Leonardo

O presente artigo procura fazer um percurso por diferentes latitudes do globo para averiguar como foi pensada a expansão urbana ao longo do século XX. A proposta retoma uma série de autores e conceitos que abriram caminhos para pensar como caracterizar as áreas de expansão das cidades, com um interesse que enfatiza tanto as formas espaciais quanto as relações sociais. Começa com o crescimento das periferias no processo de industrialização europeu na virada do século XX, para chegar logo ao modelo urbano difuso que se estende nos países do norte global desde meados do século XX. O conceito de espaço periurbano é trabalhado em seus origens e controvérsias, em tanto coloca no centro o conflito da expansão do urbano sobre o rural. Finalmente, se abordam as leituras surgidas na América Latina em torno a expansão urbana, com foco nos debates sobre como caracterizar as transformações do último terço do século XX.

Leia o artigo de Florencia Musante em https://www.scielo.br/j/geo/a/MwHBg48g58DcNsjfFtLzQCq/?format=pdf&lang=pt

Este artigo faz uma análise sobre a política externa do governo Bolsonaro e os interesses da burguesia interna brasileira. A hipótese é que a burguesia interna teria apoiado o Golpe de 2016 e a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, mas, ao longo dos anos, passaram a apresentar resistências em relação às práticas políticas do governo e às pressões externas sobre a política ambiental e as ameaças contra a democracia. Realizamos uma pesquisa empírica nos documentos de posição das principais entidades patronais da burguesia interna com foco nas seguintes pautas: i) acordo Mercosul-UE, ii) ingresso na OCDE, iii) reforma da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul, e iv) política ambiental. Conclui-se que ao longo do mandato existiram conflitos no interior da burguesia interna, e ao final, passou a existir uma mudança dos interesses dessa fração que, ao lado de outros elementos, podem explicar a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro em 2022.

Leia o artigo de Tatiana Berringer e Gustavo Rocha Botão em https://www.scielo.br/j/cint/a/V8vfbqY8QNB5vLFHdsVYf8x/?format=pdf&lang=en

Após ter se tornado o principal parceiro comercial do Brasil em 2009, a China passou a exercer papel fundamental sobre a entrada de investimentos em setores estratégicos da economia brasileira. Durante os anos de 2005 a 2022, o IED acumulado chinês no país atingiu a marca de US$ 79 bilhões, com predominância em petróleo e gás (37%) e energia elétrica (33%). Diante desse quadro, o objetivo do artigo consistiu em analisar a intensificação dos investimentos da China no Brasil, tomando por base as estratégias mais amplas de internacionalização do capital chinês. O estudo identificou uma concentração maior em setores de energia, o que, por um lado, deriva não apenas da busca chinesa por tais recursos mundo afora, mas também de características do Brasil no período estudado, e que, por outro, implica em formas distintas de participação do capital chinês no país, seja via fusões e aquisições, como no setor elétrico, ou concessões de exploração, no caso de petróleo e gás.

Leia o artigo de Higor de Freitas e Roberto Alexandre Zanchetta Borghi em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/ES/82/08_FREITAS_ET_AL.pdf

Nas últimas décadas o capitalismo passou por diversas transformações na esfera produtiva e tecnológica, sejam essas relacionadas às novas tecnologias em áreas de comunicação e informação, ou à infraestrutura dos sistemas de informação, inovações na inteligência artificial, empresas digitais e de plataforma. Todas essas mudanças vêm moldando a forma pela qual a acumulação de capital opera e também a relação entre os países dentro da hierarquia interestatal. Partindo de elaborações teóricas clássicas e atuais sobre a dependência latino-americana – e com foco nas transformações produtivas e tecnológicas -, este trabalho visa a investigar como a dependência do continente se apresenta atualmente diante desta nova conjuntura e quais suas diferentes formas de manifestação. Os resultados do trabalho apontam para o quadro em que, enquanto países centrais, e alguns emergentes como a China, avançam na fronteira destas novas tecnologias, outros, como os latino-americanos, permanecem na mesma posição histórica de fornecedores de matérias-primas e também na posição mais recente de consumidores destas novas tecnologias.

