plataformas digitais

O Brasil tem uma população economicamente vulnerável muito mais dependente das redes sociais para se comunicar e se informar, o que torna ainda mais importante a regulação dessas plataformas no país, afirma Clara Iglesias Keller, líder de Pesquisa em Tecnologia, Poder e Dominação no Instituto Weizenbaum de Berlim. Apesar de o Brasil ter feito avanços fundamentais nas leis que regem as relações digitais, com o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), de 2014 e 2019 respectivamente, aspectos importantes das operações dessas empresas estão descobertos, e falta transparência sobre a sua atuação, o que pode sujeitar a sociedade, sobretudo grupos minoritários, a violências físicas e virtuais. Para a pesquisadora brasileira, o recente ataque do empresário Elon Musk, dono da rede social X, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes é muito mais uma tentativa de se resguardar da possibilidade de regulação do que uma discussão sobre liberdade de expressão.

Leia o artigo de Sofia Fernandes em https://www.dw.com/pt-br/n%C3%A3o-sabemos-com-quais-crit%C3%A9rios-plataformas-tomam-decis%C3%B5es/a-68805397

O avanço das tecnologias digitais na última década motivou análises a respeito de uma nova era no capitalismo. A maioria delas, contudo, é estreita em escopo, por abordar apenas tecnologias isoladas. Além disso, são curtas em temporalidade, por não reconhecerem os vínculos destas tecnologias digitais com o bloco de tecnologias de informação e comunicação precedentes. Propõe-se no presente trabalho uma visão de escopo mais amplo e temporalidade mais extensa para preencher estas lacunas. Conceituou-se o Sistema Tecnológico Digital (2010-2020) como o cluster de inteligência artificial, computação em nuvem e Big Data. Este cluster gera três fluxos de inovações: digitização, algoritmização e plataformização. As relações autocatalíticas entre as tecnologias deste cluster e entre sistemas prévios de TIC indicam continuidade histórica. No entanto, o fenômeno da comoditização de dados que se desdobra deste sistema configura-se como descontinuidade histórica de monta.

Leia o artigo de Victo José da Silva Neto e outros em https://www.scielo.br/j/rbi/a/bySdpVGyHNkGvYBr5qVgpmh/?format=pdf&lang=pt

Tem surgido uma vasta gama de estudos sobre a precarização dos trabalhos uberizados, todavia, há uma lacuna referente a como esses trabalhos precários se integram ao movimento global de valorização e apropriação privada de valor. Assim, este ensaio objetiva a apreensão do movimento de reprodução do capital cuja base material concretiza-se nas dinâmicas das plataformas digitais, demonstrando as diferentes formas como o trabalho intermediado é engendrado no processo global de acumulação. Com uma abordagem materialista histórica, analisamos o fenômeno da uberização do trabalho no movimento de expansão da produção e circulação de mercadorias, perscrutando a dinâmica das principais empresas-plataformas quanto à sua relação com trabalhadores(as) e clientes, desvelando mediações no movimento do valor, que culmina em três formas de intermediação do trabalho: (a) Forma 1: como mercadoria de meio de consumo individual; (b) Forma 2: com parte dos processos de trabalho de um capital industrial; e (c) Forma 3: como moderador de relações de troca. Concluímos indicando que as três formas dos produtos na uberização nos ajudam a perceber como este processo de produção da mercadoria submete homens e mulheres às condições de trabalho precárias e ao aumento da exploração. As Formas 2 e 3, mais complexas e mediadas, demonstram como a uberização do trabalho se espraia na cadeia produtiva e propicia a extração e atração do mais-valor alhures, denotando o caráter imperialista da dinâmica capitalista nos dias atuais.

Leia o artigo de David Silva Franco e outros em https://www.scielo.br/j/osoc/a/zH4jGR87cRqFxsgVSZFp7hB/?format=pdf&lang=pt

O avanço das tecnologias digitais na última década motivou análises a respeito de uma nova era no capitalismo. A maioria delas, contudo, é estreita em escopo, por abordar apenas tecnologias isoladas.

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As tecnologias sempre causaram transformações abruptas nos currículos pedagógicos. No processo, longo e híbrido, de adaptação às mudanças técnicas, é gerada uma série de descompassos nas redes de educação, pois, normalmente, tal processo é movido por interesses comerciais.

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