desenvolvimento

O ciclo de reformas neoliberais praticadas pelos países latino-americanos nas últimas duas décadas embora tivesse trazido, para alguns deles, crescimento econômico desviou-os do caminho do desenvolvimento, no sentido que é dado ao termo por Celso Furtado. A crescente incorporação da ideologia neoliberal nos textos de economia deixaria para trás as políticas intervencionistas e, com elas, o legado do desenvolvimentismo. Não foram poucos os que afirmaram que Keynes estava definitivamente morto e enterrado. Porém, a forma como os países reagiram ante a recente crise financeira global provou que, ao contrário do que muitos supunham, Keynes está vivo e manda lembranças. Este artigo, tomando o Brasil como um “estudo de caso”, tem como proposta ajudar a retirar o pensamento econômico originado na Cepal do relativo esquecimento em que se encontra, dando uma pequena contribuição para sua necessária renovação diante do mundo globalizado.

Leia o artigo de José Maria Dias Pereira em http://www.cadernosdodesenvolvimento.org.br/ojs-2.4.8/index.php/cdes/article/view/223/206

Nova política industrial usa menos instrumentos tradicionais, focando em bens públicos locais e treinamento. No Brasil, política industrial deve seguir vantagens comparativas ou se associar a pesquisa e ensino, com foco na exportação.

Leia o artigo de Samuel Pessoa em https://blogdoibre.fgv.br/posts/reavaliacao-da-politica-industrial#_ftnref10

Um elemento básico da nova política econômica dos governos do PT no Brasil tem sido a busca pela internacionalização de um grupo seleto de empresas nacionais. De 2003 a 2013, o Estado brasileiro promoveu a globalização dessas empresas por meio de diversas políticas públicas, com o objetivo principal de posicionar a maior parte delas no escalão superior de seus respectivos setores globalmente. Ao mesmo tempo, a internacionalização foi uma das principais estratégias “defensivas” adotadas pelas principais empresas brasileiras desde os anos ‘90, tornando-se uma verdadeira “estratégia global” nos últimos 20 anos para lidar com tendências profundamente transformadoras em nível mundial. Aqui, olhamos especificamente para o caminho de internacionalização seguido pela JBS, VALE e AB-INBEV, destacando padrões comuns como a realização de trajetórias expansivas caracterizadas por fases distintas e cumulativas de consolidação, penetração de indústrias mundiais em rápida concentração, uma tendência comum à dispersão do controle acionário, aquisição estrangeira e deslocalização das atividades centrais nos principais mercados, crescente financeirização dos negócios, emergência da China como principal mercado de referência. Concluímos que as trajetórias de internacionalização da JBS, VALE e AB-INBEV apresentam algumas deficiências na estratégia dos “Campeões Nacionais”. No entanto, alertamos contra a tentação de considerar os resultados mistos dessa estratégia simplesmente como um “fracasso” da nova política industrial como um todo.

Leia o artigo de Dario Clemente em https://www.scielo.br/j/rep/a/LYKmVCWRRT78KmVFrxjPm8x/?format=pdf&lang=en

En América Latina existen “islas de modernidad” asociadas a un nuevo paradigma biológico y digital en la explotación de recursos naturales, la producción de servicios y la industria manufacturera, que coexisten con vastos segmentos de la población sumidos en la precariedad, la pobreza, el estancamiento y la exclusión social. Esta dualidad estructural refleja una creciente brecha entre un segmento moderno de la sociedad que imita patrones de comportamiento de los países desarrollados, y otro que ha quedado atrás y en el que predominan la informalidad laboral, las carencias materiales básicas y una creciente inseguridad ciudadana. La falta de una teoría del desarrollo adecuada, que examine la fragilidad institucional y regulatoria, la captura de los recursos del Estado por grandes grupos corporativos y la falta de políticas a largo plazo reflejan esta brecha interna. A su vez, se profundiza la brecha externa con los países del sudeste asiático. En este artículo se plantea la necesidad de un nuevo pacto social para lograr el crecimiento y mejorar la distribución de los ingresos

Leia o artigo de Jorge Katz em https://repositorio.cepal.org/server/api/core/bitstreams/95a9fa94-32aa-437d-9623-20a59868064d/content

Este artigo propõe uma discussão sobre a dinâmica da produção energética nacional e suas possibilidades no desenvolvimento hidrelétrico no interior do Brasil, tendo como suporte referencial a instalação do Complexo Hidrelétrico Urubupungá. Segundo maior complexo do mundo no período, planejado e executado entre as décadas de 1950 e 1970, foi representado como marco da engenharia nacional e elemento de integração territorial e econômica, tendo organismos de planejamento regional e grupos políticos atuando na condução de suas ações, decisões e encaminhamentos. Compreender seu projeto remete a uma teia de práticas, narrativas e poderes que, para além da produção energética, atrelaram este empreendimento como marco de memória do setor energético e promotor de transformações em diversos segmentos nacionais.

