Leonardo

Este artigo se dedica à discussão, em perspectiva histórica, do desenvolvimento de modelos de administração pública clássicos e do fenômeno da burocratização no país. Em um primeiro momento, será apresentado o fenômeno burocrático em suas perspectiva mais global, relacionando-o a processos de mudanças sociais, em certo sentido globais e genéricos, como a industrialização e a urbanização. Em um segundo momento, será discutido o fenômeno da burocratização em uma perspectiva denominada micro, ao destacá-lo em sua dimensão político-administrativa. Procuraremos, então, investigar o processo de decisões e gerenciamento estatais que constituem a substância das reformas administrativas implementadas a partir dos anos 1930 até o final da gestão Vargas em 1945. Este período coincide com uma série de reformas político-administrativas que mudou, definitivamente, a relação entre estado/sociedade, bem como as relações sociais no âmbito da máquina pública no Brasil.

Leia o artigo de Carlos Henrique Assunção Paiva em https://www.scielo.br/j/his/a/9k9RDYV5Jsx8N48tx7hC8vr/?format=pdf&lang=pt

Este artigo tem como objetivo verificar se a sustentabilidade corporativa, utilizando-se da ESG, no sistema capitalista neoliberal vigente, pode contribuir para práticas realmente sustentáveis e para um consumo sustentável. Para isso, explana-se acerca do tripé da sustentabilidade e sua influência no setor corporativo, por meio do Triple Bottom Line e da ESG. Analisa-se o sistema capitalista neoliberal vigente e a crise civilizatória dele decorrente. Por fim, busca-se verificar se o consumo sustentável, impulsionado pelo setor corporativo por meio da ESG, pode ser uma alternativa à crise civilizatória emergente do sistema capitalista neoliberal. Utiliza-se o método indutivo, sendo acionadas as técnicas do referente, da categoria, dos conceitos operacionais e da pesquisa bibliográfica. Entende-se que a sustentabilidade cria vantagens competitivas, melhora a reputação da empresa e fortalece os relacionamentos com interessados, mas, por outro lado, não se pode ignorar que, por vezes, o mercado pode se aproveitar das situações de cuidado ambiental para apenas impulsionar cada vez mais seus ensejos capitalistas. A sustentabilidade corporativa, por meio da ESG, é uma forma importante de contribuir para mitigar os impactos ambientais nocivos para a sobrevivência da humanidade, contribuindo na promoção do consumo sustentável.

Leia o artigo de Alessandra Vanessa Teixeira e outros em https://www.scielo.br/j/vd/a/LNcHQT8TkQD85K339kBNFhq/?format=pdf&lang=pt

O presente ensaio tem como objetivo interpretar os processos de silêncio, silenciamento e silêncio cúmplice como fatores que contribuem para a perpetuação do racismo, das desigualdades e exclusões que ocorrem nas organizações. Por meio de referenciais teóricos sobre silêncio, silenciamento e silêncio cúmplice, pretende-se apresentar uma forma complementar de se demonstrar como os ecos de processos históricos de racismo contra pessoas negras podem ainda ser responsáveis pela estruturação de práticas nas organizações. Adicionalmente, busca-se indicar como os estudos sobre silêncio, silenciamento e silêncio cúmplice podem oferecer alternativas de práxis para administradores e acadêmicos de estudos organizacionais, visando à mudança de práticas estruturais, de modo a quebrar o ciclo de racismo estrutural nas organizações.

Leia o artigo de Mário Menezes e Luciano Mendes em https://periodicos.fgv.br/cadernosebape/article/view/89378/84491

Este artigo tem como objetivo o estudo da responsabilidade social corporativa em relação aos direitos humanos dos stakeholders. Examina a relação entre o direito público e o privado e o que tem sido feito para que as transações empresariais protejam os interesses dos stakeholders, em particular, os direitos humanos. Utilizando o método hipotético-dedutivo e a pesquisa bibliográfica, são analisados os pactos internacionais e a legislação interna, demonstrando-se que há um movimento na comunidade internacional que visa regulamentar o tema, caminhando para a criação de um instrumento internacional que vincule as operações transnacionais aos direitos humanos, visto que alguns países, recentemente, tomaram iniciativas internas para tornar sua aplicação e proteção mais eficazes, visando agregar valores e princípios universais à responsabilidade corporativa.

Leia o artigo de Fábio da Silva Veiga e Isabela Moreira Domingos em https://www.scielo.br/j/vd/a/6ckx6ZzM5WZTjTbNtKkTwCp/?format=pdf&lang=pt

Arquitetura corporativa (AC) é uma ferramenta mundialmente adotada por governos de alto desempenho em governança pública que viabiliza uma gestão da informação integrada. Este artigo investiga o desenvolvimento do Framework de Arquitetura Corporativa para Interoperabilidade no Apoio à Governança (FACIN) do Governo Federal do Brasil, analisando os fatores que justificam sua adoção e os benefícios esperados desta implantação. Foi realizada análise de conteúdo e triangulação acerca de documentos que subsidiaram a elaboração do FACIN e dos artefatos produzidos. Verificou-se que, apesar da AC oportunizar uma gestão mais racional e eficiente e promover governança, a introdução do modelo no Brasil ainda precisa superar barreiras gerenciais e políticas.

