15/05/2025

Este artigo examina possíveis discrepâncias entre o discurso em torno de uma estética da existência focada na inovação, empoderamento pessoal, auto empreendedorismo, propriedade e criatividade, e a persistente presença de contradições profundas nas mentalidades organizacionais contemporâneas e nos modelos de negócios. Apesar do reconhecimento da importância da subjetividade humana, os mecanismos de controle persistem, minando o potencial transformador desses ideais. Essa persistência destaca as contradições que existem entre os valores proclamados no discurso organizacional e as práticas reais que perpetuam o controle e dificultam o empoderamento genuíno. Abordar essas contradições exige uma reavaliação abrangente das mentalidades organizacionais, práticas de gestão e do contexto social e econômico mais amplo.

Leia o artigo de Anderson de Souza Sant’Anna e outros em https://www.scielo.br/j/osoc/a/cz3NMMGrqHmwvn7J4CrvvGK/?format=pdf&lang=pt

Este artigo avalia a coordenação entre as políticas monetária e fiscal sob incerteza político-econômica no Brasil, para dados mensais entre 2003 e 2022. Por meio de um Sistema de Equações Simultâneas, estimado via Método dos Momentos Generalizados (GMM), os resultados indicam que a política monetária atua de forma anticíclica. Já a política fiscal tem comportamento dúbio: sob incerteza ela é pró-cíclica, mas na ausência de incerteza ela é anticíclica. Sob coordenação das políticas macroeconômicas, as ações fiscais expansionistas geram uma condução de política monetária mais contracionista. Por sua vez, essa contração produz afrouxamento fiscal, visando atenuar o ciclo econômico. Já o Banco Central parece atuar mais no formato de duplo mandato, buscando o controle inflacionário, mas sem negligenciar o nível de atividade econômica. Finalmente, há evidência de uma taxa de inflação brasileira com elevado componente inercial e, sob incerteza político-econômica, os resultados em termos de dinâmica do PIB são piores.

Leia o artigo de Benito Adelmo Salomão Neto e Cleomar Gomes da Silva em https://www.scielo.br/j/neco/a/ZNRKLxzBhQDjW3MTCd9fQVC/?format=pdf&lang=pt

O artigo analisa a formação da agenda governamental federal de enfrentamento à violência contra a mulher no Brasil no período de 1988-2022. O procedimento metodológico desenvolvido foi a análise documental. Como resultado, o trabalho mostra a formação de uma agenda governamental federal de enfrentamento a violência contra a mulher, destacando a criação da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres que implementou a Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher e a criação da Lei n. 11.340/06 – Lei Maria da Penha (LMP). Além disso, tenta-se discutir como foi e está sendo a agenda governamental de enfrentamento à violência contra a mulher pelos estados.

Leia o artigo de Maribel Fernandes Ribeiro Santana e outros em https://www.scielo.br/j/cgpc/a/HzXtjyK3wpv7wRYFY7PyhhN/?format=pdf&lang=en

Em resposta a um quadro duradouro de assimetria e injustiça no campo de administração/gestão, sustentado pela radicalização da universalização do conhecimento euro-estadunidense e correspondente subalternização de saberes do resto do mundo, analisamos a posição marginal e o potencial da perspectiva decolonial no Brasil. Sugerimos a co-construção de uma agenda em administração/gestão no (e a partir do) Brasil que promova conhecimentos e práticas informados pela opção decolonial sob uma perspectiva transcosmopolita. Considerando obstáculos históricos para legitimação de alternativas ao Eurocentrismo e desafios atuais enfrentados por acadêmicos e praticantes no contexto de radicalização da hipermodernidade, realçamos as potencialidades da decolonialidade para comunidades de vítimas e articuladores de alternativas interconectados globalmente. Essa agenda decolonial em administração/gestão se baseia não em eventual rearticulação de revisionismos essencialistas, mas em promoção de avanços transcosmopolitas em três âmbitos interconectados: (i) acadêmico – por meio do fomento de identidades políticas em pesquisa-ensino sob uma perspectiva transmoderna, (ii) educacional – por meio do resgate, co-construção, legitimação e disseminação de conhecimentos alinhados às realidades locais e alternativas, e (iii) social – por meio da co-construção de saberes decoloniais engajados com dinâmicas de colonialidade-decolonialidade enfrentados pela sociedade e academia em escala global.

Leia o artigo de Márcio Moutinho Abdalla e Alexandre Faria em https://www.scielo.br/j/cebape/a/qCPMJCKSWD9BtFWmLmnDjds/?format=pdf&lang=pt

Este artigo analisa o papel da Inteligência Artificial dentro da estratégia geral de desenvolvimento econômico da China contemporânea, marcada pela busca por transitar para um modelo menos intensivo em capital e recursos e mais intensivo em conhecimento. As políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação chinesas são analisadas, destacando a importância crescente da inovação endógena e o papel da Inteligência Artificial dentro deste contexto. Além disso, o artigo apresenta indicadores que buscam avaliar a atual posição da China em comparação com outros países no cenário internacional, em especial os Estados Unidos, considerando a geração de conhecimento científico, o desenvolvimento tecnológico e o envolvimento do setor empresarial.

