O movimento de globalização evidenciou a hegemonia dos países centrais na produção e na disseminação do conhecimento em gestão e organizações. O saber produzido nessa configuração geopolítica parte de um lócus de enunciação que tem um caráter universalizante e ignora as idiossincrasias da sociedade e da cultura brasileiras, revelando incongruências ao analisar nossas práticas e organizações, desprezando o pensamento de intelectuais e acadêmicos brasileiros. Neste ensaio teórico, defendemos que Darcy Ribeiro contribui para a reflexão sobre a questão identitária das teorias reproduzidas em estudos organizacionais no Brasil. Para isso, propomos a articulação entre o conceito de “ninguendade”, de Darcy Ribeiro, e a abordagem teórica do desprendimento, desenvolvida por Walter Mignolo, como expressão de reexistência e resposta ao imperativo de localizar historicamente o espaço e a dinâmica do estudo do campo organizacional. Como contribuição teórica, apontamos que a opção decolonial e o pensamento social brasileiro podem subsidiar um novo olhar à realidade organizacional e acadêmica no campo dos estudos organizacionais.
Leia o artigo de Fábio Moita Louredo e Sergio Wanderley em https://www.scielo.br/j/cebape/a/6hz593SxqGqcsDTXphWh9DN/?format=pdf&lang=pt