Leia o artigo de Andrey Minin Martin em https://www.scielo.br/j/topoi/a/R3RRxgPsVJTy8bRJtnWZZPx/?format=pdf&lang=pt

Existem exemplos no Brasil de combinação de políticas públicas, empreendedorismo privado e inovações tecnológicas que permitem aumentos recorrentes da produtividade, da renda das famílias e de crescimento econômico. Este artigo trata de duas experiências de sucesso: o Porto Digital do Recife e o agronegócio. Ambas têm em comum o desenvolvimento de novas tecnologias e o cuidado técnico no desenho da intervenção pública. A forma da intervenção pública tem detalhes específicos em cada caso, revelando a necessidade da análise cuidadosa das características do setor e das condições de contorno.

Leia o artigo de Marcos Lisboa em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcos-lisboa/2023/08/estado-e-desenvolvimento.shtml

Composta por autores com diferentes focos analíticos e por temas bastante diversificados, a corrente teórica denominada pós-desenvolvimento despontou na década de 1980 de maneira fortemente comprometida com uma crítica radical à ideia de desenvolvimento. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo consiste em analisar a base teórico-propositiva do pós-desenvolvimento, avaliando a consistência de seus argumentos e a existência de coerência entre tal base argumentativa e o direcionamento propositivo dessa corrente. Para isso, propõe-se, incialmente, uma abordagem das principais questões levantadas pelo pós-desenvolvimento, com especial atenção às suas duas principais vertentes de crítica à ideia de desenvolvimento. Na sequência, realiza-se uma contra-argumentação às críticas anteriormente discutidas, de modo a demonstrar suas inconsistências e possíveis contribuições ao campo reflexivo e operacional da ideia de desenvolvimento. Com base em tal debate, conclui-se que o pós-desenvolvimento permite uma crítica válida e necessária, desde que orientada para o aprimoramento de projetos de desenvolvimento voltados para o enfrentamento da realidade objetiva de grande parte da população brasileira e mundial. No entanto, despido desse necessário enfoque prático e da consciência da gravidade do quadro social vivenciado por diversas populações, o pós-desenvolvimento pouco pode aportar para a superação do histórico de falhas das diferentes propostas de desenvolvimento.

Leia o artigo de Maiara Tavares Sodré e Rosangela Aparecida de Medeiros Hespanhol em https://www.scielo.br/j/mercator/a/bZ7gJd5TYKSv8sd4kHxjDvn/?format=pdf&lang=pt

Neste artigo, intenta-se avaliar os significados da noção de desenvolvimento que vêm informando as análises sobre “desenvolvimento regional” no Brasil, considerando o âmbito de atuação dos programas de pós-graduação vinculados a esse campo de conhecimento. Em termos metodológicos, recuperam-se as raízes da noção de desenvolvimento, examinam-se alguns significados que ela assumiu ao longo de sua trajetória e revisam-se algumas críticas à concepção de desenvolvimento, aí se chamando à superfície algumas alternativas. A conclusão é de que a noção de desenvolvimento tem sido incapaz de conduzir à superação do real existente. Daí postular-se uma proposição que transcenda (empírica, teórica e politicamente) o protagonismo do capital e do Estado e contemple uma transformação social desde baixo, fundada no impulso para a autodeterminação social.

Leia o artigo de Ivo Marcos Theis em https://www.scielo.br/j/rbeur/a/XDyFgNVpkxK5sH5Nk3fYYQz/?format=pdf&lang=pt

Este artigo contribui para pesquisas sobre os determinantes culturais do desempenho econômico das nações. A primeira seção mostra que não há evidências de que a homogeneidade cultural favorece o desenvolvimento.

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O debate sobre cultura é uma questão fundamental para a proposição de novas políticas de desenvolvimento. Apesar disso, algumas abordagens recentes têm incorporado ou explorado esta questão de forma limitada.

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