movimentos sociais

Examino a forma como sociedade civil e movimentos sociais disputam os sentidos e as práticas da representação para responder ao descolamento entre a sociedade e suas instituições políticas. Estudo os mandatos coletivos no Brasil, onde grupos de cidadãos se candidatam conjuntamente para cargos legislativos e, se eleitos, exercem o mandato de maneira coletiva. Esses atores políticos buscam um novo modelo de política, atento à dimensão descritiva, coletiva e participativa. A investigação revela que as práticas tanto participativas como as típicas dos movimentos sociais não apenas complementam a representação política, mas a transformam. Isso é evidenciado pela integração de projetos e pautas desses movimentos sociais ao legislativo, adaptação de repertórios contenciosos na institucionalidade e diversificação das dinâmicas participativas.

Leia o artigo de Debora Rezende de Almeida em https://www.scielo.br/j/rsocp/a/bvwDDQYGLtzsgJ8pbDXhKrn/?format=pdf&lang=pt

Da falta de atenção em questões sociais por empresas até demandas climáticas globais, indivíduos e grupos organizados podem utilizar-se do ativismo social para reivindicar mudanças corporativas. Com base no reconhecimento de que o ativismo social influencia as organizações, este estudo tem como objetivo analisar seu efeito em organizações. Por meio de uma revisão do tipo integrativa para análise do uso teórico, de constructos, achados e lacunas, foram identificados 152 artigos nas bases de dados Scopus e no Portal de Periódicos da Capes. Os resultados apontam para a análise do ativismo social sob diferentes lentes teóricas. Como fenômeno de estudo, ele se materializa em ações isoladas ou em movimentos coordenados na promoção e no apoio a uma causa específica, trazendo efeitos diversos para as organizações. A igualdade de gênero, a diversidade nas empresas, o impacto ao meio ambiente, as questões sociais e de governança são exemplos de causas ativistas, e os estudos apontam para o uso de táticas diversas na promoção do ativismo social. Na esfera teórica, não se verificou a aplicação de uma perspectiva teórica única, e grande parte dos estudos não mencionou uma perspectiva teórica específica. As teorias mais recorrentes identificadas nos artigos foram a teoria da agência, a institucional, a de stakeholders, a do ativismo digital, a da dependência de recursos (RDT), a do movimento social e a da mobilização de recursos. A conexão teórica, portanto, pode trazer novas contribuições para o estudo do fenômeno.

Leia o artigo de Djeison Siedschlag e Jeferson Lana em https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/89573/84489

A teoria de Alain Touraine sobre os Movimentos Sociais (MS) os caracteriza por possuírem uma identidade coletiva própria, adversário definido e uma aposta disputada por estes dois adversários. Este artigo tem como tese que a teoria de Touraine sobre MSs não contempla em si o seu lema principal: a Emancipação. Nesse sentido, acredita-se que as ideias de Boaventura de Sousa Santos podem contribuir para identificar MSs com potencial emancipatório. Como forma de ilustrar estes conceitos, são apresentados exemplos de MSs no Brasil e no mundo, analisando-os à luz das teorias citadas.

Leia o artigo de Helga Midori Iwamoto e outros em https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/91079/85609

Este artigo discute duas diferentes fases de aclimatação do neoliberalismo como prática de governo das cidades no Brasil. A primeira, como progressismo neoliberal e a segunda, como gestão autoritária, austera e militarizada do colapso social. Na primeira parte, dialogo com os trabalhos de Dardot e Laval (2009 e 2016) e de Dardot et al. (2021), para inscrever o debate proposto na transição entre duas expressões do neoliberalismo, primeiro, como razão mundo ou racionalidade política e segundo, como estratégia de guerra. Na segunda parte, tais fases serão observadas a partir de recentes transformações nas práticas de governo das cidades, através da análise de alguns exemplos relacionados aos últimos programas de provisão habitacional e regularização fundiária vigentes no Brasil.

Leia o artigo de André Dal’Bó da Costa em https://www.scielo.br/j/cm/a/TdJcwPwvPgjLwVjV7Wxc8yB/?format=pdf&lang=pt

O presente artigo tem por objetivo analisar as confluências entre a agenda neoliberal capitalista e o conservadorismo moralista religioso, sobretudo as alianças de ocasião travadas por ambos. Com ênfase nas opressões de gênero e sexualidade fomentadas pelo conservadorismo de matriz cristã, são traçadas perspectivas de resistência pelo Serviço Social brasileiro, em especial considerando a profunda relação entre este e os Movimentos Sociais.

Leia o artigo de Rodrigo Augusto T. M. Leal da Silva em https://www.scielo.br/j/sssoc/a/v7yZpbwHsxxyvcN5ZCywY5m/?format=pdf&lang=pt

O artigo busca propor princípios e dimensões para a análise das relações entre movimentos sociais e partidos políticos. O exame desse fenômeno evidencia como trajetórias de interação e intersecção entre esses atores se sedimentam em encaixes partidários e eleitorais e são mobilizados por ativistas para influenciar políticas públicas. A proposta é aplicada ao estudo das interações entre o movimento LGBT+ e o PT.

Leia o artigo de Matheus Mazzilli Pereira em https://www.scielo.br/j/nec/a/gjM4nczHx3mMjykdPkncHSm/?format=pdf&lang=pt

O objetivo deste artigo é identificar e analisar as frames mobilizadas pelos movimentos feministas para tratar da violência contra as mulheres, bem como discutir suas influências nas políticas públicas. O corpus de pesquisa constitui-se de matérias publicadas nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo, em períodos de tempo relacionados a três ações estatais de combate à violência contra a mulher: i) criação das delegacias da mulher, em 1985; ii) estabelecimento dos juizados especiais criminais, em 1995; e iii) aprovação da Lei 11.340 de 2006 (Lei Maria da Penha). Os resultados indicam que, ao longo dos períodos analisados, uma master frame, “violência contra a mulher”, ressoou na opinião pública e fez esta questão ser reconhecida como um problema pelo Estado, que estabeleceu medidas para seu enfrentamento.

Leia o artigo de Yohana Wihby Ventura e outros em https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/88579/83325

Argumentamos que a influência dos movimentos sociais sobre as políticas públicas é marcada por uma porosidade bilateral, na qual os movimentos tanto buscam penetrar nos poros do Estado quanto se abrem para que este permeie suas organizações. Por meio de dois estudos de caso, o Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) e Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR), mostramos como tais movimentos organizam seus espaços incluindo o Estado, que, nesse contato, legitima pautas, qualifica-se nelas e presta contas.

Leia o artigo de Monika Dowbor e outros em https://www.scielo.br/j/nec/a/q3f3ZLDvSS8jXm8BSS59fJc/?format=pdf&lang=pt

Este trabalho realiza um estudo sobre o caso da tramitação legislativa e aprovação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação em 2020, com objetivo de analisar a atuação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação como um exemplo paradigmático de participação da sociedade civil na elaboração de políticas públicas educacionais. (mais…)

Este trabalho realiza um estudo sobre o caso da tramitação legislativa e aprovação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação em 2020, com objetivo de analisar a atuação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação como um exemplo paradigmático de participação da sociedade civil na elaboração de políticas públicas educacionais. (mais…)