 2016, apresentando seus condicionantes ao longo do tempo. Analisa-se de que forma o arcabouço de metas para inflação respondeu às pressões sob a ótica da economia política e como a convenção em prol de elevadas taxas de juros se reafirmou após 2013. Argumenta-se que o comportamento rentista de empresas não-financeiras e a inação do governo em modificar a institucionalidade do referido regime sustentaram este comportamento da política monetária brasileira.

Leia o artigo de Norberto Montani Martins em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/ES/74/02_MARTINS.pdf

O quadro macroeconômico que aqui apresentamos vai muito além do “tripé” tão falado, superávit primário, câmbio flutuante e meta de inflação. Em termos gerais resume o dreno financeiro que assola o país, que provoca paralisia econômica, uma tragédia social e dramas ambientais, mas que gera também suficientes recursos no topo da pirâmide social para travar as mudanças institucionais necessárias.

Leia o artigo de Ladislau Dowbor em https://diplomatique.org.br/o-dreno-financeiro-que-paralisa-o-pais/

O artigo avalia como na economia brasileira durante os primeiros meses da pandemia da Covid-19 a dinâmica privada de alocação da riqueza financeira potencializou a instabilidade macroeconômica, condicionando as possibilidades e os limites das políticas fiscal e monetária, em particular via efeitos sobre o câmbio. (mais…)

O debate econômico no Brasil mudou muito nos meses recentes, mas ainda está engatinhando em face da dimensão avassaladora da crise. Logo nos primeiros momentos, estabeleceu-se virtual unanimidade quanto à urgência de uma rápida e substancial ampliação do gasto público. (mais…)