inovação

Segurança pública é tema complexo que compreende diversas linguagens, atores e disciplinas. Ela é interpretada a partir de múltiplos paradigmas e sob distintas abordagens, que influenciam desde as etapas mais abstratas de conceituação e percepção da insegurança, até fases de dissenso acerca das propostas concretas para seu enfrentamento e controle. Cada vez mais, governança pública, academia, iniciativa privada, sociedade civil articulam-se, em rede, para tratar deste assunto que repercute nos direitos humanos mais fundamentais. Essa multiplicidade de olhares precisa ser cuidadosamente compreendida e sintetizada. Por essa razão, desenvolve-se o presente estudo que objetiva traçar o quadro geral do conhecimento científico publicado acerca da inovação em segurança pública. Trata-se de estudo descritivo, de abordagem quantitativa e do tipo revisão bibliométrica. Foram analisadas 261 publicações, sem filtro de tempo, espaço ou linguagem, encontradas na base de dados da Scopus, a partir da sintaxe: (“Public Security” or “ Public Safety”) and Innovation. Os resultados evidenciam que há dois fortes movimentos, não dicotômicos, sendo desenvolvidos, em concomitância, na área de segurança pública: o primeiro, mais disciplinar, tem enfoque no desenvolvimento de tecnologias e na gestão da informação, o segundo, com enfoque mais transdisciplinar, trata, sobretudo, de ocupação territorial inteligente. De forma mais específica, identificou-se cinco eixos temáticos nos artigos: tecnologias, ocupação territorial, aplicação da lei, administração e saúde. Outro ponto, percebido, ao se medir os fluxos de comunicação, foi a constatação que as redes internacionais de colaboração entre pesquisadores ainda são efêmeras, o que pode sugerir carência no amadurecimento das redes de aprendizagem.

Leia o artigo de Carlos Francisco Oliveira Nunes e outros em https://www.scielo.br/j/emquestao/a/czPjcwyJDWKcLzCsXPPvznB/?format=pdf&lang=pt

Este artigo oferece uma breve reflexão sobre a natureza do investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil. Seu objetivo é proporcionar alguns insumos para avançar no debate sobre esse tema na sociedade brasileira. Desde 1999, o Brasil tem aumentado de maneira consistente o seu investimento em P&D, considerado um dos insumos para inovação e produtividade. Porém, tal esforço tem gerado resultados limitados. Esses resultados limitados não parecem refletir mera insuficiência de investimentos em inovação no Brasil, mas a maneira e a eficácia de sua implementação.

Leia o artigo de Carlos Ivan Simonsen Leal e Paulo N. Figueiredo em https://www.scielo.br/j/rap/a/th4kPMNYksKFkZDwSdWs7Zj/?format=pdf&lang=pt

O presente artigo visa verificar a relação entre inovação e progresso social para o avanço da igualdade de gênero em esfera global. Para tanto, dados secundários foram coletados no Índice Global de Inovação (GII), no Índice de Progresso Social (SPI) e no Índice Global de Igualdade de Gênero (GGGI) dos anos de 2020 e 2021. Na análise quantitativa, utilizou-se o modelo de regressão linear múltipla por meio do software de código aberto R Studio. Os resultados evidenciaram que o progresso social afeta positiva e significativamente a igualdade de gênero, embora não se tenha encontrado nenhuma correlação entre esta e a inovação. Ao fornecer uma estrutura compreensível para avaliar os fatores relacionados à diminuição das lacunas globais de gênero, este estudo serve como um catalisador para uma maior conscientização pública a respeito do tema, além de representar uma importante fonte de informação aos formuladores de políticas públicas e demais públicos de interesse.