Leia o artigo de Luisa Vilela-Cury e outros em https://www.scielo.br/j/jistm/a/HYWvgNdN4nRzShtpFqw5xfN/?format=pdf&lang=pt

O artigo pretende contribuir para o debate sobre os modos de produção do conhecimento científico no Brasil, por meio da análise dos fluxos e das mobilizações que ajudaram a constituir uma especialidade na área da Administração – a disciplina de Aprendizagem Organizacional. Como ponto de partida, a investigação assume uma coletânea de textos que sistematiza alguns dos principais investimentos empreendidos nas últimas duas décadas por especialistas brasileiros. A partir desse artefato científico, propomos seguir os fios que conectam pessoas, ideias e instituições em torno de uma rede acadêmica em expansão no país. Nesse sentido, o texto apresenta um conjunto de relações intelectuais e profissionais que favoreceram a postulação das formas legítimas e estáveis de investigação dos processos de aquisição do conhecimento como práticas corporativas situadas. Ao final, não teremos a pretensão de reconstituir a história da aprendizagem organizacional, mas de oferecer uma visão alternativa ao modo como a área tradicionalmente se identifica.

Leia o artigo de Fagner Carniel e Bruno Luiz Américo em https://www.scielo.br/j/soc/a/5cdL6zscjbpfVwvjvZQxXKv/?format=pdf&lang=pt

A teoria dos paradoxos organizacionais proporciona uma lente de observação das organizações e da sociedade, baseada no papel das tensões e das contradições. Tomando a existência de forças opostas como inerente aos coletivos pluralistas, como as organizações complexas, a teoria dos paradoxos oferece um ângulo conceitual com vantagens únicas. Neste artigo são discutidos modos de repensar as organizações e a sociedade, baseados nas possibilidades generativas dos paradoxos. O texto aborda o modo como os paradoxos operam a diferentes níveis e como são sentidos por indivíduos, equipes, organizações, sistemas interorganizacionais e pela sociedade como um todo. Discute também a forma como a abordagem paradoxal poderá informar o debate em quatro áreas importantes para repensar as organizações e a sociedade: a relação entre negócios e sociedade, os objetivos de desenvolvimento sustentável, o novo espaço e a democracia.

Leia o artigo de Miguel Pina e Cunha em https://www.scielo.br/j/osoc/a/GHYY6NcjfbcmHG5GbZvB7Mw/?format=pdf&lang=pt

Este artigo teve por objetivo identificar as influências percebidas dos eixos temáticos da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) na consciência ambiental dos servidores públicos. Para analisar as 414 respostas de servidores públicos de uma entidade do setor de justiça que aderiu à agenda A3P, aplicou-se a técnica de modelagem de equações estruturais. Os resultados evidenciaram que somente os eixos “sensibilização e capacitação dos servidores” e “licitações sustentáveis” da A3P não foram estatisticamente significantes. Em contrapartida, ficou claro que os eixos “uso racional dos recursos naturais e bens públicos”, “gestão adequada dos resíduos gerados”, “qualidade de vida no ambiente de trabalho” e “construções sustentáveis” afetam, de forma positiva e estatisticamente significativa, a consciência ambiental dos servidores. Adicionalmente, verificou-se que, quando inseridas as variáveis de controle (idade, tipo de atividade e tempo de organização) no modelo, houve algumas alterações significativas, comprovando que, quanto maior a idade e o tempo de organização, maior é a percepção da importância das práticas e ações da A3P. Conclui-se, com este estudo, que é importante que os indivíduos, em âmbito organizacional, também estejam imbuídos de ações e práticas voltadas para o atingimento dos objetivos da Agenda 2030.

Leia o artigo de Silvana Dalmutt Kruger e outros em https://www.scielo.br/j/rap/a/QJDFd7zvM5dSYxfXFNSmCWn/?format=pdf&lang=pt

A comunicação governamental em sociedades contemporâneas caracteriza-se, além da divulgação de informações, pela transparência, colaboração e pelo incentivo à participação ativa dos cidadãos nas políticas públicas. O objetivo foi analisar a produção científica sobre comunicação governamental no período compreendido entre 2018 e 2022, por meio de um mapeamento sistemático, uma modalidade de estudo bibliométrico, com base nos artigos disponíveis nas bases Scopus e Web of Science. As principais conclusões indicam que a temática apresenta números consistentes de publicações, cuja tendência é de crescimento. Uma característica é que o tema é recorrente em pesquisas ao redor do mundo, porém a colaboração e interação dos resultados entre países ainda são baixas. Não foram identificados autores ou revistas que concentrem grande número de publicações. Foram identificadas temáticas emergentes além do contexto pandêmico: política pública, governo, opinião pública e mídias sociais. O artigo contribui para o desenvolvimento crítico da área de comunicação governamental.

Leia o artigo de Marcelo Rodrigues da Silva e Ivan Carlos Vicentin em https://www.scielo.br/j/interc/a/7JbDKGttB4G7YKGJGNFMrjB/?format=pdf&lang=pt

A integridade pública tem percorrido um caminho amplamente pavimentado por legislações e recomendações. Entretanto, no âmbito do campo de estudo, é apontada ora como sinônimo de compliance, ora como de anticorrupção, sendo frequentemente associada a temas como governança, ética, transparência, accountability e gestão de riscos. Mas o que é a integridade, afinal? Que relações cabe estabelecer entre esses conceitos e quais seriam suas fronteiras? Tais imprecisões, aliadas ao uso retórico do termo visando apenas à legitimação da gestão pública, podem causar o efeito oposto ao almejado pelo fenômeno. Assim, faz-se premente a ampliação do debate científico acerca do tema para que, em vez de receber o rótulo de panaceia, a integridade seja compreendida, gerida e avaliada em seus matizes. Afinal, seu potencial é imenso para – enquanto arranjo normativo de princípios e regras – gerar reflexos na gestão e cultura organizacionais e, por conseguinte, no alcance do interesse público.

Leia o artigo de Dayse Leticia Pereira Amâncio e outros em https://periodicos.fgv.br/cgpc/article/view/90895/86564