colonialidade

As aproximações entre os pressupostos epistemológicos e ontológicos da teoria social de Niklas Luhmann e das abordagens pós-coloniais têm sido ressaltadas e desenvolvidas na última década. No entanto, levantam-se sérias dúvidas sobre a possibilidade da teoria da sociedade de Luhmann se desvencilhar de seu ponto de vista eurocêntrico. Neste artigo propomos, em linhas gerais, como se poderia superar esse impasse na teoria sistêmica. Tomamos o caso da América Latina para exemplificar, em um esforço inicial, o distanciamento da teoria de Luhmann de sua perspectiva eurocêntrica em relação à sociedade mundial, propondo corrigir sua narrativa da diferenciação funcional como fenômeno resultante de processos de transformação e evolução social internos à Europa. A correção consiste em considerar as estruturas hierárquicas supranacionais do colonialismo como parte constitutiva do processo de formação da sociedade mundial funcionalmente diferenciada.

Leia o artigo de Roberto Dutra em https://www.scielo.br/j/dados/a/xHc4YXt6hxNCWjPk8h796kf/?format=pdf&lang=pt

Este artigo dialoga com o debate contemporâneo sobre desdemocratização e autoritarismo argumentando que esses fenômenos não podem ser compreendidos de forma adequada sem que discutam as raízes da democracia moderna assentadas no capitalismo colonial. Na primeira metade do século vinte, algumas vozes no âmbito da teoria social chamaram a atenção para as possibilidades de regressão inscritas na civilização ocidental. A despeito disso, no pós-guerra prevaleceu um tom otimista em relação à democracia, à democratização e à consolidação democrática. Foi apenas mais recentemente que discussões sobre tendências regressivas voltaram a estar na ordem do dia. Ainda que consideremos que essas análises têm contribuído para lançar luz sobre tais tendências, argumentamos que elas não levam em conta que o lado luminoso da democracia, exibido com orgulho nos países centrais, foi conquistado ao preço de um lado oculto, que agora retorna e assombra o mundo.

Leia o artigo de Ricardo Pagliuso Regatieri e Patrícia da Silva Santos em https://www.scielo.br/j/civitas/a/XBqwJx9Z7y5WNcyDYPsCNRH/?format=pdf&lang=en