30/08/2024

O artigo investiga os efeitos dos marcadores sociais de gênero, raça e nível socioeconômico sobre o bullying entre os alunos do 9º ano do ensino fundamental no Brasil. O objetivo é verificar se o fenômeno está relacionado com hierarquias de poder estabelecidas na sociedade, de modo que alunos integrantes dos grupos sociais privilegiados na hierarquia social (isto é, homens, brancos e de nível socioeconômico mais elevado) tendem a praticar mais bullying e discentes de grupos sociais desfavorecidos (mulheres, negros e de nível socioeconômico mais baixo) tendem a sofrer mais bullying. Analisamos dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2015 a partir de Modelos Lineares Generalizados Hierárquicos (MLGH). As análises são feitas separadamente para escolas públicas e privadas e os diferentes tipos de envolvimento dos alunos com o bullying, seja como vítima, agressor e vítima-agressor. Os resultados apontam que, apenas no que se refere ao nível socioeconômico, podemos afirmar que o bullying reproduz a hierarquia de status presente na sociedade. Tanto na escola pública quanto na privada, os alunos de maior nível socioeconômico estão mais propensos a praticarem, enquanto os de menor nível estão mais propensos a sofrerem bullying. Quanto ao gênero, verifica-se que os alunos do sexo masculino têm maior propensão ao envolvimento com o bullying do que as meninas, seja como vítima, agressor ou vítima-agressor. Os diferenciais são mais expressivos nas escolas privadas que nas públicas. No que se refere à raça, observa-se que o envolvimento com o bullying permeia os grupos raciais em múltiplos sentidos.

Leia o artigo de Cíntia Santana e Silva e outros em https://www.scielo.br/j/ep/a/YpF57nS6p8JDNCVmf5Rwp6y/?format=pdf&lang=pt

O trabalho objetiva analisar os paradigmas que perpassam a educação prisional, discutindo como eles se apresentam na ordem capitalista neoliberal e conservadora na atualidade. A metodologia compreendeu estudo bibliográfico, tendo como base autores que analisam a implementação dos sistemas educacionais e penitenciários no Brasil, e documental, com exame de documentos produzidos pelo Departamento Penitenciário Nacional, leis e normativas que regulam a oferta da educação prisional. Os resultados mostraram que, apesar de a educação assumir um importante papel no que se refere à garantia de direitos e ao exercício da cidadania, a sua implementação na realidade brasileira tem sido perpassada por uma perspectiva elitista e privatista que reforça as desigualdades socialmente construídas. Considerando as relações verticalizadas e hierarquizadas produzidas com base nas desigualdades de classe, raça/etnia e gênero, o cárcere é utilizado como instrumento de manutenção de poder e de repressão a grupos sociais indesejáveis, cuja base são sistemas de opressão que se articulam com o classismo, o racismo, o patriarcado e o sexismo. Os resultados demonstraram a importância do desenvolvimento de uma educação prisional fundamentada nos pilares da democracia e da cidadania, bem como da efetivação de políticas de desencarceramento, no sentido da construção de uma sociedade livre, justa e mais igualitária. Leia o artigo de Rosilene Marques Sobrinho de França em https://www.scielo.br/j/es/a/vZGgMfmwZn34cxJJtvmmwSM/?format=pdf&lang=pt

O objetivo deste estudo foi conhecer as conquistas e desafios enfrentados pelos estudantes da zona rural na modalidade da educação a distância. A pesquisa teve desenho etnográfico e foram utilizadas entrevista e observação. As conquistas encontradas são o desenvolvimento das competências pessoais, da aquisição de conhecimentos na área profissional e a obtenção do título profissional para aspirar a melhores oportunidades de emprego. Os desafios enfrentados são a falta de habilidades no manejo das tecnologias de informação e comunicação, a conectividade à internet e a adaptação à modalidade a distância. Por fim, a pesquisa justificou a falta de conhecimento sobre os desafios e conquistas enfrentados pelos alunos de educação a distância no meio rural.

Leia o artigo de Martín Guerrero Posadas em https://www.scielo.br/j/cp/a/86LLVFSzXsJ4CMSjtB5f88g/?format=pdf&lang=es

Cabe às escolas o papel de educar a sociedade, necessariamente sob um marco legal apropriado. Mas quando mudanças na Educação são consideradas, é altamente provável que esse marco precisará ser alterado. Contudo, as interações da Educação com a lei são confusas, cheias de perplexidades e desapontamentos. O propósito do presente ensaio é explorar os meandros dessa interação prenhe de interrogantes.

Leia o artigo de Claudio de Moura Castro em https://www.scielo.br/j/ensaio/a/hVqCBY9CMyt7ZH7vZfJ7Vnw/?format=pdf&lang=en

O presente artigo estabelece um diálogo entre os processos de avaliação externa de larga escala e de avaliação institucional participativa, a partir da análise de quatro modelos de avaliação à luz de categorias consideradas importantes dentro da lógica emancipatória vista como contraposta à lógica mercadológica. Com isso, propõe-se uma forma de análise dos modelos avaliativos que, longe de ser norteada pelas díades quantitativo/qualitativo, externo/interno, filie-se à lógica emancipatória. Por fim, discute-se a importância de eleger indicadores de qualidade coerentes à epistemologia decolonial, construindo rotas de fuga a uma leitura de qualidade educacional ainda marcada pelo imperialismo cultural e econômico. Trata-se, pois, de um trabalho contra regulatório que subsidiará a reflexão e ação dos profissionais da educação, devidamente articuladas com as forças vivas da escola e expressas num pacto de qualidade negociado, responsavelmente administrado em nome de um futuro comprometido com a justiça social.

