favelas

A capacidade institucional e o aparato normativo do Estado são importantes campos de disputas pela produção do espaço e pelo reconhecimento de direitos sociais. Tais disputas ganham especial relevância na cidade do Rio de Janeiro, marcada por intensas desigualdades sociais. Nesse quadro, as políticas de urbanização de favelas consolidadas entre as décadas 1990 e 2010 representam importante reconhecimento das favelas enquanto espaços de moradia popular. Este artigo analisa as políticas de urbanização de favelas realizadas no Rio de Janeiro nesse período, focando nos modelos institucionais e conteúdos normativos, situando-as nas conjunturas políticas locais e tendo o direito à moradia como norteador. Observam-se a continuidade e centralidade relativa dessas políticas no período analisado, contudo, são ressaltadas importantes contradições e limitações.

Leia o artigo de Luciana Alencar Ximenes e outros em https://www.scielo.br/j/cm/a/wFcSH5mSTFdFhb9M5XpdxjQ/?format=pdf&lang=pt

O artigo investiga a distribuição do bem-estar subjetivo (BES) nas favelas brasileiras, destacada como uma entre tantas dimensões das desigualdades de condições sociais e modalidades de estratificação persistentes no contexto brasileiro. Para tanto, foram utilizados dados de um survey domiciliar recente, aplicado a uma amostra representativa da população adulta residente no Conjunto de 16 favelas da Maré, região do subúrbio do município do Rio de Janeiro. O bem-estar subjetivo foi captado com perguntas sobre a satisfação das pessoas em relação a diferentes domínios da vida cotidiana, coletadas segundo um protocolo chamado Mansa (Manchester short assessment of quality of life). Foram descritos padrões de desigualdade e diferenças nos níveis de bem-estar subjetivo segundo características da população da Maré. Gênero e renda, condições de saúde, relações afetivas, exposição à violência armada e medo da violência foram alguns dos fatores relevantes associados a tais padrões.

Leia o artigo de Eduardo Ribeiro e Doriam Borges em https://www.scielo.br/j/civitas/a/SLW3c54pKtMGJJFK7WLsTXG/?format=pdf&lang=pt

Este artigo procura pensar a chamada “virada infraestrutural” nos estudos urbanos ao longo das últimas duas décadas a partir das teorias e das temporalidades da urbanização das cidades brasileiras. (mais…)

Há quatro meses, em meio à crise econômica intensificada pela pandemia, famílias sem teto em São Paulo se articularam junto a movimentos sociais e ocuparam um terreno de 220 mil metros quadrados na Zona Leste da capital, ao lado do shopping Aricanduva, considerado o maior do continente.

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Se as favelas fossem um estado, seriam o quinto com mais gente, atrás de São Paulo, Rio, Minas e Bahia. Moram nelas 13,6 milhões de brasileiros, com uma maioria negra (67%) superior ao índice nacional (55%). Juntos, eles movimentam 10 bilhões por mês, média individual (730 reais) inferior ao salário mínimo (1.045 reais). (mais…)

Em função das condições sociais e geográficas, a pandemia do coronavírus adquire, aqui, um grau alarmante de perversidade. Se entre o vírus e o hospedeiro se estabelece uma relação de ordem natural, quando se trata de sua difusão epidêmica ou pandêmica são as relações e as condições socioespaciais que passam a ordenar o processo. (mais…)

Até o momento as notícias que nos chegam são relacionadas principalmente à pandemia dos ricos. Mas como esse cenário de catástrofe global irá se desenrolar entre os12 milhões de brasileiros que moram em favelas? (mais…)

A literatura que relaciona políticas públicas com a estrutura socioespacial urbana mostra que, ao concentrar investimentos em áreas de mais alta renda, o Estado reforça as desigualdades, em vez de mitigá-las. Conhecida como “causação circular”, essa dinâmica é geralmente estudada com base na comparação entre os bairros de uma cidade. Nesse tipo de análise, os bairros de classe média e média-alta emergem como áreas reiteradamente valorizadas pelos investimentos públicos, em detrimento dos bairros pobres da cidade, incluindo as favelas. (mais…)

O marco regulatório do saneamento no Brasil foi instituído em 2007, cabendo às entidades reguladoras a verificação do cumprimento dos planos de saneamento por parte dos prestadores de serviços. (mais…)

A intervenção federal na área da segurança pública no estado do Rio de Janeiro, iniciada em fevereiro de 2018, e o anúncio da extinção de parte do Programa de Polícia Pacificadora levantaram a questão sobre o que muda e o que permanece no cenário das favelas cariocas após dez anos de “pacificação”. (mais…)