educação

O presente artigo apresenta resultados de pesquisa sobre os postos de trabalho que têm sido gerados por uma economia em processo de desindustrialização e reprimarização, concomitante a fortes influxos na educação científica e tecnológica. O objetivo foi avaliar o impacto da estrutura econômica brasileira sobre as políticas públicas educacionais para formação da força de trabalho necessária a esse mercado, principalmente dos egressos do ensino médio e profissionalizante. Por ser um período onde a inserção no mundo do trabalho torna-se equivalente à educação, a última etapa da educação básica tem um importante papel principalmente para aqueles que vivem do trabalho. Entretanto, entre expectativa e realidade, as ocupações têm sido para baixa e média complexidade, mesmo diante da escolaridade juvenil em ascensão. Com baixa intensidade tecnológica de sua estrutura produtiva, a educação para os jovens tende a se orientar para fornecer os recursos humanos para essa economia. Este estudo se baseia em dados disponíveis nos Ministérios do Trabalho, Educação e Economia, no IBGE, no IPEA e na OIT, ancorado em arcabouço teórico relacionado aos temas educação e trabalho. Como resultado, é possível inferir uma (re)tomada econômica de baixa atividade tecnológica em curso, e uma correspondente pressão sobre a educação técnico-científica para a formação de trabalhadores destinados a esse mercado em ascensão.

Leia o artigo de Luciano Edison da Silva e Roberto Antonio Deitos em https://www.scielo.br/j/ep/a/HF7gqJDMzRmGDBbPQJzrRbh/?format=pdf&lang=pt

Cabe às escolas o papel de educar a sociedade, necessariamente sob um marco legal apropriado. Mas quando mudanças na Educação são consideradas, é altamente provável que esse marco precisará ser alterado. Contudo, as interações da Educação com a lei são confusas, cheias de perplexidades e desapontamentos. O propósito do presente ensaio é explorar os meandros dessa interação prenhe de interrogantes.

Leia o artigo de Claudio de Moura Castro em https://www.scielo.br/j/ensaio/a/hVqCBY9CMyt7ZH7vZfJ7Vnw/?format=pdf&lang=en

En 2015 se aprobó la Agenda 2030 de Desarrollo Sostenible por la Asamblea General de las Naciones Unidas. Allí, en el cuarto Objetivo del Desarrollo Sostenible (ODS4), se definió la importancia de una visión inclusiva, equitativa y de calidad para la educación. Este Informe Regional muestra un balance de su implementación en América Latina y el Caribe en el periodo 2015-2021, analizando sus logros e identificando los desafíos que puedan orientar la toma de decisiones de política educativa en la próxima década y promover el cumplimiento de los objetivos planteados al 2030. Esta publicación constituye un esfuerzo conjunto de la Oficina Regional de Educación de la UNESCO para América Latina y el Caribe (OREALC/UNESCO Santiago), la Oficina Regional de UNICEF para América Latina y el Caribe (UNICEF LACRO) y la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL). El informe responde al mandato surgido de las últimas dos reuniones regionales de ministras y ministros de educación de América Latina y el Caribe. Es parte de un compromiso del Comité de Dirección Regional ODS-E2030 con el seguimiento de los acuerdos pautados y del aprendizaje de los logros y desafíos en marcha.

Leia o documento em https://estrategia.la/2022/09/20/la-encrucijada-de-la-educacion-en-america-latina-y-el-caribe/

Este texto tem por objetivo apresentar as disputas em torno do debate sobre a qualidade da educação no Brasil, sob a luz do materialismo histórico e dialético. Para tanto, o texto apresenta as perspectivas antagônicas sobre a qualidade da educação no debate político-educacional atual e indica que a disputa ideológica presente no debate, de um lado, pretende manter a lógica do modo de produção capitalista e, de outro, romper com a divisão social e, no limite, colaborar para a instauração de uma sociedade verdadeiramente justa, livre e igual.

Leia o artigo de Simone de Fátima Flach em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/wCSdjxp5sLWwfFWK6TFsd7H/?format=pdf&lang=pt

Ao analisar os microdados da PNAD-C (2012-2022), este artigo investiga as oportunidades educacionais e de acesso ao trabalho entre os jovens. A taxa líquida de matrícula no ensino médio avançou entre os jovens com 15 a 17 anos, mas um modelo de transições indica que as desigualdades raciais no acesso ao ensino médio aumentaram entre 2017 e 2022, enquanto a escolaridade da mãe condiciona a formação básica na idade adequada. Ademais, o papel do jovem-estudante se consolidou entre os adolescentes com 15 a 17 anos, mas, para o grupo com 18 a 24 anos, a exclusão dos estudos e do trabalho prevalece entre os jovens negros e do sexo feminino. Por fim, a residência com crianças é decisiva para o acesso a oportunidades entre as mulheres pobres.