Leia o artigo de Victoria Barboza de Castro Cunha e outros em https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/90771/85293

As pesquisas relacionadas à economia criativa vêm aumentando consideravelmente nos últimos anos, principalmente pelo aumento de sua representatividade na economia global. Acredita-se que as organizações da economia criativa possuem características organizacionais diversas dos setores econômicos tradicionais, em que a criatividade é relevante no processo de inovação. Assim, o objetivo deste trabalho é analisar a inovação em organizações da economia criativa. A literatura brasileira sobre inovação em negócios criativos ainda é incipiente, assim, espera-se contribuir para os estudos de administração. Foram constatadas algumas características diversas dos segmentos tradicionais da economia, tanto no tipo de inovação quanto na forma como a inovação é gerenciada. Entretanto, é questionável se a flexibilidade que tanto auxilia no fluxo de ideias e informações seria uma realidade em empresas de maior porte.

Leia o artigo de Mariana Bianchini Galuk e outros em https://www.scielo.br/j/ram/a/3TfcM3p38wCdQGqcxZhn8DJ/?format=pdf&lang=en

As decisões individuais são objeto de forte discussão entre os diferentes campos de pesquisa na economia. Decisões de investimento e inovação afetam de forma direta o desempenho econômico das nações. Duas abordagens teóricas são objeto de discussão neste trabalho: as teorias (pós) keynesiana e (neo) schumpeteriana. A proposta do texto é explicar o comportamento dos investimentos e da inovação no Brasil contemporâneo enfocando o âmbito das decisões individuais. Embora tais variáveis e seus determinantes tenham conotações macroeconômicas, seus comportamentos merecem ser avaliados a partir das ações dos indivíduos e das firmas e dos fatores que inibem ou estimulam as deliberações de investimento e inovação. A partir das teorias keynesiana e neoschumpeteriana, propõe-se uma interpretação para o caso brasileiro demonstrando-se como fatores macroeconômicos e estruturais impactam no modelo cognitivo dos empreendedores, inibindo sua propensão aos investimentos produtivos e à inovação tecnológica.

Leia o artigo de Herton Castiglioni Lopes e Octavio Augusto Camargo Conceição em https://www.scielo.br/j/ecos/a/DhMjXCzvhQ4WG9CKYyvQ6kH/?format=pdf&lang=pt

O presente artigo investiga como as companhias de saneamento básico brasileiras realizam os processos de inovação aberta. A pesquisa foi realizada em duas fases: envio de questionários e entrevistas em profundidade com 30 gestores. Os resultados evidenciam que todas as companhias pesquisadas demonstraram que muitas ideias “escapam” para o mercado, principalmente, por meio da atuação dos fornecedores. Além disso, seis companhias investigadas adotam a inovação aberta do tipo de fora para dentro. O estudo ensejou ainda a classificação em um novo tipo de inovação aberta: inovação aberta semiacoplada. Os esforços de cocriação são realizados principalmente com fornecedores e universidades. O gerenciamento da propriedade intelectual é realizado somente em algumas companhias por meio de patentes. A área de pesquisa e desenvolvimento possui os seguintes papeis: facilitadora, intermediadora e motor difusor da inovação. Pelos resultados expostos, é possível perceber que a inovação aberta pode ser adaptável a diversos cenários dentro dos quais as organizações estão inseridas. Além disso, esse tipo de inovação pode ter diferentes tipos de abertura, o que determina uma mudança de mentalidade dentro das empresas.

Leia o artigo de Etienne Unias de Vasconcelos e outros em https://www.scielo.br/j/read/a/5rXRnWDCY83N3DGS5fYcFSP/?format=pdf&lang=pt

A capacidade de inovar é crucial para a competitividade e o crescimento econômico e está associada à procura de aperfeiçoamento e diferenciação de produtos e serviços de maneira que tragam vantagens competitivas sustentáveis. A cultura da inovação é reconhecida como um bom seguro organizacional para maior longevidade num ambiente de mercados em rápida evolução. Muitas empresas ainda não se deram conta, mas a chave para que conquistem e mantenham vantagem competitiva está em estabelecer um ritmo de inovação contínuo. O presente ensaio discute os avanços e limites da gestão da inovação nas últimas décadas, considerando o paradigma da inovação aberta e adotando a perspectiva da inovação como processo. O estudo aborda algumas das principais inovações nesse campo como os sistemas de gestão da inovação, padrões de gestão da inovação, ferramentas de gestão da inovação e ferramentas de autoavaliação da capacidade de inovação.