Leia o artigo de Célio Hiratuka e Antônio Carlos Diegues em https://www.scielo.br/j/rep/a/Fv4GBX3BVCy4zpDZRCPhBCw/?format=pdf&lang=en

Este artigo mapeia a criação, descreve as funções e ações dos grupos especiais da polícia penal brasileira. Instituídos inicialmente no Rio de Janeiro para o controle das prisões, suas práticas se assemelham às de batalhão da Polícia Militar do mesmo estado. Esta “especialidade” policialesca se espalha pelos estados brasileiros pela reprodução de normativas e treinamento dos grupos antigos. Tal rede articula os diferentes grupos especiais do sistema prisional, que utilizam práticas de guerra sob a justificativa de contenção das facções.

Leia o artigo de Dejesus de Souza Silva e Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro em https://www.scielo.br/j/dilemas/a/3CzgGcDhhr8HhCmMtYGSh5Q/?format=pdf&lang=pt

O artigo analisa os processos e as contradições do Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, encaminhado ao Congresso Nacional em 1995. Meu objetivo é abordar as mudanças que ocorreram nas políticas estatais, consagradas na Constituição Federal de 1988, com a expansão dos elementos de mercado e a transferência para o chamado terceiro setor da responsabilidade em executar a prestação de serviços públicos à população.

Leia o artigo de Ilse Gomes Silva em https://www4.pucsp.br/neils/downloads/v7_ilse_gomes.pdf

De gestores urbanos a artistas, passando por empresários e publicitários, a marca “Rio” é mundialmente conhecida e consumida. A projeção midiática que a cidade teve durante os preparativos e a realização dos Jogos Olímpicos de 2016 possibilitou a construção de um imaginário largamente utilizado na intenção de legitimar práticas institucionais que modificaram o espaço e o readequaram aos interesses de coalizões governamentais e empresariais. Esse modelo de governança olha para a cidade e a administra, literalmente, como uma mercadoria que deve ser valorizada e cultuada, a fim de se projetar num mercado internacional onde concorre com outras Cidades. Pretendemos debater, neste artigo, as mutações do Rio (e da marca Rio) utilizando como parâmetros, além do contexto histórico, a Reforma Passos, no começo do século XX, e as intervenções operadas na cidade com vistas à Copa e às Olimpíadas

Leia o artigo de Roberto Vilela Elias em https://dialogo.espm.br/revistadcec-rj/article/view/481/426

Nos estudos de Sociologia Política brasileira, há quatro maneiras diferentes de considerar os departamentos administrativos dos estados, aparelhos criados pela ditadura de Vargas em 1939 como órgãos complementares ao sistema de interventorias federais. Na base dessas interpretações, há também quatro modos diferentes de considerar o próprio regime do Estado Novo (1937-1945). As concepções sobre os departamentos administrativos divergem tanto em função das convicções do observador diante da forma de funcionamento do sistema político autoritário, quanto do papel (político, econômico ou burocrático) dessas agências que o analista julga mais relevante destacar. Analiso neste ensaio as interpretações disponíveis sobre o assunto e enfatizo o que me parecem ser as principais dificuldades e limitações para explicar a relação entre as antigas elites políticas estaduais e as novas instituições políticas federais na década de 1940 no Brasil.

Leia o artigo de Adriano Codato em https://www.scielo.br/j/rsocp/a/BXr5JHvX6ckVmrcLn3DnmdB/?format=pdf&lang=pt

A corrupção é um fenômeno complexo. Os diagnósticos usados para justificar medidas anticorrupção costumam descartá-la. Em consonância com o modelo da lata de lixo (Cohen, March, & Olsen, 1972), onde as soluções procuram os problemas, neste caso, o problema da corrupção é caracterizado de tal forma que é “endereçável” com a política em questão. Esta situação tem consequências graves. Entre eles, que a política implementada é falível. O artigo revisa o fenômeno da falibilidade das políticas anticorrupção. Argumentamos que quando a política anticorrupção é desenhada sem levar em conta que o tipo de corrupção com a qual ela lida faz parte de um sistema mais amplo de corrupção sistêmica, ela tem uma alta probabilidade de falhar. Traçamos nosso argumento por meio de uma série de implicações que emergem do quadro de consolidação da corrupção (Corruption Consolidation Framework – CCF) (Meza & Pérez-Chiqués, 2021). Com o apoio do CCF, extraímos uma série de implicações com a intenção de reorientar a discussão e futuras linhas de pesquisa em torno da compreensão e abordagem do fenômeno da corrupção sistêmica.

Leia o artigo de Oliver David Meza Canales e outros em https://www.scielo.br/j/rap/a/fc5ZG8K9DSHLy9J9kcpPzMc/?format=pdf&lang=es