Leia o artigo de Vitor Matheus Oliveira de Menezes e Raquel Souza dos Santos em https://www.scielo.br/j/ts/a/jpQzTDLdnWjLk8pmctyRKXL/?format=pdf&lang=pt

O objetivo deste artigo é investigar como a educação afeta 1) a estruturação das atitudes por políticas sociais, definida como a correlação entre atitudes em diversas áreas – por exemplo, educação, saúde, redistribuição de renda e seguridade social –, e 2) a relação dessa estruturação com o voto em partidos de diferentes filiações ideológicas. Mostra-se que o acúmulo de escolarização aumenta a estruturação das atitudes, bem como que, em caso de atitudes mais estruturadas que ganhem conteúdo ideológico a favor/contra políticas sociais, é somente quando a escolarização é alta que esses posicionamentos se associam mais fortemente com o voto em partidos de esquerda/direita. Analisam-se opiniões políticas e comportamento eleitoral coletados em surveys de opinião, no ano de 2016, em mais de trinta países. Leia o artigo de Diogo Ferrari em https://www.scielo.br/j/es/a/bsRPQDmnhZT3xhwzSSXQRpG/?format=pdf&lang=pt

O artigo é um ensaio teórico que surge a partir de um experimento de pesquisa compartilhado entre o Laboratório das Memórias e das Práticas Cotidianas e o Movimento Social FOME. Discute práticas de educação não formais promovidas por esse movimento, que atua em bairros periféricos de Sobral, cidade localizada ao norte do estado brasileiro do Ceará. O propósito é mostrar que essas práticas não formais de educação em bairros associados à violência e a pobreza podem ser vistas como formas de construção de resistências. A resistência das “quebradas” é pela construção de uma humanidade no sentido pleno do conceito. Essas práticas educacionais não formais também vão servir de parâmetro para repensarmos as práticas escolares em determinadas questões, com especial destaque para práticas de democracia direta, autogestão, corresponsabilidade, liberdade criativa, valorização do lugar geográfico e lugar de fala, assim como a defesa da humanidade plena.

Leia o artigo de Nilson Almino de Freitas e Francisco Renan Dias Marques em https://www.scielo.br/j/rbedu/a/pwvvqJpcJxWbpMRsRTV38sk/?format=pdf&lang=pt

Esse artigo analisa em detalhe as mudanças nas estruturas que conectam o sistema educacional e o mercado de trabalho no Brasil nos últimos 30 anos. Usando a metodologia de linkages proposta por DiPrete et al. (2017) e Elbers (2021), identificamos mudanças na trajetória que conectam educação e ocupação que resultaram da rápida expansão educacional brasileira, diferenciando entre mudanças na composição e na estrutura dessas conexões. Nossos resultados demonstram que o aumento no nível de escolaridade não impactou substancialmente a alocação ocupacional dos trabalhadores brasileiros, mas que houve impactos distintos para trabalhadores de diferentes grupos etários e para trabalhadores com diplomas universitários em áreas de estudo diferentes. Esses resultados sugerem que as características da expansão educacional no Brasil nos últimos 30 anos – i.e., a privatização, concentração de áreas de estudo, e discrepâncias de qualidade – contribuíram para o enfraquecimento das conexões entre o sistema educacional e o mercado de trabalho.

Leia o artigo de Luciana de Souza Leão e outros em https://www.scielo.br/j/civitas/a/gHy3cfYxXdbbSncSsmV8rCN/?format=pdf&lang=en

A extensão da vida laboral está ligada aos anos acumulados de estudo pelos indivíduos e às características do sistema de previdência social (COILE, 2018; GRUBER; WISE, 1999). No Brasil, ao longo das últimas décadas, as pessoas têm adquirido maior educação formal e entram tardiamente no mercado de trabalho, mas a disponibilidade de programas de aposentadoria faz com que saiam precocemente, mesmo que estejam experimentando ganhos em longevidade (QUEIROZ; FERREIRA, 2021). O presente estudo busca caracterizar as transformações, ao longo do tempo, da participação laboral de indivíduos em idades avançadas, considerando as mudanças na composição educacional. Para tanto, foram utilizados os microdados dos Censos Demográficos (1980, 1991, 2000 e 2010), obtidos no IPUMS, e da PNAD de 2015. A participação na força de trabalho foi estimada a partir de modelo logístico binário que considera seus potenciais determinantes e também representa as desigualdades que marcam o contexto. Os resultados mostram que a propensão de estar em atividade se relaciona positivamente à escolaridade. No entanto, pouco mudou no que tange às condições de trabalho de pessoas mais velhas. A precariedade enfrentada por essa mão de obra subsiste ao longo do tempo e persistem as desvantagens de mulheres e negros no que se refere à atuação no mercado de trabalho.

Leia o artigo de Anderson Rocha de Jesus Fernandes e Bernardo Lanza Queiroz em https://www.scielo.br/j/rbepop/a/9ddWyzVWmf5WHNVHSFSnmjm/?format=pdf&lang=pt

O presente estudo objetivou analisar as “Propostas das universidades federais brasileiras aos candidatos à presidência da república em 2022”, produzidas pela Andifes, à luz do Governo Bolsonaro. Trata-se de um estudo qualitativo e documental. O corpus de pesquisa foi constituído pelas referidas “Propostas”, pelo Plano de Governo de Bolsonaro de 2018 e por documentos do Portal da transparência. Constatou-se a presença de demandas políticas e orçamentárias, com destaque para o respeito a autonomia, para a assistência estudantil, definição de estratégias de expansão e recomposição orçamentária. Conclui-se que as propostas apresentadas pela Andifes buscam um revir para antes da onda disruptiva produzida na educação brasileira pelo Governo Bolsonaro.

Leia o artigo de Luiz Alberto Pilatti e outros em https://www.scielo.br/j/aval/a/7nMRG8Fxbwb8sMGDcFf64qx/?format=pdf&lang=pt