Em resposta a um quadro duradouro de assimetria e injustiça no campo de administração/gestão, sustentado pela radicalização da universalização do conhecimento euro-estadunidense e correspondente subalternização de saberes do resto do mundo, analisamos a posição marginal e o potencial da perspectiva decolonial no Brasil. Sugerimos a co-construção de uma agenda em administração/gestão no (e a partir do) Brasil que promova conhecimentos e práticas informados pela opção decolonial sob uma perspectiva transcosmopolita. Considerando obstáculos históricos para legitimação de alternativas ao Eurocentrismo e desafios atuais enfrentados por acadêmicos e praticantes no contexto de radicalização da hipermodernidade, realçamos as potencialidades da decolonialidade para comunidades de vítimas e articuladores de alternativas interconectados globalmente. Essa agenda decolonial em administração/gestão se baseia não em eventual rearticulação de revisionismos essencialistas, mas em promoção de avanços transcosmopolitas em três âmbitos interconectados: (i) acadêmico – por meio do fomento de identidades políticas em pesquisa-ensino sob uma perspectiva transmoderna, (ii) educacional – por meio do resgate, co-construção, legitimação e disseminação de conhecimentos alinhados às realidades locais e alternativas, e (iii) social – por meio da co-construção de saberes decoloniais engajados com dinâmicas de colonialidade-decolonialidade enfrentados pela sociedade e academia em escala global.
Leia o artigo de Márcio Moutinho Abdalla e Alexandre Faria em https://www.scielo.br/j/cebape/a/qCPMJCKSWD9BtFWmLmnDjds/?format=pdf&lang=pt