Leia o artigo de Mara Regina Lemes de Sordi e outros em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/c8wmYfYvmdzsghXxHwq4MWb/?format=pdf&lang=pt

O objetivo da entrevista é analisar as concepções de qualidade e avaliação da educação em disputa, sinalizando dimensões, tensões e possíveis desdobramentos no processo formativo e de ensino-aprendizagem. O entrevistado considera como eixo analítico as proposições de educação, qualidade e avaliação sob a ótica dos direitos sociais e sinaliza perspectivas crítico-propositivas para o campo. A entrevista aborda concepções de avaliação e qualidade pós 1990 e as mudanças nas políticas públicas educacionais nos governos Temer e Bolsonaro.

Leia o artigo de Claudia Pereira de Pádua Sabia e outros em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/YThtY89pCZccvS9K7xcMBsQ/?format=pdf&lang=pt

O artigo tem por objetivo analisar os contornos do debate sobre qualidade social da educação, ocorrido a partir dos anos de 1990, e marcas de alguma permeabilidade dessa qualidade social na política educacional do período, em contexto de emergência da regulação por resultados. Examina documentos nos quais a qualidade social é advogada e o potencial que possuem diante de tal regulação. Havida certa permeabilidade da qualidade social e também seu descarte por políticas embebidas da ideologia neodireitista, ressalta que a escola pública com qualidade social diz respeito à construção de uma nova hegemonia. Leia o artigo de Elton Luiz Nardi em https://www.scielo.br/j/ccedes/a/L4fyjy8qdmdj8bZKQSdRy9P/?format=pdf&lang=pt

Este trabalho discute a interação entre origem social e desempenho escolar nas probabilidades de acesso ao ensino superior no Brasil. Os dados derivam de um painel de egressos do ensino médio em 2012 acompanhados por cinco anos após a conclusão da educação básica, com base em cruzamentos de dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Observou-se que, para o acesso ao setor público, o desempenho é o preditor mais importante, independentemente do nível socioeconômico do candidato, reforçando uma dimensão de mérito no acesso. O mesmo não se pode dizer em relação ao setor privado, que, além de apresentar forte hiato socioeconômico, permite que os estratos sociais mais privilegiados tenham elevadas chances de acessá-lo, ainda que apresentem os piores desempenhos escolares.

Leia o artigo de Adriano S. Senkevics e outros em https://www.scielo.br/j/cp/a/YDBC5fsfYkcg8m3Kv4CPKMy/?format=pdf&lang=pt

O objetivo deste artigo é diferenciar acesso, acessibilidade e inclusão, partindo do pressuposto de que tais categorias têm sido utilizadas como se fossem sinônimas na escolarização de pessoas com deficiência. A construção dessa sinonímia é analisada e criticada. Para demonstrar as diferenças epistemológicas, pedagógicas e políticas dessas categorias que são estruturantes da educação especial na perspectiva da educação inclusiva, metodologicamente foram recuperadas as propostas de design universal, analisando-as com a contribuição de autores brasileiros e estrangeiros. Nos diferentes modos de interpretar o uso do design, a especificidade da inclusão emerge como potência política. A conclusão é que, na singularidade da inclusão, reside a possibilidade de projetar a escola como ecossistema inclusivo.

Leia o artigo de Marcos Cezar de Freitas em https://www.scielo.br/j/cp/a/VqdK7vhZtZMDtp6j5gLbfwv/?format=pdf&lang=pt

En 2015 se aprobó la Agenda 2030 de Desarrollo Sostenible por la Asamblea General de las Naciones Unidas. Allí, en el cuarto Objetivo del Desarrollo Sostenible (ODS4), se definió la importancia de una visión inclusiva, equitativa y de calidad para la educación. Este Informe Regional muestra un balance de su implementación en América Latina y el Caribe en el periodo 2015-2021, analizando sus logros e identificando los desafíos que puedan orientar la toma de decisiones de política educativa en la próxima década y promover el cumplimiento de los objetivos planteados al 2030. Esta publicación constituye un esfuerzo conjunto de la Oficina Regional de Educación de la UNESCO para América Latina y el Caribe (OREALC/UNESCO Santiago), la Oficina Regional de UNICEF para América Latina y el Caribe (UNICEF LACRO) y la Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL). El informe responde al mandato surgido de las últimas dos reuniones regionales de ministras y ministros de educación de América Latina y el Caribe. Es parte de un compromiso del Comité de Dirección Regional ODS-E2030 con el seguimiento de los acuerdos pautados y del aprendizaje de los logros y desafíos en marcha.

Leia o documento em https://estrategia.la/2022/09/20/la-encrucijada-de-la-educacion-en-america-latina-y-el-caribe/