Leonardo

Talvez você não se dê conta no dia a dia, mas suas informações particulares – ou empresariais – estão nas mãos de poucos gigantes digitais – e o seu acesso depende, e muito, deles. Recentemente, tivemos o caos gerado com o “apagão virtual” da Crowdstrike, ocorrido em 19 de julho, que escancarou como o conto de fadas tecnológico é tão real quanto um personagem do Metaverso. Uma “pequena” falha em um software utilizado por milhões de pessoas, de forma praticamente silenciosa, causou pânico e gerou uma série de problemas inimagináveis. É o famoso efeito dominó. A borboleta bateu asa na CrowdStrike, veio o tufão na Microsoft e afetou aeroportos, bancos e todo tipo de negócio dependente do Windows e do software Crowdtrike Falcon. O prejuízo dessa falha, conforme a CNN, pode chegar a US$ 1 bilhão. Essas falhas não são tão novidade assim, pois grandes sites e portais já sofreram com quedas nos serviços de nuvem da Amazon AWS, da Microsoft Azure e da Google Cloud. Leia o artigo de Jaydson Gomes e Felipe Nascimento em https://diplomatique.org.br/o-problema-do-oligopolio-das-bigtechs/

O presente artigo visa avaliar os fatores que estão associados ao consumo de bens e serviços culturais diretos fora do domicílio, considerando tal consumo como interligado ao consumo de outros bens e serviços culturais. A metodologia empregada engloba a aplicação de um modelo probit bivariado. Para tanto, são utilizados os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018. No geral, os resultados obtidos para o modelo indicam que o consumo de bens e serviços culturais diretos fora do domicílio e o consumo de outros bens e serviços culturais são positivamente correlacionados, destacando a questão da desigualdade no consumo cultural devido a certas barreiras sociais (educação, renda, acesso a crédito, entre outros).

Leia o artigo de Fernanda Souza Pereira e outros em https://www.scielo.br/j/neco/a/PxnwPKcDkmhSSKH76K9zB6x/?format=pdf&lang=pt

O presente trabalho analisa a trajetória histórica da introdução e evolução dos serviços de streaming no Brasil, contextualizando sua ascensão global e delineando sua chegada ao mercado brasileiro até 2023, considerando as implicações econômicas, culturais e sociais. O problema investigado se baseia em como a revolução digital, através dos serviços de streaming, redefine hábitos de consumo e modelos de negócio no setor audiovisual brasileiro.  A pesquisa é do tipo qualitativa, centrada no estudo da expansão das empresas de streaming no mercado brasileiro e sua relação com a economia criativa, analisando diversas fontes para compreender as dinâmicas de crescimento e impacto dessas plataformas. Os principais resultados mostram que a transição para o streaming online revolucionou o consumo audiovisual, impulsionando a produção de conteúdo original e novas estratégias de distribuição. Por fim, a pesquisa também destacou a importância da economia criativa no crescimento dessas plataformas, mostrando como as inovações no audiovisual se adaptam e promovem novos modelos de negócios.

Leia o artigo de Maria Clara Almeida Neves e Pedro Araújo Pietrafesa em https://revistas.unifacs.br/index.php/rde/article/view/8671/5196

O presente artigo teve por objetivo avaliar o impacto da Lei Aldir Blanc (LAB) nas iniciativas de cultura e economia criativa da cidade de Campo Grande, MS, durante o período pandêmico da covid-19. Para isso, recorreu-se à pesquisa bibliográfica e documental, focalizando a dimensão orçamentária da lei até a efetiva implementação como política pública emergencial. Além da dimensão orçamentária, o artigo categoriza as iniciativas e os setores predominantemente apoiados, bem como os impactos nos diferentes projetos selecionados por meio de chamamento público. Os resultados mostram que a LAB, enquanto política emergencial de cultura, foi de fundamental importância na manutenção das iniciativas de cultura e economia criativa durante a covid-19, particularmente nos anos de 2020 e 2021. Leia o artigo de Adriano Pereira de Castro Pacheco em https://www.scielo.br/j/inter/a/Kpx6Xpkd7T8bG8WvTpNNVkM/?format=pdf&lang=pt

Este artigo aborda a politização das estruturas burocráticas dos municípios brasileiros mediante cargos comissionados (CCs). Os dados foram obtidos por meio do banco de dados do grupo de pesquisa Instituições Políticas Comparadas (IpoC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e dos sites oficiais do Conselho Federal de Administração (CFA) e da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN). Inicialmente, verificou-se o grau de variabilidade da distribuição desses cargos nas estruturas municipais e a qualidade instrucional desses servidores. Em seguida, procedeu-se a uma análise de dependência espacial global e local. Além disso, analisou-se estatisticamente, via teste t independente, a diferença de desempenho entre os municípios com maiores capacidades dos comissionados em comparação àqueles com menores capacidades dos comissionados e entre os municípios com maiores quantidades de comissionados em comparação àqueles com menores quantidades de comissionados. Como proxy de desempenho, utilizou-se o produto interno bruto (PIB) per capita municipal, o Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) e o Índice de Governança Municipal (IGM), criado pelo CFA. O resultado traz à tona a complexidade da administração pública municipal, já que os diversos testes divergem sobre os efeitos da capacitação e da quantidade de servidores comissionados como elementos preditores de um melhor desempenho dos municípios.