Leia o artigo de Trajano Augustus Tavares Quinhões e Luís Velez Lapão em https://www.scielo.br/j/rae/a/5sZW7wZdpX5whB4cmf6DgnQ/?format=pdf&lang=pt

Inovações no serviço público são requeridas num contexto complexo e de demandas por serviços mais eficientes. Este artigo tem por objetivo analisar a orientação para inovação no setor público de saúde na atenção primária. A pesquisa, descritiva e exploratória, foi realizada em Curitiba/PR, Brasil. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a agosto de 2018, com 487 gestores e profissionais assistenciais. Aplicou-se a Escala de Orientação para Inovação em organizações públicas. Os dados foram analisados por estatística descritiva, com análise fatorial exploratória e confirmatória para calcular a carga fatorial de cada item, e o Coeficiente de Orientação para Inovação. Além da identificação do quanto a organização está orientada para a inovação, evidenciou-se melhor resultado no ambiente de estímulo à aprendizagem em que o gestor local tem maior autonomia na gerência. A análise da orientação para inovação é considerada um potencial em gerar valor para a elaboração e/ou implementação de políticas públicas.

Leia o artigo de Ingrid Margareth Voth Lowen em https://revista.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/6127/6919

A corrupção tem impacto nas economias, afetando o progresso social e o crescimento econômico. Sua incidência varia entre países, sendo mais comum em nações em desenvolvimento, o que pode afetar os índices de inovação. A relação entre felicidade, inovação e corrupção, influenciada pela liberdade econômica, é um tema de estudo interligado. Neste trabalho foi adotada uma metodologia de pesquisa quantitativa, de natureza descritiva, na qual os dados foram obtidos por meio da coleta de informações contidas em relatórios e em conjuntos de dados relacionados aos índices examinados. O escopo da pesquisa abrange a análise de índices de relevância global, envolvendo uma amostra de 119 países, com o propósito de contribuir para o avanço do conhecimento nas áreas relacionadas a esses índices. Evidenciou-se que países com alta liberdade econômica e baixo índice de corrupção apresentam alto índice de felicidade e inovação. Além disso, em ambientes reprimidos há baixo índice de felicidade, e países com liberdade econômica apresentam felicidade alta. Também foi evidenciado que a corrupção gera felicidade em ambientes reprimidos e reduz a percepção de felicidade em ambientes livres. De modo similar, a felicidade aumenta conforme aumenta o índice de liberdade econômica. Assim, promover felicidade, inovação e combater a corrupção são objetivos interconectados que requerem uma análise estratégica.

Leia o artigo de Daiane Migliolli Yetika e Nelson Hein em https://www.scielo.br/j/read/a/ZJnhZmY8BT8dx5JFDsxJhmK/?format=pdf&lang=pt

O risco como fenômeno de pesquisa no setor governamental é ainda um tema embrionário, desafiante e multifacetado. Este estudo teve como objetivo revisar a literatura existente sobre risco na Administração Pública e traçar rumos futuros nesta área, a partir do mapeamento da produção existente nas cinco principais revistas especializadas em administração pública. Os estudos pesquisados foram analisados e classificados de acordo com a área ou setor governamental e níveis organizacionais em que a pesquisa foi realizada, buscando identificar a relação entre o risco e outros fatores de análise e teorias. Este artigo contribui teórica e metodologicamente para o avanço do campo do conhecimento, sintetizando as publicações existentes, apontando lacunas na literatura e propondo perspectivas teóricas e abordagens metodológicas que abordem a dinâmica do fenômeno do risco em pesquisas futuras. Além disso, contribui de forma prática para profissionais que lidam com risco no contexto público, gestores, servidores públicos e parceiros privados, entre outros.

Leia o artigo de Varlei Gomes de Oliveira e Gustavo Abib em https://www.scielo.br/j/rap/a/7R5RKH5qGrdW4YsrxCz4sJc/?format=pdf&lang=pt