Leia o artigo de Valéria Lopes Ribeiro em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/ES/82/09_RIBEIRO.pdf

Este Texto para Discussão tem como objetivo fazer uma abordagem sistêmica da complexidade emergente das interações econômicas e financeiras entre os diversos componentes socioeconômicos como setores institucionais – famílias, empresas não financeiras, governos, bancos e o resto do mundo – no cenário econômico capitalista contemporâneo. A metodologia empregada foi a análise das interconexões digitais entre fluxos de renda e acumulação de estoque da riqueza financeira. O principal resultado alcançado foi “rever os conceitos” diante da nova realidade, muito diferente da existente na fase da indústria nascente no Brasil. O capital privado-nacional não possui suficientes participações acionárias de investidores brasileiros e nem tecnologia autônoma para competir na geoeconomia contemporânea sem ter associações com capital estrangeiro.

Leia o artigo de Fernando Nogueira da Costa em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD472.pdf

O principal objetivo do presente trabalho, que adota uma perspectiva de economia política, é contribuir para um debate sobre trajetórias alternativas para os bancos centrais e para a política monetária no século XXI. A urgência de lidar com a instabilidade financeira, a inflação, as desigualdades crescentes e com as questões ambientais aponta para a necessidade de reconfigurar o papel dos bancos centrais e das instituições monetárias, para que possam atuar de forma mais abrangente. Se, por um lado, é fato que o conjunto de reformas que são necessárias para assegurar a sustentabilidade de nossa sociedade excede o escopo de atuação dos bancos centrais, por outro é crucial reconhecer que os bancos centrais possuem um poder muito significativo, que deve ser exercido em prol da sociedade. Consequentemente, sem a adoção de uma abordagem mais adequada em relação à moeda e sua governança, existe um risco considerável de que políticas cruciais para enfrentar questões prementes possam permanecer sem implementação.

Leia o artigo de Simone Deos e Fernanda Ultremare em https://www.economia.unicamp.br/images/arquivos/artigos/TD/TD471.pdf

O Regime de Metas de Inflação do Brasil visa a estabilidade dos preços, ajustando a taxa de inflação ao centro da meta oficial. O principal canal de transmissão da política monetária suposto nesse regime é o controle da demanda agregada. Quando a inflação está acima da meta, o Banco Central eleva a taxa Selic, reduzindo o consumo e o investimento, o que aumenta o desemprego e, com isso, diminui a pressão inflacionária. É crucial que o Banco Central, portanto, adote uma estratégia antecipada para minimizar o custo social da política monetária.

Leia o artigo de Ribeiro, R. S. M e outros em https://madeusp.com.br/wp-content/uploads/2024/09/npe057-taxaselic.pdf

Hoje, nas redes sociais, quando o assunto é economia brasileira, parecem existir dois mundos completamente diferentes. De um lado, aqueles que exaltam o desempenho recente e atribuem ele totalmente à política econômica atual, desdenhando dos alertas feitos por vários analistas e pelos preços dos ativos brasileiros sobre a sustentabilidade disso ao longo do tempo. Do outro lado, estão aqueles que querem fazer parecer, muito por conta da expressiva depreciação cambial observada em 2024 (metade dela explicada por fatores fora de nosso controle), que estamos em grave crise econômica e que o bom desempenho seria “fake”, envolvendo até mesmo manipulação de estatísticas pelo governo. Qual dessas narrativas está mais próxima da verdade? A realidade é muito mais cheia de nuances do que sugere o debate raso e polarizado das redes sociais, que reflete muito mais torcida, a favor e contra.

Leia o artigo de Bráulio Borges em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/braulio-borges/2025/01/afinal-esta-tudo-otimo-ou-estamos-em-crise-economica.shtml

Setor de serviços segue como um dos principais motores de crescimento da economia, com altas previstas de 3,7% e 2,4% em 2024 e 2025, respectivamente.

Leia o artigo de Claudio Roberto Amitrano e outros em https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/wp-content/uploads/2024/12/241218_cc_65_nota_24_visao_geral_da_conjuntura.pdf

O aumento do dólar gera dois impactos principais: piora no poder de compra das famílias, devido à alta dos preços, e aumento nos custos para as empresas. Mas este movimento afeta de forma diferente os consumidores e os setores produtivos. Para os consumidores, o impacto vai além dos produtos importados, pois os preços de bens industrializados também sofrem com o aumento dos custos de insumos. Já as empresas enfrentam pressões adicionais, tanto nos custos de produção quanto no pagamento de dívidas em moeda estrangeira.

Leia o artigo de Daniel Gallas e Rute Pina em https://www.bbc.com/portuguese/articles/crk0j7p35x2o