Leia o artigo de André Luis Rabelo Cardoso e André Marenco em https://www.scielo.br/j/rap/a/rsXLRsg3LcHfTxgnMfkW6Ff/?format=pdf&lang=pt

A vida acontece no nível local, mas o acesso à informação sobre governos municipais —a transparência sobre a segurança pública, educação, saúde e saneamento, entre outros serviços e políticas públicas— ainda não é garantido por cerca de metade dos municípios brasileiros. A transparência das gestões locais no Brasil não está prosperando. A maioria dos municípios ainda não regulamentou a Lei de Acesso à Informação (LAI, Lei nº 12.527/2011), as emendas Pix introduziram bolsões de opacidade nos governos locais e, quase 13 anos após sua promulgação, a implementação e o cumprimento da LAI permanecem insatisfatórios. Uma avaliação recente das ONGs Observatório Social do Brasil e da Transparência Internacional Brasil classificou a transparência de 3 em cada 4 capitais brasileiras como “ruim” ou “regular”.

Leia o artigo de Gregory Michener e Dominique Azevedo em https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/09/sem-avanco-em-transparencia-no-nivel-municipal-brasil-permanecera-aquem-do-seu-potencial.shtml

Ferramenta criada pela Folha de São Paulo em conjunto com o Datafolha permite consultar quais prefeituras do Brasil entregam mais serviços básicos à população usando menor volume de recursos financeiros. O REM-F (Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha) leva em conta o atendimento das prefeituras nas áreas de saúde, educação e saneamento, tendo como determinante no cálculo de eficiência da gestão a receita per capita de cada cidade. Quanto mais serviços prestados com menos receita, maior a eficiência.

Leia o artigo de Fernando Canzian e Renata Nunes em https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/09/ranking-de-eficiencia-mostra-cidades-do-brasil-que-fazem-mais-gastando-menos.shtml

Este artigo analisa a expansão das políticas sociais na Coreia do Sul, durante o contexto da globalização, articulando duas abordagens teóricas: investimento social e Novo Estado desenvolvimentista. Por meio do método de estudo de caso, defende-se a hipótese da complementariedade entre Estado de bem-estar e estado desenvolvimentista. O artigo demonstra que, entre os anos 1990 e os anos 2010, a Coreia do Sul ampliou todos os setores das políticas sociais analisados. Para além da expansão das políticas passivas, as políticas ativas (incluindo a educação) foram reformuladas de forma articulada com a política industrial de fomento à inovação, buscando a transição para a sociedade baseada no conhecimento, além disso, a política familiar tornou-se uma das mais generosas entre os países da OCDE.

Leia o artigo de Pedro Barbosa em https://www.scielo.br/j/rep/a/CYZ9P37KtwtBwrTfs6Yrm7q/?format=pdf&lang=en

A economia brasileira cresceu 1,4% no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, o país chegou até a metade de 2024 tendo crescido 2,5% nos 12 meses anteriores – o que coloca o Brasil em 6º lugar entre os países que mais cresceram do G20, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo. E isso apesar de o segundo trimestre ter sido marcado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, que tiveram início no fim de abril. O IBGE também informou que a taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho recuou para 6,8%, com 7,4 milhões de desocupados. Este é o menor nível de desemprego registrado para o período desde o início da série histórica do instituto, em 2012. Essa melhora no desempenho da economia, no entanto, não parece estar chegando à percepção das pessoas.

Leia o artigo de Thais Carrança em https://www.bbc.com/portuguese/articles/c2kj22xv1xjo

Cada vez mais, as pesquisas sobre a gestão de organizações culturais se destacam, à medida que reconhecemos as contribuições simbólicas e materiais da economia criativa para o desenvolvimento das sociedades contemporâneas. Contudo, carecemos de uma visão integrada e robusta dessa gestão, baseada numa caracterização clara do campo e de suas singularidades. O objetivo deste artigo é descrever a produção acadêmica sobre gestão de organizações culturais e demarcar um horizonte conceitual-teórico fecundo para estimular a pesquisa futura. A metodologia é baseada numa revisão sistemática de produções acadêmicas publicadas nas bases de dados nacionais e internacionais. Os resultados da pesquisa incluem a elaboração de três categorias integradoras da produção acadêmica: perspectivas sobre questões centrais na pesquisa sobre organizações culturais (técnico-operacional e política), as singularidades dessas organizações (hipersensibilidade, hipertensão e hiperincerteza) e o paradoxo como um eixo teórico-conceitual crucial para melhorar o conhecimento sobre as organizações culturais. Os resultados propõem uma agenda para pesquisas futuras com base no conceito de paradoxo.

Leia o artigo de Fabiana Pimentel Santos e Eduardo Davel em https://www.scielo.br/j/cebape/a/Hb9rjrYBcYJCC74z7Fj3bVg/?format=pdf&lang=pt